O trabalho de Alison, Gabrielly e Rafaela, da Engenharia de Computação, está entre os três melhores projetos de educação do concurso nacional de ideias para dispositivos móveis
Leandro Steiw
O trabalho dos alunos Alison Araujo de Oliveira, Gabrielly Carneiro Susko e Rafaela de Oliveira Alexandre, da Engenharia de Computação do Insper, está entre os finalistas da 12ª edição do Campus Mobile, um concurso nacional de ideias e soluções para dispositivos móveis. Eles ficaram no Top 3 da categoria Educação, com o Projeto Horizontes, um protótipo de aplicativo que recomenda disponibilidades acadêmicas e profissionais conforme os interesses do usuário.
Em fevereiro, os três estudantes participaram da semana imersiva da competição, junto com outros 96 grupos de acadêmicos de 26 estados. Foram cinco dias de palestras, dinâmicas com psicólogos e encontros com especialistas em inovação e modelos de negócios, que acabaram definindo os 18 finalistas, divididos em seis categorias — cada um já recebeu um prêmio de 2.700 reais. Na próxima etapa, os 18 serão ajudados por profissionais para a finalização dos protótipos. O grupo vencedor do Campus Mobile ganhará uma viagem para o Vale do Silício, nos Estados Unidos.
O Projeto Horizontes foi desenvolvido na disciplina Co-Design de Aplicativos, do segundo semestre das graduações em Engenharia de Computação, Mecânica e Mecatrônica. “As trilhas de design e empreendedorismo dos cursos de Engenharia do Insper buscam fomentar em nossos estudantes um olhar para construção de soluções que sejam desejáveis, factíveis e viáveis e que, principalmente, estejam conectadas com problemas do mundo real”, diz André Santana, professor da disciplina.
Segundo Luiz Fernando Durão, também professor de Co-Design de Aplicativos, os alunos tiveram um avanço importante na caracterização do problema durante a disciplina. “O entendimento em relação ao usuário foi primordial nesse processo e, desde as entrevistas até os testes, foram importantes para consolidar a dor do usuário”, afirma Durão. Não foi a primeira vez que grupos da Engenharia do Insper participaram do concurso. Os dois professores concordam que tem sido empolgante ver os estudantes concorrendo no Campus Mobile com a garra e a determinação de quem busca saber mais.
A experiência da semana imersiva contou muito na evolução dos graduandos. “Nossos alunos tiveram a oportunidade de conviver com empreendedores de diferentes lugares do Brasil e de compartilhar e aprender com a diversidade brasileira, com os desafios de apresentar um projeto estruturado em sala diante de diversos especialistas na área de inovação”, diz Santana. “Foi incrível poder acompanhar nossos alunos nessa jornada, em horários atípicos de produtividade e validando todo o conhecimento que viram em nossas disciplinas.”
A intensidade da etapa de imersão chamou a atenção de Gabrielly. Ela observa que, aproveitando o convívio entre equipes de todo o Brasil, os participantes puderam conhecer mais a fundo cada projeto. “Dava até um medinho, porque todos estavam muito bons”, conta ela. “Mas tínhamos o mentor e a embaixadora do Campus Mobile o tempo todo nos auxiliando, dando orientação. Esse momento de troca foi extremamente valioso. Foi bacana aprender com outras equipes, pois não era um ambiente competitivo. O pessoal realmente estava se ajudando, independentemente de pertencer à mesma categoria do concurso. Tanto por parte da equipe do Campus Mobile quanto dos competidores, encontramos um ambiente bastante acolhedor.”
Para Alison, o reconhecimento é motivo de felicidade. “O desenvolvimento do Horizontes, junto da Gabi e da Rafa, tem sido muito prazeroso e gratificante”, afirma. “Chegamos até aqui muito alinhados e com a mesma paixão do início. Vejo potencial no Horizontes e estou muito animado e otimista com o que vem pela frente. Nesses últimos meses, desde quando nasceu o grupo, junto dos professores Luiz Durão e Maria Alice Monticelli, até agora, amadurecemos muito a nossa ideia e o nosso trabalho.”
Gabrielly concorda com Alison. “Desde a fase preparatória, crescemos muito como projeto e como empreendedores”, diz. “Aprendemos sobre o modelo do negócio, realizamos pesquisas de mercado. Isso nos fez sentir que o Horizontes é algo palpável. A sensação de chegar até a final é a validação de que a nossa ideia realmente pode fazer a diferença, com capacidade de impactar a vida dos estudantes. Para nós, esse reconhecimento do Top 3 é indescritível, ainda mais que estamos no começo da graduação e competimos com pessoas que estão formadas ou que já atuam no mercado.”
Os três alunos citam também a importância do apoio do mentor Rafael Eiki, da embaixadora Amanda Galvão e do professor André Santana para o aperfeiçoamento do protótipo. “Evoluímos de um jeito que, para mim, era inimaginável”, diz Alison. “Foram cinco dias intensos respirando, acordando e indo dormir com o Horizontes, que acabou se tornando um novo projeto, cada vez mais estruturado e palpável. Faremos o possível para que nossos usuários sejam os protagonistas de suas próprias histórias, que embarquem em novas oportunidades antes desconhecidas e se desenvolvam academicamente da forma que quiserem.”
Santana acredita que o grupo está no caminho certo. “O Projeto Horizontes com certeza tem contribuições sólidas para tornar o espaço de oportunidades acadêmicas mais democrático, inclusivo e com a possibilidade de ajudar mais jovens a darem o próximo passo”, diz. Como Gabrielly relata, lá na imersão do Campus Mobile não foram poucos os que lamentaram não ter um aplicativo semelhante quando começaram a estudar ou trabalhar.