Parceria do Insper com a Universidade de Nova York e instituições do Pará, a disciplina Sustainable Supply Chains for Social Business produziu estudos de caso sobre empreendedores amazônicos
Com foco em sustentabilidade de negócios sociais na região da Amazônia, um curso com características inéditas passou a ser ministrado no Insper em 2021. Sob o título de Sustainable Supply Chains for Social Business, a nova disciplina faz parte do programa do Mestrado Profissional em Políticas Públicas (MPP) e é uma parceria com mais três instituições de ensino superior: a Wagner School of Public Service da Universidade de Nova York, a Universidade Federal do Pará e a Universidade Federal do Oeste do Pará. Com um total de 25 participantes, entre alunos do Insper e das outras instituições, o curso se desenvolveu entre 1 de fevereiro e 14 de maio.
Projetado para ser uma experiência prática, multidisciplinar e reunindo diversos focos de atuação, o curso busca desenvolver competências e habilidades técnicas para a formulação de estratégias de sustentabilidade dentro do contexto de cadeias de suprimentos alimentares na Amazônia.
Os professores do Insper Vinicius Picanço e Priscila Claro estiveram envolvidos na formulação da disciplina, que tem como meta aplicar os conhecimentos desenvolvidos pelos alunos diretamente em negócios sociais que atuam na Amazônia brasileira. “Cada grupo tinha seu foco de trabalho vinculado a um empreendedor social real e precisava entender os desafios e as possibilidades de impulsionar esse negócio, tanto para grandes centros urbanos, que é o caso de São Paulo, quanto pra o mercado internacional“, diz Priscila.
Os três pilares pensados para a disciplina são o gerenciamento da cadeia de suprimentos, as estratégias de sustentabilidade e o conceito de design thinking aplicado ao contexto local. “Os participantes foram divididos em grupos e, a partir dos conceitos discutidos, trabalharam na prática para promover a sustentabilidade e a rentabilidade dos projetos escolhidos“, afirma Vinicius.
Negócio Social: produção da empresa 100% Amazônia, parceira da disciplina oferecida pelo Insper
Disciplina Internacional
Os alunos do curso trabalharam em equipes multidisciplinares com colegas da Universidade de Nova York, da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal do Oeste do Pará. Além disso, a disciplina também teve uma característica diferente, pois, dentro do Insper, ela foi composta por oito alunos intercambistas estrangeiros e uma estudante brasileira.
Embora a disciplina inicialmente fosse destinada aos alunos do MPP, o corpo docente optou por expandir as inscrições para outros estudantes da escola, o que possibilitou atingir novos públicos. De acordo com o professor Picanço, devido ao tema tratado nas aulas e à experiência prática com empreendedores do contexto amazônico, o curso chamou muito a atenção dos alunos estrangeiros do Insper.
Um dos intercambistas participantes foi Maxime Hubert André Contal, vindo da instituição francesa La Rochelle Business School. Para a realização do estudo de caso, sua equipe foi composta por uma estudante no Pará e um estudante em Nova York. Segundo ele, a possibilidade de realizar trocas com estudantes de diferentes lugares do mundo e produzir um estudo de caso em conjunto, unindo as diferentes habilidades e competências de cada um, foi uma das grandes vantagens de cursar a disciplina.
“Além disso, achei muito interessante a possibilidade de trabalhar com uma companhia local e ainda por cima se tratando de uma empresa sustentável e com uma perspectiva social. Foi muito positivo contribuir de alguma forma com a evolução desse projeto”, diz Contal.
Resultado de impacto
Ao todo, foram desenvolvidos seis estudos de casos em parceria com os projetos locais amazônicos. Deveras, 100% Amazônia, Fazenda Bacuri, Ração+, Casa de Saulo e Manioca foram as iniciativas empreendedoras participantes da primeira edição da disciplina.
Ao final, os professores ficaram satisfeitos com o resultado dos relatórios produzidos e destacaram o esforço realizado pelos alunos participantes, que conseguiram produzir os estudos de caso em um contexto totalmente remoto. “Foi uma primeira experiência bastante positiva, na qual os alunos, estrangeiros e brasileiros, tiveram que criar estratégias inovadoras para se comunicar com os empreendedores que nem sempre falavam inglês”, diz Priscila.
Inicialmente, a ideia é oferecer a disciplina novamente em 2022. Os professores destacam que, devido aos resultados positivos, há também a possibilidade criar novas turmas, em parceria com mais instituições e projetos empreendedores da região amazônica.
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