Em seu artigo inaugural, o docente do Insper se inspira em uma frase de Clarice Lispector para analisar a importância do risco no mundo das finanças
O professor Ricardo Humberto Rocha, docente de Finanças no Insper, estreou uma coluna quinzenal na revista Veja Negócios, lançada recentemente pela Veja. Em seu texto inaugural, publicado em 16 de maio sob o título “A salvação é pelo risco”, Rocha cita uma frase da escritora Clarice Lispector como mote para refletir sobre a importância do risco no contexto das finanças. Ele explora como a compreensão profunda das finanças, abrangendo desde o comportamento dos mercados de capitais até o orçamento doméstico, pode nos proporcionar uma visão crítica e positiva do mundo ao nosso redor.
Rocha define finanças como um campo multifacetado que engloba Finanças de Mercado, Corporativas, Públicas, Comportamentais e Pessoais, todas com o objetivo de otimizar decisões de investimento, crédito e encontrar o equilíbrio entre desejos e necessidades. O professor do Insper recomenda a leitura do livro Finanças para uma Boa Sociedade, do economista americano Robert Shiller, para entender como as finanças, apesar de serem frequentemente criticadas por seu papel em crises econômicas e desigualdades, são ferramentas essenciais para alcançar uma sociedade melhor e mais justa.
Shiller, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 2013, defende que as finanças, quando utilizadas de forma responsável, podem ser instrumentos poderosos para solucionar problemas sociais, promover inovação e aumentar a eficiência. A leitura dessa obra serve como um primeiro passo para perceber que orçamentos bem planejados podem otimizar decisões tanto no âmbito político quanto empresarial, contribuindo significativamente para o bem-estar social.
A globalização financeira, especialmente após o Acordo de Bretton Woods (1994) e com o avanço da tecnologia da informação e da internet, intensificou a necessidade de um letramento financeiro adequado. Em seu artigo, Rocha analisa as diversas crises financeiras das últimas décadas e o impacto da crise da covid-19, ressaltando a importância de entender esses processos para que possamos tomar decisões informadas como consumidores e contribuintes. Ele menciona inovações como fintechs, sandbox regulatório, open finance e finanças verdes como ferramentas transformadoras do cotidiano das pessoas. Inspirado por Clarice Lispector, Rocha conclui que aceitar e compreender o risco nos mercados financeiros é crucial para melhor convivermos com ele, e promete explorar o perfil do investidor brasileiro em seu próximo artigo.
Graduado em Administração de Empresa pela Fundação Armando Álvares Penteado (1986), Rocha fez o mestrado em Administração na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2001) e o doutorado em Administração na Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (2007). Desde 1999, é professor no Insper, onde leciona a disciplina Mercados Financeiros 360, na graduação de Administração, Economia e Engenharias. Também ministra a disciplina Mercados Financeiros e de Capitais, nos cursos de pós-graduação.
Com 10 livros publicados, Rocha é CFO certificado pelo IBEF (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e foi executivo de instituições financeiras por 17 anos. Hoje atua como consultor em diversas instituições, incluindo Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e bolsa B3. É consultor também da Planejar e conselheiro da Ancord (Associação Nacional das Corretoras de Valores).