O coordenador do Comitê Alumni de Fundraising, Franco Veludo, destaca a importância de promover a cultura de doações para o Fundo de Bolsas
Bruno Toranzo
A Comunidade Alumni do Insper é formada por cerca de 31 mil ex-alunos. Desses, 439 doaram um total de R$ 1,5 milhão ao Programa de Bolsas em 2023. Para 2024, a meta é chegar a 1.000 alumni doadores, que têm diversas opções para fazer suas contribuições e ajudar a dar oportunidades para jovens talentos.
Um dos grupos que atuam no esforço de captar recursos para o Programa de Bolsas é o Comitê Alumni de Fundraising. “O principal objetivo do Comitê Alumni de Fundraising, responsável pela coordenação dos esforços de arrecadação, é aproximar os ex-alunos dessas iniciativas que buscam recursos para projetos de interesse da escola, em especial para o Programa de Bolsas”, diz Franco Veludo, coordenador desse comitê e também doador, tendo cursado Administração no Insper entre 2004 e 2007. “Temos um fórum para manter o relacionamento com a Comunidade Alumni, identificando as ações de interesse dela, para que possamos desenvolvê-las em parceria.”
O Comitê Alumni de Fundraising sugere e participa de eventos para captar recursos voltados para o Programa de Bolsas. Entre eles está o Treinão, um evento de caminhada e corrida realizado anualmente no Parque do Ibirapuera e que conta em média com 200 inscritos. No evento anual Alumni Day, são igualmente feitas algumas atividades, como leilão de produtos que chamam a atenção do público. “Já leiloamos bicicleta elétrica e camisa da seleção brasileira autografada por Cafu. Toda a arrecadação do leilão, que já chegou a R$ 30 mil em um dos eventos anuais, é direcionada para o Programa de Bolsas”, diz Veludo.
“É a forma de permitir com que as pessoas capazes de estudar na universidade, que passaram, portanto, no vestibular, possam fazer o curso independentemente da sua renda. O Programa de Bolsas elimina essa restrição financeira que não tem relação com mérito e capacidade”, observa Veludo. Segundo ele, há um ganho para todos os alunos, já que os bolsistas desenvolvem o senso crítico na sala de aula, pois são pessoas inseridas em contextos diferentes que trazem novas experiências e vivências. “O bolsista, ao trazer um background diferente, enriquece a educação de todos, tornando a sala de aula mais diversa e inclusiva”, afirma.
Círculo virtuoso
Com o passar dos anos, o Insper deixou de exigir a restituição da bolsa integral concedida aos alunos. Isso é relevante, segundo Veludo, porque algumas famílias de bolsistas que entravam na faculdade tinham receio de não conseguir restituir o valor da bolsa. Dessa forma, preferiam as universidades públicas, que ficavam em uma posição de vantagem na atração desses estudantes.
A bolsa parcial deve ser restituída com carência, o que significa que o Insper cobre — sem exigir a devolução — parte do curso, com o valor não coberto podendo ser pago, por meio de juros subsidiados, somente depois de o aluno finalizar a graduação, entrar no mercado de trabalho e passar a gerar renda. “É esperado que os bolsistas depois de formados, especialmente os integrais, contribuam com o Programa de Bolsas. Esse é o círculo virtuoso, com o bolsista reconhecendo a relevância da iniciativa para sua vida profissional e passando a doar para que o programa se perpetue e, mais do que isso, se fortaleça”, diz Veludo.
Embaixadores Alumni
Uma das iniciativas concebidas por membros da Comunidade Alumni Insper para angariar recursos e ajudar o Programa de Bolsas é a campanha dos Embaixadores Alumni. Atualmente, esses Embaixadores contribuem com uma cota anual, beneficiando cerca de 20 bolsistas integrais anualmente. Desde o início do grupo em 2021 até 2023, mais de 80 Embaixadores Alumni colaboraram para arrecadar aproximadamente R$ 2,6 milhões para o Fundo de Bolsas.
Segundo Veludo, os Embaixadores — alguns deles também ex-bolsistas — viabilizam o estudo para jovens que não têm condições de arcar com as mensalidades da graduação. Profissionais bem-sucedidos, esses Embaixadores atuam em diversos setores, com destaque para o mercado financeiro, de startups e de fontes de energia alternativas, como a eólica.
Para 2024, a meta do Comitê Alumni de Fundraising é lançar iniciativas que possibilitem um tíquete menor de doação em comparação com o do programa dos Embaixadores Alumni, para aumentar a quantidade de doadores. “Podemos estruturar isso recorrendo às instalações da escola. Por exemplo, dar o nome do doador a um tijolo em uma escada ou em alguma parede. Essa é uma simbologia que costuma chamar a atenção das pessoas, auxiliando assim a cumprir nosso propósito de fortalecer cada vez mais o Programa de Bolsas”, finaliza Veludo.