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Dobrar número de recém-formados eleva PIB de cidades

Resultado se dá 3 anos após o aumento de graduados no ensino superior
25/09/2020 11:40

Cidades brasileiras se beneficiaram economicamente com a expansão do número de graduados no ensino superior no início deste século. O ganho no PIB (Produto Interno Bruto) per capita local foi estimado em aproximadamente 0,4% três anos após o número total de recém-formados dobrar.

A estimativa foi calculada por pesquisadores do Insper no estudo “Higher education and GDP per capita in the Brazilian municipalities” (educação superior e PIB per capita nos municípios brasileiros), publicado em julho deste ano.

Bruno Komatsu, Naercio Menezes Filho e Pedro Gandra identificaram o impacto ao analisar dados de 5.559 municípios referentes ao intervalo de 2002 a 2016, em que houve forte avanço na quantidade de formados no ensino superior.

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Em seus cálculos, os autores isolaram os efeitos que o crescimento populacional e que as tendências de aumento na demanda por graduados em cada cidade poderiam ter sobre o crescimento do PIB, a fim de distingui-los do impacto gerado pelo maior número de recém-graduados.

Eventuais repercussões decorrentes da migração de formados entre municípios não puderam ser apuradas devido à falta de dados sobre esse deslocamento.

Os resultados confirmaram o impacto positivo produzido pela maior presença de graduados em uma cidade, sobretudo com a formação de indivíduos nas áreas de ciências sociais, negócios e direito.

A hipótese é que os recém-formados elevam a produtividade dos municípios ao aplicar em empresas o conhecimento obtido. Em outros estudos, esse mesmo efeito também foi ligado a fatores como maior disseminação de ideias na sociedade e inovação.

O reforço de produtividade, acrescentam os pesquisadores do Insper, estaria associado principalmente à ampliação de formados em instituições particulares, cujos currículos se concentram mais no desenvolvimento de habilidades exigidas pelo mercado de trabalho.

Verificou-se, ainda, que o ProUni (Programa Universidade para Todos) e a política de cotas para o ingresso em instituições de ensino superior também contribuem para a alta do PIB municipal, diferentemente do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil).

A distinção, segundo Menezes Filho, parece refletir as características dessas políticas públicas, pois tanto o ProUni como o sistema de cotas selecionam os melhores candidatos, que apresentam boas notas no Enem e alto aprendizado na faculdade. Com o Fies, porém, essa seleção não ocorre.


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