Heloy Rudge e Daniel Lima, que fundaram recentemente a Tria Energia, apostam no mercado livre, em expansão no Brasil
Bruno Toranzo
Os empreendedores Heloy Rudge, graduado em Administração no Insper em 2014, e Daniel Lima, pós-graduado em Finanças no Insper em 2015, estão em sua segunda experiência à frente de uma empresa. Neste ano, ao lado dos executivos Thiago Natacci (que fez pós-graduação em Administração no Insper) e Rodrigo Pelizzon, e da gestora Pátria Investimentos, fundaram a empresa Tria Energia, que faz negociações de curto, médio e longo prazo de contratos de energia e operações de crédito. Antes disso, Heloy e Daniel haviam fundado juntos a Targus Energia, comercializadora comprada em 2021 pela Vibra, maior distribuidora de combustíveis e lubrificantes do Brasil. A Tria Energia nasce com um aporte de 120 milhões de reais do Pátria e dos sócios-fundadores.
“Nunca imaginei trabalhar com energia”, diz Heloy, que se diz grato à escola. “O diferencial do Insper é ensinar a pensar, por meio da aplicação dos conhecimentos específicos aprendidos. Sempre quis empreender e trilhei um caminho para desenvolver essas habilidades. O networking, que é fundamental para isso, é um dos pontos fortes do Insper. Muitos ex-alunos estão hoje liderando empresas com muita experiência sobre o ambiente de negócios. O contato com eles é enriquecedor, pois permite a troca sobre assuntos diversos que impactam os negócios no dia a dia.” Alunos e ex-alunos como Heloy podem contar com o apoio do Hub de Inovação e Empreendedorismo Paulo Cunha do Insper (leia mais abaixo).
O setor de energia está passando por transformações nos últimos anos. A principal delas é o mercado livre de energia, que, neste ano, passou a permitir que todos os consumidores conectados em alta tensão possam aderir a ele. A possibilidade de negociação de preços e condições de contratação de energia com os fornecedores deve beneficiar mais de 100 mil novas unidades consumidoras. As pequenas e médias empresas, por exemplo, que contratam energia em alta tensão, com contas em torno de 9 mil reais mensais, estão migrando para esse mercado. Nesse ambiente de venda, é possível escolher o fornecedor de preferência, incluindo discussões sobre preço e forma de pagamento da energia. Antes disso, apenas consumidores com demanda de pelo menos 500 kilowatts estavam autorizados a participar do mercado livre. É diferente, portanto, do mercado chamado de cativo ou regulado, no qual os consumidores compram energia de concessionárias de distribuição, sem essa flexibilidade para negociação das condições.
No ano passado, o mercado livre respondeu por 37% do consumo total de energia no Brasil. A expectativa é que a migração de todos os consumidores para o ambiente livre, em um contexto de abertura completa do mercado, gere economia de quase um quinto nas contas de luz. Além disso, deve contribuir para o crescimento de 0,56% do PIB e para a criação de 700 mil empregos, de acordo com um estudo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O segmento industrial é o maior consumidor de energia no país, com o residencial logo atrás.
As operações de trading realizadas pela Tria consistem na negociação dos contratos de energia, que, na prática, funcionam como os de commodities, sendo comercializados entre as partes envolvidas. “As tradings se posicionam como provedores de liquidez a todos os tipos de agentes no mercado, sejam geradores ou até outros comercializadores”, diz Daniel.
A empresa negocia contratos de energia convencional, como os de grandes hidrelétricas e térmicas, bem como de fontes incentivadas, estando entre elas a eólica e solar. “As fontes renováveis contam com incentivos na tarifa aplicada. Os consumidores que compram essa energia têm acesso a um desconto. Há um apelo muito grande por causa disso. Temos diversos parceiros com essa energia disponível e prontos para oferecê-la”, afirma.
A segunda frente da Tria Energia é a atuação em operações de crédito por meio de contratos de energia. “São operações com as quais conseguimos prover capital para nossos parceiros utilizando contratos de compra e venda de energia. Um exemplo disso é o pré-pagamento de contratos longos de venda de energia: em vez de receber de forma diluída ao longo do tempo, o cliente recebe o pagamento do valor de uma vez só, sendo na prática uma antecipação de recebível”, finaliza Heloy.
Como o Hub de Inovação e Empreendedorismo Paulo Cunha impulsiona startups e conecta academia e empresas
Criado em 2019, o Hub de Inovação e Empreendedorismo Paulo Cunha do Insper tem um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento de startups, desde a concepção do projeto até a captação de investimentos, acompanhando alunos e alumni em sua jornada. Com programas personalizados para cada etapa da jornada empreendedora, o Hub oferece acesso a mentoria de profissionais experientes, assessoria dedicada e um espaço físico propício para o desenvolvimento dos negócios.
Em 2023, o Hub realizou 179 atendimentos e envolveu 304 startups residentes em suas iniciativas, incluindo a Aceleradora FOKS, que impulsionou 8 startups e envolveu mais de 20 ex-alunos em atividades de orientação. Além disso, o Hub expandiu seu suporte para deeptechs, startups com base científica e tecnológica, por meio de iniciativas como o programa Incuba Tech+Science e o Programa de Matchmaking de Cientistas e Executivos. Essas iniciativas consolidam o papel do Hub como um catalisador do empreendedorismo e da inovação no ambiente acadêmico e empresarial, conectando startups promissoras com recursos e oportunidades essenciais para o seu sucesso.
Além do fomento ao empreendedorismo, outro pilar fundamental do Hub são os projetos de inovação em parceria com empresas. O objetivo é estreitar os laços entre organizações, alunos e docentes por meio da execução de projetos multidisciplinares. Isso proporciona oportunidades para a resolução de problemas complexos por meio de pesquisas em tecnologias disruptivas, projetos de transformação digital e laboratórios de inovação. A ideia central é permitir que instituições públicas e privadas aperfeiçoem seus negócios a partir da inovação colaborativa e em um processo altamente customizável.
O terceiro pilar de atuação do Hub é a relação com a comunidade empreendedora, construída por meio de eventos e outras inciativas. O Hub.i9, seu canal de comunicação, é um espaço dedicado a compartilhar conhecimento sobre inovação e empreendedorismo. Por meio dele, são oferecidos eventos, webséries, artigos, newsletters, vídeos e podcasts recheados de insights valiosos, servindo de inspiração para todos que se interessam pela área.
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