Um dos fundadores da Targus Energia, Heloy Rudge fala sobre sua trajetória no Insper e os caminhos para empreender no setor energético

Com apenas três anos de vida, fundada em 2017, a Targus Energia já se tornou um dos maiores players na comercialização energética no Brasil. Fundada pelo alumnus do Insper Heloy Rudge, a empresa teve faturamento de R$ 900 milhões em 2019, e anunciou na última quinta-feira, 26 de novembro, a compra de uma fatia de seu controle pela BR Distribuidora, com a expectativa ambiciosa de criar a maior comercializadora de energia do país.
Heloy, que nunca tinha tido experiências profissionais no setor energético, conta que as atividades práticas propostas no Insper deram a base para que ele pudesse solucionar problemas, o que acha essencial para aqueles que desejam empreender. “Você pega um problema, encontra suas raízes e trabalha na solução.”
Para ele, um bom empreendedor deve ter uma visão geral do mundo dos negócios, conhecendo diferentes áreas e práticas do mercado. “Ao empreender, você nunca vai ter certeza de nada, você tem que se aventurar no negócio. Se quiser certezas, é melhor buscar um emprego tradicional”, disse o alumnus.
Confira a entrevista completa:
1) Quais foram os principais aprendizados nos seus primeiros anos de carreira?
Eu iniciei minha carreira com um estágio em private equity, que para mim é uma daquelas áreas que dão uma visão geral muito boa do mundo de negócios. Lá, eu tive um estágio rotativo, passando por áreas diferentes e consegui aprender desde como fazer modelos financeiros do zero, até pensar em estratégias de marketing e de operações.
Acho que o primeiro aprendizado foi ver que as coisas que eu tinha aprendido na teoria se encaixavam na prática. O segundo, foi aprender a me relacionar com um gestor, tendo que responder a demandas, me virando para resolver o que era pedido. E o terceiro ponto foi aprender a lidar com um time. Quando você vai para o mercado de trabalho, precisa saber lidar com os sentimentos e frustrações dos outros e é preciso criar uma relação com os colegas, pois não se faz nada sozinho.
2) Como foram os primeiros passos na fundação da sua empresa, a Targus Energia?
Eu sempre quis empreender e sempre busquei trilhar um caminho que me permitisse desenvolver essa característica. A oportunidade de criar uma empresa surgiu em uma conversa com meu atual sócio, que é um grande amigo meu. Na época, eu não tinha nem ideia de como a energia chegava na minha casa, não sabia absolutamente nada do setor. Mas comecei a estudar e conversar com pessoas ao meu redor que trabalhavam com isso e vi que era mercado importante e com tendências positivas para o futuro.
Meu papel, como era o único que não conhecia o mercado de energia, foi dar para meus sócios toda a estrutura para que eles pudessem operar, focando na organização da área financeira e de risco, estruturação da capacidade comercial e expansão do negócio para frentes de negócios adjacentes.
3) Como a sua formação no Insper impactou suas experiências profissionais?
Eu sou uma pessoa muito prática, nunca fui fã de teorias. Para mim, sem dúvida, a parte mais importante do Insper foram as experiências práticas. Eu acho que o Insper me deu uma base que é essencial para mim hoje, que são os fundamentos para solucionar problemas. Você pega um problema, encontra suas raízes e trabalha na solução.
Outra coisa extremamente importante para mim foi participar da Empresa Júnior. Acho que é muito relevante participar de alguma experiência de extensão na faculdade, seja nessa ou em outras iniciativas. É uma forma de criar uma experiência profissional, aprender sobre a interação com clientes, como gerir um projeto.
4) Quais dicas e ensinamentos você daria aos alunos da Graduação do Insper que querem empreender?
A primeira dica é aproveitar os relacionamentos que o Insper propõe. Crie relações e tenha próximo de você o maior número de pessoas. Tenho amigos que estudaram comigo no Insper e, hoje, trabalham nos mais diversos tipos de lugar. Isso é uma possibilidade muito grande de abrir portas em diferentes mercados, algo importante especialmente quando você é um empreendedor.
O segundo ponto é aprender a raciocinar, não ter respostas e receitas prontas na sua cabeça. Saber conceitos é importante, mas é fundamental conseguir aplicar esses conhecimentos na prática e isso só é possível quando você compreende todo o processo até chegar nas fórmulas. Isso se aplica tanto para coisas mais técnicas, quanto para a solução de problemas cotidianos na vida profissional.
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