Após a experiência como intercambista na Graduação, Silvan Roth voltou ao Brasil com o objetivo de criar uma nova empresa usando inteligência artificial para desburocratizar empréstimos
O alumnus Silvan Roth, nascido na Suíça, realizou um intercâmbio dentro da graduação do Insper em 2012. Sem nunca ter visitado a América Latina, ele decidiu realizar uma mobilidade acadêmica para o Brasil ao ver notícias sobre o desempenho econômico brasileiro que despontava naquele momento. Além de ter sido aprovado no intercâmbio, Roth foi aprovado para receber uma bolsa de estudos da Fundação Lemann.
Suas primeiras experiências profissionais se deram em grandes empresas do mercado financeiro, mas ele sempre nutriu o interesse por enfrentar o problema das altas taxas de juros no Brasil. Com passagens por universidades renomadas, como St. Gallen, na Suíça, e Escola de Altos Estudos Comerciais de Paris (HEC Paris), na França, Roth afirma que o Insper é uma escola na qual sentiu um acolhimento muito grande, o que motivou seu interesse por empreender no país e fortalecer os laços entre Suíça e Brasil.
“Fico feliz em ver que a centelha que se originou no meu semestre de intercâmbio e o apoio que recebi da Fundação Lemann criaram um novo vínculo entre os dois países que agora chamo de lar”, diz Roth.
Leia a entrevista com Silvan Roth:
Por que você escolheu estudar no Brasil?
Sempre quis fazer um intercâmbio e minha questão era exatamente onde para que país me candidatar. Por um lado, como estudante de economia, eu procurava um lugar onde os mercados estivessem em alta. Ao mesmo tempo, queria uma sensação de aventura, mergulhando em uma cultura que fosse completamente estranha para mim. Naquela época, em 2012, eu estava lendo diversas notícias sobre o desempenho econômico estelar do Brasil. E, como eu não conhecia nada da região e não falava uma palavra em português, achei que esse seria lugar perfeito para minha aventura.
Como se deu seu ingresso no Insper?
Candidatei-me a um semestre de intercâmbio no Insper e fui aceito. Tive também o grande privilégio de receber uma bolsa da Fundação Lemann, instituição que desde o início me deu um apoio inestimável em minha jornada. Esse apoio extraordinário criou em mim um compromisso pessoal de estreitar os laços entre a Suíça e o Brasil.
Minha passagem pela escola foi uma experiência muito especial e um dos melhores investimentos que fiz para minha trajetória profissional. Mesmo entre as outras grandes universidades que frequentei, como St. Gallen e Escola de Altos Estudos Comerciais de Paris, o Insper se destaca por criar um ambiente de crescimento único que realmente faz as pessoas avançarem em seus percursos e projetos. As amizades que fiz durante a minha passagem, com ex-alunos, professores e funcionários, continuam fortes, mesmo uma década depois do meu semestre de intercâmbio. Isso me ajudou muito a me estabelecer aqui e chamar São Paulo de segunda casa.
Quais suas experiências profissionais?
Depois do meu semestre de intercâmbio, consegui um programa de trainee de seis meses na mesa de gerenciamento de portfólio do UBS Wealth Management Brasil. Como é obrigação para obter permissão de trabalho, precisei seguir uma trajetória educacional conjunta e aproveitei para renovar meu vínculo com o Insper, realizando os cursos do Certificate in Financial Management. Aprender sobre as especificidades de como o capital é alocado no Brasil e compará-lo com o que eu conhecia da Europa, realmente despertou minha curiosidade por futuras oportunidades de negócios no Brasil.
Voltei para a Europa para terminar minha graduação, mas sempre mantive contato próximo com minha rede formada no Insper. Depois de um curto período em bancos de investimento de grande porte em Londres e Paris, entrei para um fundo de investimentos. Gerenciar uma carteira de crédito trouxe meu foco profissional de volta ao tópico de alocação de capital. E, como o Brasil é um país com taxas de juros astronomicamente altas, comecei a olhar de perto as oportunidades de negócios justamente na época em que o Banco Central do Brasil mudou o cenário regulatório dos empréstimos e abriu o mercado para a concorrência, inclusive do exterior.
Como você decidiu empreender no Brasil?
Depois de quatro anos no mercado financeiro, o momento era perfeito para eu deixar a indústria de fundos para trás e ver como poderia usar meu conhecimento de investimento para construir um negócio e tentar enfrentar o problema das altas taxas de juros no Brasil. Assim, mais uma vez, minha trajetória me aproximou do Insper, desta vez ingressando no Centro de Empreendedorismo.
Junto com uma equipe de cientistas de dados e profissionais de investimento, agora estou trabalhando na Emprex, uma fintech e start-up de inteligência artificial no Brasil. Nossa missão é melhorar significativamente o acesso das pessoas a empréstimos pessoais justos e acessíveis. Construímos um sistema de empréstimo digital de ponta que permite aos brasileiros refinanciar seus caros empréstimos bancários com nossos empréstimos sustentáveis.