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A participação feminina na alta liderança das empresas brasileiras permanece baixa e distante da equidade de gênero no mundo corporativo, indica a pesquisa Panorama Mulheres 2025, lançada no dia 9 de junho, no Insper. Realizada pelo Instituto Talenses Group em parceria com o Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, a pesquisa também avalia as práticas institucionais voltadas à promoção da diversidade em empreendimentos de diversos setores e portes.

 

Da amostra de 310 empresas coletada em 2024, 224 companhias têm presidência formalizada e apenas 39 são lideradas por mulheres, representando 17,4% do total. Ao longo do tempo, a situação não melhorou. A participação feminina em cargos de liderança continua inalterada em relação às três edições anteriores da pesquisa e ainda é inferior à média mundial de 29%, estimada pelo Global Gender Gap Report 2023.

 

O Panorama Mulheres 2025 ressalta que, no ritmo atual, a paridade de gênero levaria mais de 160 anos para ser alcançada. Cadastre-se abaixo para receber o relatório completo:

 

 

Os dados comprovam que a agenda de gênero e raça não é assunto superado, segundo a professora Ana Diniz, coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero. Cerca de 90% das presidências, tanto femininas quanto masculinas, são ocupadas por pessoas brancas. “Observamos uma estagnação preocupante na subrepresentação feminina, que persiste ao longo do tempo — especialmente no caso de mulheres negras, indígenas e com deficiência”, diz Ana Diniz. “Isso evidencia um problema ainda não resolvido. Mas, se aponta desafios, a pesquisa também revela caminhos: sabemos que ações estruturadas, aliadas a compromissos públicos, são fundamentais para promover avanços concretos.”

 

Nas 61 empresas com conselhos de administração ativos, apenas 17,1% das cadeiras são ocupadas por mulheres. Em 57,4% desses conselhos, não há nenhuma mulher entre os membros. A pesquisa revela que a maior parte das mulheres chegou à presidência das empresas por meio de trajetórias empreendedoras, em detrimento da ascensão via carreira executiva. Nos cargos de vice-presidente, o cenário piorou. A proporção de mulheres caiu de 34%, em 2022, para 20%, em 2024. Em 58,9% das empresas, não há mulheres na vice-presidência.

 

Ao avaliar as práticas institucionais, a pesquisa constata a queda no percentual de companhias que afirmaram manter estratégias de ESG (ambientais, sociais e de governança): de 59%, em 2022, para 54,2%, em 2024. Somente 29,2% das organizações listam as políticas de promoção de mulheres a cargos estratégicos entre as ações mais comuns de ESG.

 

O Panorama Mulheres 2025 observa que a promoção da equidade de gênero no mundo corporativo precisa ser acompanhada por políticas concretas, metas bem demarcadas e compromissos institucionais que levem a transformações reais. “Historicamente, os homens chegaram à presidência com mais facilidade porque sempre tiveram maior acesso a redes de poder e oportunidades de promoção, afinal as estruturas corporativas foram criadas por homens e para homens”, afirma Carla Fava, diretora executiva do Instituto Talenses.



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