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Ex-alunos do Insper lideram operação da Antler no Brasil

O fundo global de venture capital early stage já aportou 4,5 milhões de reais em seis startups criadas no seu programa de residência. Até 2028, a expectativa é investir em 100 startups

O fundo global de venture capital early stage já aportou 4,5 milhões de reais em seis startups criadas no seu programa de residência. Até 2028, a expectativa é investir em 100 startups

Equipe da Antler
Equipe da Antler com empreendedores do primeiro programa de residência no Brasil, em 2022

 

Tiago Cordeiro

 

Em 2017, o empreendedor Magnus Grimeland — ex-colega de classe dos fundadores do Facebook Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin na Universidade Harvard — criou em Singapura a Antler. Trata-se de um fundo global de venture capital early stage (para negócios em estágio inicial) com o objetivo de selecionar empreendedores promissores e apoiá-los na jornada de construção de suas startups, começando pelo dia zero.

Ambiciosa, a empresa de capital de riscos apoia o empreendedor desde o início com a exposição a outros co-founders, acesso a coaching para validação da tese e possibilidade de receber investimento. Em cinco anos, investiu em 800 startups, distribuídas em mais de 30 setores, como biotecnologia, Web3, finanças e varejo. Além disso, 71% das empresas estão alinhadas com pelo menos um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e mais de 210 das investidas são consideradas como empresas de impacto.

No início de 2022, a empresa, que já tem escritórios em 25 locais, em todos os continentes, se instalou no Brasil, na capital paulista. Recentemente, finalizou seu primeiro programa de residência, que resultou no aporte de 900 mil dólares, valor próximo a 4,5 milhões de reais na cotação atual, em seis startups de segmentos como healthtech, pet care e biotech. Das 62 pessoas que participam do programa, 32% são mulheres e 27% se autodeclaram negras ou pardas, percentual superior à média do mercado de venture capital.

As startups selecionadas foram: Basemaker, uma plataforma em que criadores de conteúdo alugam suas audiências de maneira anonimizada para anunciantes; Guardadoria, dedicada a fazer com que a sucessão de patrimônio e o planejamento de herança fiquem mais escaláveis e acessíveis para famílias por meio de tecnologia; MABE Bio, uma startup de biotecnologia que desenvolve materiais mais sustentáveis para a indústria da moda; RHevolut, que ajuda empresas a encontrarem os melhores candidatos para as vagas que estão abertas; Snout, um hub de saúde e bem-estar para pets, e Straloo, uma one-stop-shop para tratamentos ortopédicos digitais.

 

Vínculo com o Insper

Entre os líderes da Antler no Brasil, dois são ex-alunos do Insper: Rafael Mastrocola, capital diretor, e Beatriz Montiani, program director. Ele concluiu a graduação em Economia em 2006 e retornou à escola para realizar um curso de fusões e aquisições em 2012. Ela cursou pós-graduação em Marketing Management de 2007 a 2009 e retornou ao Insper para o curso de Private Equity & Venture Capital.

“A graduação foi muito importante do ponto de vista de conteúdo. Foi essencial para me preparar para trabalhar com bancos, um sonho da maioria das pessoas que cursavam Economia na minha época”, lembra Mastrocola, que trabalhou no Citi, no Merrill Lynch e no Santander. “Desde então, praticamente toda semana converso com alguém que cursou o Insper, o que gera uma conexão muito rápida. São pessoas que hoje estão em posições muito relevantes e valorizam o networking e a comunidades formada pela escola.”

O rigor teórico e a rede formada pelos cursos da instituição também marcaram a trajetória de Montiani. “O Insper foi superimportante na minha formação, além de ampliar minha rede de contatos com a pós-graduação. O curso de Venture Capital foi relevante quando conduzi o Programa de Aceleração da Visa e agora na Antler.”, relata ela, que trabalhou nas empresas Visa, Santander, Thomson Reuters, Deutsche Bank e ABN AMRO Bank.

 

Questionamentos importantes

Os dois ocupam postos de liderança na Antler desde o início das operações no Brasil. “Atuamos em um segmento no qual existe um gap muito grande e uma oportunidade de aplicar processos e tecnologia para contribuir para que empreendedores promissores ganhem escala. Foi essa oportunidade que me chamou a atenção, além do fato de que os líderes da Antler são operadores, investidores e consultores experientes”, diz Mastrocola.

A plataforma da Antler tem 2 fases:

• Fase 1: o programa de residência é presencial, no Cubo, e tem duração de  dez semanas, com o foco na criação de times e validação de teses;

• Fase 2: Com duração de 3 meses, os times (startups) que receberam investimento têm a missão de colocar o MVP na rua, conquistar os primeiros clientes e se preparar para a próxima rodada de captação (Seed). Além disto, eles têm a opção de continuar (ou não) instalados por três meses no Cubo..

“São de 60 a 70 founders participantes. Na terceira semana do programa de residência, inicia-se a formação dos times, e eles começam a trabalhar em uma tese. Temos um coach designado para cada time e os times que se destacam são convidados a irem para o Comitê de Investimento.

“Atuamos de forma agnóstica, sem pretensão de nos (Antler) especializar em perfis específicos de indústria”, aponta Montiani. “Apresentamos muito mais questionamentos do que respostas, para que a tese da startup se fortaleça e, com ela, sua capacidade de crescer.”

“Em meados de maio, começaremos os Comitês de Investimento do segundo programa de residência. Nosso modelo de negócios virou business case de Harvard. É um modelo de sucesso”, celebra Mastrocola.

 

Até 50 milhões de dólares

Para a realização dos investimentos, a Antler Brasil está captando recursos para seu primeiro fundo local, que deve ter entre 30 milhões e 50 milhões de dólares, com duração de 5 anos para os aportes. A perspectiva é que esse montante entregue cheques para até 100 startups durante esse período, todas provenientes dos programas de residência.

Considerando na média global da Antler, que investe em um terço dos negócios criados em cada um dos programas de residência, a perspectiva, para o Brasil, é investir, até o final do ano, em cerca de 20 investimentos. Ainda considerando a média global, a proposta é investir em 100 startups nacionais até 2028.

“O Brasil tem potencial para participar do cenário de inovação global”, afirma Mastrocola, “E vamos participar ativamente desse processo.”

 

 

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