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Dois filmes sobre finanças e um clássico da literatura brasileira

O professor Adalto Barbaceia indica longas que utiliza em sala de aula, além de um conto de Machado de Assis que leu recentemente e o impressionou

Adalto Barbaceia

O professor Adalto Barbaceia indica longas que utiliza em sala de aula, além de um conto de Machado de Assis que leu recentemente e o impressionou

 

Tiago Cordeiro

 

Doutor em Administração de Empresas pela FGV, visiting scholar da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, com MBA em Finanças pela Universidade da Califórnia (UCLA) e graduação em Engenharia pela Escola Politécnica da USP, Adalto Barbaceia leciona Finanças e Economia no Insper há 18 anos. Lidera a trilha de Finanças do programa de graduação em Administração e Economia.

É natural, portanto, que, ao ser procurado para dar dicas culturais, ele tenha sugerido dois filmes que considera instrutivos a respeito do mundo das finanças, a ponto de utilizá-los em sala de aula.

Mas o professor, que tem no currículo a fundação da empresa Axioma Informática (por 20 anos uma referência em desenvolvimento de software utilizado pelos principais gestores e administradores de fundos de investimento no Brasil), decidiu apresentar uma terceira sugestão — que não tem relação alguma com sua área de atuação, mas o deixou impressionado.

Confira abaixo as indicações de Barbaceia, comentadas pelo próprio docente.

 

FILMES

A Negociação (2012)

Título original: Arbitrage

Direção: Nicholas Jarecki

Cena do filme_A Negociação

É um drama financeiro que se concentra na história de Robert Miller, interpretado por Richard Gere, um magnata dos investimentos de Wall Street. O filme aborda os seguintes temas:

  1. Questões financeiras: Robert Miller enfrenta uma grave crise financeira em sua empresa, causada principalmente por investimentos arriscados e um grande prejuízo. Ele precisa desesperadamente vender sua empresa antes que o escândalo financeiro seja descoberto.
  2. Operação: Miller tenta esconder o prejuízo de seus investidores enquanto negocia secretamente a venda de sua empresa. A trama se desenrola à medida que ele elabora estratégias para ocultar as perdas financeiras e manter sua reputação.
  3. Ética: O filme levanta questões éticas sobre a conduta de Miller. Ele toma decisões questionáveis, incluindo o envolvimento em um acidente de carro fatal e a tentativa de omitir o ocorrido. Suas ações questionáveis colocam em foco a ética nos negócios e na vida pessoal.
  4. Enredo: Gira em torno da pressão crescente sobre Miller para encobrir seu prejuízo, o envolvimento da polícia na investigação do acidente de carro e a tensão que se desenvolve em sua família enquanto sua esposa e filhos começam a questionar sua integridade.

Veja um trailer aqui.

 

A Fraude (1999)

Título original: Rogue Trader

Direção: James Dearden

Cena do filme_A Fraude

É um drama financeiro que se concentra na história real de Nick Leeson, interpretado por Ewan McGregor, um corretor que trabalhava para o banco britânico Barings. As principais áreas de enfoque incluem:

  1. Questões financeiras: O filme narra a trajetória de Nick Leeson, que assumiu posições arriscadas e não autorizadas no mercado de futuros em Singapura, resultando em enormes perdas financeiras para o Barings Bank. Suas operações não autorizadas levaram o banco à falência.
  2. Operação: Leeson tenta encobrir suas perdas por meio de uma série de manobras financeiras, criando uma espiral de prejuízos cada vez maiores. Ele assume uma posição não autorizada e tenta esconder seu fracasso, o que leva o banco à ruína.
  3. Ética: O filme suscita questões de integridade envolvendo as ações de Leeson, que toma decisões antiéticas para esconder seu fracasso e manter seu emprego. Suas ações levantam questões sobre a responsabilidade individual e a ética nos negócios.
  4. Enredo: Gira em torno da investigação das atividades de Leeson e das consequências devastadoras para o Barings, que foi o banco mais antigo da Grã-Bretanha até sua falência. O filme explora como as ações de um único indivíduo podem ter um impacto catastrófico em uma instituição financeira.

Veja um trailer aqui.

 

CONTO

A Igreja do Diabo (1884)

Machado de Assis

Conto_A Igreja do Diabo_Machado de Assis

O conto A Igreja do Diabo, de Machado de Assis, é uma sátira que explora questões filosóficas e o simbolismo de maneira irônica. Narra a criação da “Igreja do Diabo” por Satã, que percebe que, no mundo, todos adoram a Deus e, assim, ele decide criar uma igreja onde as pessoas possam adorá-lo. Algumas implicações e simbolismos filosóficos importantes são:

  1. Dualismo moral: O conto aborda a dualidade entre o bem e o mal, sugerindo que ambos são necessários para equilibrar a existência humana. Isso levanta questões filosóficas sobre a natureza da moralidade e da religião.
  2. Sátira religiosa: Machado de Assis critica a hipocrisia religiosa e a busca pelo poder por meio da religião, questionando a sinceridade das práticas religiosas e das instituições.
  3. Relativismo religioso: O conto sugere que as crenças religiosas são relativas e moldadas pela perspectiva individual. Isso provoca reflexões sobre a natureza subjetiva da fé e da religião.
  4. Ironia e humor: Machado de Assis utiliza o humor e a ironia para desafiar conceitos tradicionais de religião e moralidade, convidando o leitor a questionar as convenções sociais.

No geral, é uma obra que desafia as normas religiosas e morais, explorando questões filosóficas complexas por meio de uma narrativa satírica e irônica.

 

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