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De volta às atividades do curso de Engenharia de Computação do Insper, o aluno André Corrêa Santos, do oitavo semestre, já pode fazer um balanço dos dois meses que passou no programa de verão em pesquisa da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos Estados Unidos. No laboratório Parasol, Santos trabalhou no projeto de um sistema de interação em realidade virtual com articulações robóticas usadas em áreas de risco. A missão era programar um sistema de aprendizado para robôs a partir da demonstração humana de gestos e movimentos, que fosse suportado por realidade virtual (RV) e aumentada (RA) e preservasse as funcionalidades da robótica.

 

No Brasil, a pesquisa foi supervisionada por Luciano Pereira Soares, professor dos cursos de Engenharia do Insper que o orientou no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Tecnológica (PIBITI). Nancy Amato, diretora do Parasol Lab, e o professor Marco Morales foram os orientadores em Illinois. O projeto se alinhou ao aprendizado no curso de Engenharia de Computação. “Cursei boa parte das matérias de jogos digitais, realidade virtual e realidade aumentada”, diz Santos. “O trabalho permitiu aplicar muito do que eu já havia estudado no Insper. Foi uma união legal porque eu tinha experiência em programação nessas áreas e eles tinham o arcabouço teórico da robótica, que era novidade para mim.”

 

Os orientadores estabeleceram uma meta bastante razoável para os dois meses de programa de verão, facilitada por decisões rápidas. Assim, a equipe atingiu os objetivos com uma dedicação de seis a oito horas por dia, garante o aluno. Um resumo do projeto foi apresentado, no dia 23 de setembro, na Conferência em Robótica e Automação (Icra) do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), em Roterdã, na Holanda. Santos acompanhou a equipe de doutorandos do Parasol, prestigiada pela presença de Nancy Amato.. “Foi um luxo poder me dedicar assim ao projeto, porque na faculdade, às vezes, temos que entregar os trabalhos de uma semana para a outra. Fiquei orgulhoso com o resultado do trabalho”, diz.

 

Dos dias no laboratório, Santos guardou a lembrança de um lugar vivo, sempre cheio de gente, com uma base cultural parecida com a dos colegas de graduação no Brasil. “Foi mais fácil me adaptar do que imaginava”, afirma. “Havia várias pessoas de outras faculdades que também estavam passando pelo programa de verão em Illinois. Os alunos de graduação que faziam o projeto comigo, por exemplo, eram novos no laboratório, então foi novidade para todo mundo. Se eu travava em algum problema, a Grace, minha dupla de trabalho, me ajudava a resolver. E eu podia ajudá-la quando descobria antes como sair do problema.”

 

Santos relata: “O laboratório tem 40 alunos de Ph.D. por perto e mestres para responder a quaisquer dúvidas, todos sempre atenciosos. Estava lá também o Marcelo Marchetto, aluno do Insper, que trabalhava em outro projeto, mas logo ao lado. Tínhamos reuniões semanais com o Luciano Soares, o Marco Morales e a Nancy Amato. A Nancy dirige o Parasol, coordena uma porção de projetos da universidade e ainda comparecia às reuniões para passar orientações gerais. Fiquei impressionado, porque não imaginei que ela, com tantas responsabilidades, pudesse dar tamanha atenção para um projeto de verão”.

 

André Santos e colegas da equipe apresentam resultados do projeto na Conferência em Robótica e Automação (Icra) , em Roterdã, na Holanda; a última à direita é Nancy Amato, diretora do Parasol Lab André Santos e colegas da equipe apresentam resultados do projeto na Conferência em Robótica e Automação (Icra) , em Roterdã, na Holanda; a última à direita é Nancy Amato, diretora do Parasol Lab

 

Nas semanas posteriores ao retorno a São Paulo, Santos precisou se afastar da pesquisa para terminar o relatório do projeto de iniciação tecnológica no Insper, entregue no dia 29 de agosto. “Agora retomaram o cronograma de reuniões semanais e estou voltando a trabalhar com o laboratório”, diz. “Tenho acesso a todos os dispositivos de realidade virtual no laboratório do Insper e a uma parte deles em casa, logo, para mim, é fácil testar aqui no Brasil o que estão fazendo lá. Ainda converso bastante com a Grace e fico tranquilo em saber o que está rolando por lá e em contribuir como eu posso a distância.”

 

As horas de almoço e jantar foram aproveitadas para confraternizar com a equipe do Parasol e os outros sete alunos do Insper enviados ao programa de verão. Teve até viagem de turismo a Chicago. Mas o lazer preferido era um pouco mais desafiador. “No início deste ano, em São Paulo, eu comecei a praticar escalada esportiva”, conta. “E, por algum acidente divino, havia uma parede de escalada na academia da faculdade. Eu ia lá dia sim, dia não, depois do turno de trabalho. E pedalava todos os finais de semana até uma academia grande de escalada, localizada um pouco mais na periferia da cidade. Era uma maravilha poder andar de bicicleta para escalar. Aqui em São Paulo eu não consigo andar de bike tão livremente.”

 

Santos revela que o colega Marchetto sabe usar como ninguém as ferramentas de mercado digital. “Ele encontrou um vendedor que estava vendendo bicicletas boas, extremamente baratas. A gente comprou e, no último dia, conseguiu vender. No fim, não aluguei a bike, mas saiu no zero a zero”, afirma.

 

Quando era criança, Santos morou por seis meses em Washington D.C., a capital dos Estados Unidos, enquanto a mãe dele dava aula como professora visitante da Universidade Georgetown. Fora isso, sempre morou na capital paulista. Pela primeira vez, portanto, ele viveu fora da casa dos pais — e a cerca de 8.200 quilômetros de distância.

 

Aqueles dois meses foram como um “test drive”, ele brinca, para a possibilidade de ficar longe da família por um período mais prolongado, caso opte por um mestrado ou um emprego em outra cidade. “Lá no dormitório, havia um corredor só de brasileiros. Se ficasse entediado no final da tarde, era só abrir a porta e entrar no quarto de um amigo para bater papo. À noite, a gente saía para jantar ou fazer alguma coisa. Era muito legal”, recorda.

 

As escaladas também renderam novos amigos, que ele foi conhecendo nas academias, curiosamente todos de Engenharia de Computação, Ciência da Computação ou Física. Para todos, fez questão de perguntar o que estavam fazendo. A resposta era quase sempre mestrado ou no doutorado. “Boa parte falava que a pós-graduação era difícil demais, que eu deveria ir para a indústria e ganhar dinheiro”, diz. “Deu pra entender os motivos de cada um, claro. Estou chegando perto do momento de decidir o que vou fazer após a faculdade. O importante é que, com todas aquelas conversas, estou mais bem informado na minha orientação de carreira.” Dizem que a prática da escalada melhora a concentração e prepara para as eventuais quedas, mas o propósito segue o mesmo: enfrentar, sem medo e pressa, qualquer obstáculo.

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