Seminário do programa de bolsas foi o primeiro a reunir, em uma mesma edição, a exposição conjunta dos trabalhos do PIBIC e do PIBITI

 

Márcio Martins Araújo

 

Nos dias 15 e 16 de setembro, estudantes da graduação do Insper apresentaram seus relatórios de pesquisa que fazem parte do programa de Iniciação Científica e Tecnológica do Insper. O seminário é o estágio final do programa, no qual os estudantes compartilham com professores e colegas os resultados obtidos durante o desenvolvimento dos projetos e os próximos passos a serem seguidos para a ampliação da pesquisa.

Nessa edição do seminário, a novidade foi a exposição de projetos de alunos que fizeram parte do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) com os do PIBITI (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação). Nesses dois programas, o estudante tem a oportunidade de desenvolver sua primeira pesquisa acadêmica na graduação com bolsas financiadas pelo Insper ou pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

A diferença entre o PIBIC e o PIBITI está no conteúdo e no propósito do projeto. Enquanto o PIBIC busca gerar conhecimento a partir de novas descobertas, o PIBITI procura aproveitar essa ciência para aplicação em um processo, produto ou serviço mirando o mercado. Por essa razão, há uma interface entre os dois programas. “O bom projeto de PIBITI precisa ter ciência por trás e uma aplicação muito clara”, diz Joice Miagava, coordenadora do PIBITI do Insper. “Por outro lado, o PIBIC envolve uma diversidade de projetos, que podem também ser aplicados, mas com espaço no programa para uma especulação de ordem mais filosófica, com projetos nas áreas de Administração,Economia e Direito, propondo discussões mais teóricas”, complementa Bruno Varella Miranda, coordenador do PIBIC do Insper.

 

 

Exemplos de trabalhos

Diogo Cintra, aluno de Engenharia Mecatrônica, desenvolveu durante o PIBITI a modelagem e o controle de um protótipo capaz de manejar a atitude de um foguete. Se aplicado em uma miniatura de foguete, o dispositivo consegue fazer com que o pouso seja feito na vertical, por meio do Thrust Vector Control, assim como o foguete da SpaceX, empresa de Elon Musk. “Isso tudo foi possível graças ao conhecimento que adquiri ao longo de minha graduação, com todos os professores do Insper das áreas de controle, química, robótica e pneumática”, afirma Diogo. “Assim, consegui desenvolver uma técnica de controle que, se houver um distúrbio na planta, é possível fazê-la estabilizar.”

No PIBIC, João Gabriel Rocha, do curso de Engenharia de Computação, fez um estudo comparativo de modelos de otimização de agentes autônomos com o objetivo de buscar novas técnicas para aprimorar as aplicações da área de aprendizado por reforço (reinforcement learning, em inglês) por meio de algoritmos de otimização. Para ele, tudo o que é estudado durante o programa estimula o imaginário do aluno e o prepara para outras atividades, tanto acadêmicas quanto do mercado de trabalho. “Minha pesquisa é na área de machine learning, que tem uma aplicação imensa, por exemplo, no mercado financeiro, apesar de eu ter feito um projeto mais científico”, diz João. “Eu só tenho a agradecer ao Insper pela estrutura e pelos professores, especialmente ao meu orientador, Fábio Ayres. As pessoas não fazem ideia do quanto a iniciação científica pode ajudar na carreira acadêmica ou no mercado de trabalho”, afirma João.

Para Gabriela Albuquerque, aluna de Engenharia Mecânica que desenvolveu uma pesquisa no PIBITI voltada para tecnologias que gerem maior inserção de mulheres lésbicas nos cursos e no mercado de ciência e tecnologia, o programa ajudou também a conhecer mais sobre os temas de diversidade e inclusão. “Tive ajuda dos professores e do Comitê de Diversidade do Insper para entender também o caminho que terei de percorrer em minha vida profissional e na graduação. Foi um processo de autodescoberta”, diz Gabriela.

Durante o programa de iniciação científica e tecnológica, o aluno escolhe um professor para ser seu orientador, apresenta um projeto de pesquisa para o comitê do programa e desenvolve o trabalho durante um ano, tendo acesso a conhecimentos complementares àqueles abordados em sala de aula. “Ao longo da pesquisa, os alunos têm desafios que trazem muitos aprendizados e fazem com que ganhem soft skills importantes, além de desenvolver o lado pesquisador deles”, diz Joice Miagava.

A inscrição de novos projetos de pesquisa para o PIBIC ou o PIBITI será reaberta no primeiro semestre de 2023, em edital ainda a ser divulgado pela Iniciação Científica e Tecnológica do Insper.

 

Confira a relação de trabalhos apresentados nesses dois dias de seminário.

15/09/2022

Tecnologias para maior inserção das mulheres lésbicas no campo científico tecnológico
Aluna: Gabriela Albuquerque Alves | Orientador: Sergio Roberto Cardoso

Uso de manufatura aditiva para agregação de valor e prolongamento do ciclo de vida de embalagens poliméricas da indústria de bens de consumo
Aluno: Giovanni Augustho Rozatti | Orientador: Alex Camilli Bottene

Caracterização de materiais para otimização do processo de deposição de metais com energia direcionada (DED)
Aluno: Igor Figueiredo | Orientadora: Joice Miagava

Processo de humanização das medidas de desenvolvimento
Aluna: Sofia Lucena Cavalcanti | Orientadora: Luciana Yeung Luk Tai

Teoria da escolha aplicada à teoria econômica
Aluno: Tales Augusto de Almeida | Orientador: Antônio Bruno de Carvalho Morales

 

16/09/2022

Estudo de Generative Adversarial Networks aplicadas ao mercado acionário brasileiro
Aluno: Caio Emmanuel Soares Rocha | Orientador: Raul Ikeda Gomes da Silva

Controle vetorizado de empuxo baseado em dispositivos flexíveis para sistemas propulsivos
Aluno: Diogo Nobre de Araújo Cintra | Orientador: Fábio Bobrow

Aceleração de Algoritmos de High-Frequency Trading com FPGA
Aluno: Eiki Luis Y. Batista dos Santos | Orientador: Rafael Corsi Ferrão

Estudo comparativo de modelos de otimização de agentes autônomos baseados em aprendizado por reforço
Aluno: João Gabriel Valentim Rocha | Orientador: Fábio José Ayres

Concreto de ultra alta performance para estruturas de máquinas-ferramentas
Aluno: Arthur Poliselli Farsky | Orientador: Raphael Galdino dos Santos e Roberto Christ

Construção de modelo de geração de música com Deep Learning
Aluno: Vinicius Grando Eller | Orientador: Fábio José Ayres