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Insper e Diagonal lançam o Guia de Urbanismo Social, publicação pioneira do gênero no Brasil

Gratuita e dirigida principalmente às lideranças comunitárias e aos gestores públicos e privados, obra, digital, traz lições e exemplos de como perpetuar projetos sociais

Gratuita e dirigida principalmente às lideranças comunitárias e aos gestores públicos e privados, obra, digital, traz lições e exemplos de como perpetuar projetos sociais 

 

Michele Loureiro

 

O Guia de Urbanismo Social, primeiro livro dessa envergadura sobre o tema publicado no país, foi lançado em  evento realizado no dia 20 de março na sede do Insper, em São Paulo. Produzida pelo Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, a partir do Núcleo de Urbanismo Social, em parceria com a consultoria de gestão socioambiental Diagonal, a publicação, digital, é um passo importante para desenvolver o urbanismo social no Brasil. “O desafio que nos une é construir um país onde o CEP não seja determinante para o futuro do jovem que nasce nesse território”, afirmou Tomas Alvim, coordenador-geral do Laboratório, durante o lançamento da obra. 

A ideia é que o Guia, que vem com o selo da BEĨ Editora, não seja um manual sobre o que fazer, mas como fazer para perpetuar projetos sociais. “O Guia tem a missão de decupar exemplos de iniciativas que deram certo. Assim podemos aprender com as ações que fracassaram, pois isso nos dá a oportunidade de ver os processos de maneira reversa”, observou Alvim. 

Durante dez meses, diversos pesquisadores, professores, alunos, gestores públicos, fontes internacionais, lideranças comunitárias e jovens de favelas trabalharam coletivamente para criar o Guia de Urbanismo Social, que pode ser baixado gratuitamente em pdf neste link. O objetivo é que o material, redigido em uma linguagem acessível e didática, chegue até profissionais e lideranças que lidam diretamente com gestão urbana e territórios vulneráveis, servindo como instrumento de capacitação. 

 

Carlos Leite_lançamento do Guia de Urbanismo Social
O professor Carlos Leite faz a apresentação do Guia

 

Organizado pelo urbanista e professor Carlos Leite, o Guia se divide em 15 capítulos e inclui tópicos inovadores, não muito comuns em publicações do gênero, como os que tratam de cidades e crianças, saúde urbana e mulheres e territórios. Além disso, contempla capítulos sobre dimensão territorial, plano de ação local, governança, sustentabilidade urbana, questões socioeconômicas e culturais, políticas públicas, regulação urbana, formas de financiamento, monitoramento e avaliação e casos referenciais. 

“Nossa proposta foi apresentar um cardápio dos diversos temas e casos referenciais, além de construir definições do que é urbanismo social e seu contexto no Brasil. Tivemos a preocupação de produzir um material dinâmico e incluímos diversos hiperlinks para que os leitores possam buscar mais informações e referências dos temas que mais interessem”, explicou Leite. “Além da metodologia, nós nos importamos muito com os planos de ação. Por isso, ouvimos quem faz parte da realidade, como crianças da favela de Heliópolis, em São Paulo, que nos ajudaram a construir mapas mentais de territórios reais.” 

O último capítulo do Guia traz a parte prática e inclui exemplos como o da cidade de Medellín, na Colômbia, conhecida como o berço do urbanismo social, além de casos de favelas em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Recife. “Abordamos a execução dos projetos, mas também falamos dos desafios de manter cada iniciativa viva”, destacou Leite. 

Ele ponderou que, além de ajudar as lideranças comunitárias, o livro pode auxiliar gestores que trabalham com a urbanização de favelas e o público em geral. “Também há o ponto positivo de que os alunos do Insper ganham uma fonte referencial bibliográfica para o curso pioneiro de Pós-graduação lato sensu em Urbanismo Social, que está na sua terceira turma”, lembrou Leite. “É um curso que não requer graduação como requisito justamente para incentivar a presença de agentes interessados em realizar transformações de territórios”, esclareceu Alvim. 

Parceria com a Diagonal    

Para José Guilherme Schutzer, coordenador técnico da consultoria Diagonal e que coordenou a participação da empresa no Guia, a relevância do material consiste em consolidar experiências. “Nós, que trabalhamos em áreas periféricas, percebemos a dificuldade de juntar os aprendizados, pois há muita diversidade de problemas e situações. Esse material é um passo na direção da intersetorialidade e vai ajudar a customizar as metodologias e as práticas de diagnósticos”, declarou.  

Kátia Mello, copresidente da Diagonal, também presente no evento de lançamento do Guia, ressaltou que a parceria com o Insper tem “um objetivo nobre de contribuir para melhorar a qualidade de vida de pessoas em vulnerabilidade social, em bairros periféricos e que precisam de ajuda de lideranças empoderadas para fazer as transformações urgentes”. 

Para ela, um ponto essencial do Guia é a possibilidade de aumentar o protagonismo das potências locais dos territórios vulneráveis. “Temos mais de 33 anos de experiências que mostram como é essencial fortalecer os personagens locais. Por mais que haja política e vontade de mudar, só quem vive naquele local conhece as verdadeiras necessidades. Por isso, o Guia empodera essas lideranças e dá elementos para a luta”, sublinhou. 

Outro ponto em que a publicação pode ajudar é no planejamento territorial, peça fundamental no processo de transformação. “Além disso, os exemplos apontam para o desafio da continuidade, porque, muitas vezes, depois que se passa o bastão, as experiências se perdem e não têm a mesma ênfase que tinha na época da concepção. Ao agregar tudo isso, há uma esperança maior de continuidade”, disse Kátia.

Ela aproveitou o evento para falar sobre a relevância de o Insper estruturar a Pós-graduação em Urbanismo Social. “O papel da academia é importante para combater a desigualdade social. Queremos que o Guia seja um instrumento de transformação, pois isso depende de pessoas. Costumo dizer que as pessoas são nosso principal território”, finalizou. 

 


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