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Professores do Insper apresentam nos EUA resultados de pesquisa sobre ensino de computação

Igor Montagner, Rafael Ferrão e Andrew Kurauchi escreveram artigo sobre a experiência das múltiplas avaliações de alunos na disciplina Developer Life

Igor Montagner (foto), Rafael Ferrão e Andrew Kurauchi escreveram artigo sobre a experiência das múltiplas avaliações de alunos na disciplina Developer Life

 

Leandro Steiw

 

Os professores Igor Montagner e Rafael Corsi Ferrão, dos cursos de Engenharia do Insper, apresentaram, no dia 23 de março, os resultados de um artigo científico no SIGCSE 2024, um dos mais importantes congressos internacionais sobre ensino de Ciência da Computação, realizado em Portland, nos Estados Unidos. Eles assinam o trabalho sobre experiência aplicada na disciplina Developer Life com o também professor do Insper Andrew Kurauchi e os pesquisadores Mariana Silva e Craig Zilles, da norte-americana Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.

Na pesquisa, os autores investigam os efeitos da segunda chance em avaliações de estudantes na disciplina introdutória de programação e engenharia de software. Parte do primeiro semestre de curso, Developer Life ocupa 32 horas da grade por semana e, para alguns jovens que acabaram de entrar na faculdade, não é impossível se perder na velocidade de progressão dos conteúdos. Os alunos foram submetidos a cinco testes de baixo risco, focados em tópicos únicos, e cinco exames de alto risco, que avaliam todos os objetivos de aprendizagem.

Os professores concluíram que oferecer segundas chances nos testes diminui o número de alunos em risco de reprovação antes do primeiro exame e que a competência dos alunos em tarefas de codificação — medida pelas notas dos exames — melhora durante o semestre. E também que esse planejamento reduz a ansiedade e a carga mental dos alunos, mas apenas depois que os alunos aproveitam a primeira oportunidade. A experiência está relatada no artigo “Evaluating mastery-oriented grading in an intensive CS1 course”, apresentado no SIGCSE.

Em setembro de 2022, o Insper e a Universidade de Illinois formalizaram um acordo de colaboração em áreas como tecnologia educacional, preparação de professores, desenvolvimento de pesquisa aplicada, intercâmbios e duplas titulações. O professor Montagner acredita que o aceite do artigo no SIGCSE está diretamente ligado à parceria. “Fomos um dos poucos grupos brasileiros que conseguiu acessar esse congresso, considerado um dos principais eventos do mundo”, diz. “Acredito que é um resultado importante da parceria com o pessoal de Illinois, que nos ajudou tanto na metodologia quanto na escrita do artigo. O nível de qualidade do nosso trabalho evoluiu muito desde então.”

Montagner explica que o congresso é reconhecido pelo elevado rigor científico, na comparação com similares nacionais e boa parte dos internacionais. “É um espaço difícil de ter trabalhos aceitos”, conta. “A nossa sessão teve de 25% a 30% de aceite, e o nível dos trabalhos em geral é alto. Todos os pesquisadores fortes da área levaram os seus trabalhos para a SIGCSE — inclusive os que produziram como primeiros autores —, assistiram às apresentações e fizeram perguntas. Poucas vezes participei de um evento no qual todo mundo perguntava coisas que tinham muito a ver com o trabalho.”

Na opinião do professor, o congresso destaca-se em relação à quantidade de citações e ao tamanho e impacto dos trabalhos. “O processo de revisão é bem caprichado”, diz. “Recebemos cinco revisões, que é mais do que todos os lugares que conhecia. E as pessoas eram bem colaborativas, passavam nas sessões, davam sugestões, relacionavam com outros estudos que existem. Achei um lugar bacana para encontrar pessoas que gostam de pesquisar a educação de verdade e não só fazer coisas interessantes no próprio curso. É um dos principais meios para se manter atualizado em ensino da computação.”

Uma das particularidades citadas por Montagner é a possibilidade de conversar com pesquisadores renomados além das sessões de trabalho. “Por causa também do pessoal de Illinois, acabamos dividindo o almoço e rodas de conversa com pessoas que têm carreiras de pesquisa em educação fantásticas. Para um evento daquele porte, era um lugar estranhamente receptivo. Talvez faça sentido, porque as pessoas trabalham em educação, mas em termos de ser algo colaborativo, que as pessoas estavam lá para ajudar, para melhorar a área, é mais do que qualquer outro lugar que já vi.”

 

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