“Extraí o melhor da viagem. Já estou esperando pela próxima visita a Illinois.” Em 2023, foi assim que João Alfredo Cardoso Lamy, aluno de Ciência da Computação do Insper, avaliou sua experiência no campus da Universidade de Illinois (UIUC), em Urbana-Champaign. Era o primeiro ano em que a instituição brasileira enviada estudantes para o Grainger College of Engineering, e dificuldades com a documentação acabaram por atrasar a viagem e encurtar a experiência, que a princípio iria durar dez semanas.
Lamy acabou alcançando seu objetivo. Em 2024, retornou à UIUC para dar sequência à experiência. E não se arrependeu. “Valeu muito a pena voltar. Gostei muito mais desta vez do que o ano passado, mas tenho certeza de que eu não teria aproveitado tanto a minha estadia agora se eu não tivesse ido no ano passado”, afirma. “Desta vez, consegui me integrar diretamente em um projeto em andamento e contribuir de maneira mais efetiva, por poder planejar implementação de maior escala.”
Mais uma vez, o estudante trabalhou com o orientador George Chacko, que utiliza técnicas de ciência de dados para traçar panoramas detalhados da estrutura da comunidade de pesquisa e da forma como se dá a difusão de conhecimento, a partir do impacto dos artigos e da revisão por pares.
“Desta vez consegui conhecer mais integrantes do grupo do George e participar de reuniões de planejamento semanal, algo que não é possível de se fazer online por conta da estrutura das salas e da reunião em si”, diz o aluno, que saiu do Brasil no dia 8 de junho e retornou em 2 de agosto.
Ao longo desse período, Lamy participou de dois projetos, ambos em parceria com Tomás Alessi, seu amigo e colega de turma no Insper. “O George nos apelidou de ‘Glimmer Twins’, em referência a pareceria entre Mick Jagger e Keith Richards, pois trabalhamos muito bem em dupla”, ele lembra.
“O primeiro projeto consistia no desenvolvimento de uma interface gráfica para que alguém leigo à programação pudesse utilizar o código da CM Pipeline, um pedido do professor Charles Kirschbaum, do Insper”, relata.
O segundo foi a implementação de um workflow para um algoritmo desenvolvido pelo professor da UIUC Elfarouk Harb. “O George nos orientou para focar no workflow do algoritmo DSE, de extração de subgrafos densos dentro de uma rede. Nós conseguimos entregar o que foi proposto para os dois projetos, mas eles ainda estão em andamento, e nós dois ainda estando ativamente envolvidos neles, afirma o aluno.
As duas experiências foram bem diferentes, avalia Lamy. “Na primeira, senti como se fosse um aprendizado próprio. Fui atrás de conceitos e implementações básicas, para que eu pudesse entender de maneira quais são as diferentes partes do projeto maior desenvolvido pelo grupo do George e como ela funciona”, diz. “Nesta vez foi a prática do que eu aprendi no ano passado, e uma continuação muito mais aplicada do que vinha fazendo de modo remoto durante esses últimos dois semestres.”
Desta vez havia mais alunos do Insper, oito ao todo, o que também contribuiu para a experiência se mostrar mais confortável. “A gente se juntava para assistir aos jogos da Copa América e da Eurocopa, fazer chá todo dia de noite no quarto do Marcelo Marchetto, escalar com o André Corrêa Santos, ir para a academia todo mundo junto, comprar caixas de sanduíches de sorvete no Target e comer no caminho porque não haveria onde guardar”, conta Lamy.
“Tivemos uma noite brasileira com música ao vivo do Goio Lima, um músico brasileiro que está buscando doutorado lá. Fomos convidados para comer feijoada na casa de uma professora brasileira, que nos recebeu muito bem e a comida estava ótima”.