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80% dos CFOs que atuam no Brasil têm pós-graduação

Insper e consultoria Assetz lançam a terceira edição da pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil”, que traça o perfil dos diretores financeiros no país 

Insper e consultoria Assetz lançam a terceira edição da pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil”, que traça o perfil dos diretores financeiros no país 

 

Tiago Cordeiro

 

Os diretores financeiros (CFOs) que atuam no país são homens (87% do total) autodeclarados brancos (90,4%). Em 80% dos casos, têm formação acadêmica e educação formal especialmente em Administração, Ciências Contábeis e Ciências da Computação ou Tecnologia da Informação, sendo que 55% se formaram em instituições de ensino privadas — e 27% fizeram uma segunda graduação, 88% deles em universidade privadas. A cada 100 profissionais, 95 são brasileiros.

Mas, quando se filtra o perfil em busca das expressões de diversidade no cargo, alguns indicadores saltam à vista. Por exemplo: 91% das mulheres e 100% dos negros CFOs têm pós-graduação. Do total de pós-graduações, 22% foram concluídas no exterior, índice que sobe para 91% entre as mulheres e 71% entre os negros.

Estes são alguns dados da terceira edição da pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil 2023 e os Desafios no Ambiente de Transformação Tecnológica”, uma realização do Insper em parceria com a Assetz, consultoria especializada em recrutamento para posições de liderança em Finanças. O trabalho mapeia o perfil dos líderes na área. Também busca identificar como eles se posicionam, seja dentro das empresas, seja em relação ao cenário macroeconômico.

O estudo foi lançado em um evento no auditório do Insper, no dia 23 de agosto, durante a apresentação da 2ª edição do Finance Career Perspective, um anuário sobre carreira em Finanças desenvolvido pela Assetz.

 

Diferentes posturas

Foram contatados para o trabalho 131 executivos das maiores empresas do país, obtendo-se 83 respostas válidas e completas. Para a seleção dos participantes, os entrevistadores entraram em contato com CFOs provenientes de companhias que registraram uma receita superior a R$ 1 bilhão no ano de 2021. Na distribuição por setores, 22% dos executivos ouvidos atuam na Indústria, 20% em Infraestrutura, Energia e Construção, 12% em Agronegócio, outros 12% em Petróleo e Gás e 4% estão em Varejo e Atacado.

O tema central abordado no levantamento foi a transformação digital. E ficou claro que existe uma diferença de maturidade entre as organizações que atuam no país. Conforme apontou o professor Carlos Caldeira, coordenador do Centro de Estudos em Negócios do Insper, “as multinacionais com sede no exterior aparentam estar mais avançadas em termos de inovação e transformação digital, enquanto as empresas nacionais ainda enfrentam desafios mais elementares, tais como otimização operacional e segurança da informação”.

Para lidar com essa dificuldade, o estudo sugere que as áreas corporativas, em especial o setor de finanças, tendem a se tornar mais autônomas na criação e na implementação de soluções tecnológicas capazes de acelerar a transformação digital com base em ferramentas “no code”, que não demandam necessariamente a presença de desenvolvedores especializados.

 

Desigualdade de gênero

O estudo indica que 46% dos CFOs de grandes empresas no Brasil possuem alguma certificação, sinal de que procuram se manter atualizados com as melhores práticas e os padrões profissionais da área.

Assim como ocorre em relação à formação acadêmica, as mulheres também se destacam em comparação com a média: são apenas 13% do total dos entrevistados, mas respondem por 20% do total de certificações obtidas. São dados que sugerem que, para uma mulher ascender à posição de CFO, precisa investir em formação para superar obstáculos como o preconceito e a discriminação.

No geral, os líderes da área assumem o cargo pela primeira vez aos 39 anos e contam, em média, com nove anos de experiência na função. Entre as mulheres, a média de idade na primeira nomeação sobe para 41,4 anos, enquanto entre os negros é de cerca de 40 anos.

Boa parte dos líderes, 72%, já ocupava o cargo em empresas anteriores. Já entre os que foram promovidos internamente, 26% creditam o feito a duas habilidades comportamentais, em especial, mentoria e liderança, e 32% mencionam habilidade técnica em planejamento financeiro.

Não é comum, no entanto, grandes empresas buscarem no mercado CFOs que atuam em empresas de médio ou pequeno porte. Isso sugere que o movimento de diretores de grandes empresas para startups pode ser unidirecional, com as startups recrutando diretores de grandes empresas, enquanto é incomum ocorrer o contrário, principalmente no patamar de C-level de finanças.

 

Habilidades desejáveis

O trabalho também avaliou a abrangência territorial das responsabilidades: 65% dos CFOs operam primordialmente no âmbito local. Em empresas estrangeiras que contam com filiais no Brasil, é comum que os CFOs se concentrem exclusivamente nas operações e decisões financeiras locais, sem extensão para além das fronteiras brasileiras.

No que diz respeito aos domínios de atuação na empresa atual, cerca de 72% dos CFOs reportaram ter responsabilidades na área de Relações com Investidores (RI). Além disso, uma proporção significativa, 83%, afirmou ter encargos em áreas não diretamente relacionadas à gestão financeira. A Tecnologia da Informação surge como a área à parte de Finanças de maior responsabilidade para o CFO, o que reitera a relevância desse campo para os profissionais financeiros, seguida de Compras/Suprimentos e Jurídico.

Entre as competências comportamentais mais valorizadas, destaque para a categoria “resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade”, a mais mencionada pelos homens. Entre as mulheres, a mais citada é “resolução de problemas complexos”. Na sequência, na média dos entrevistados, surgem as competências de “inteligência emocional” e “liderança e influência social”, especialmente pertinentes à função, uma vez que os CFOs desempenham um papel determinante na gestão de suas equipes e na busca por resultados eficientes.

Indagados sobre quais habilidades comportamentais os CFOs consideram como necessárias para o sucesso profissional num contexto de transformação tecnológica, “capacidade de aprendizado contínuo” aparece com 30%. Em seguida, desponta a “curiosidade”, em 20%, que diz respeito à proatividade para aprender novas habilidades e experimentar novas tecnologias. “Flexibilidade”, a capacidade de se adaptar rapidamente a mudanças e a novas tecnologias, representa 11% das respostas.


Clique aqui para ter acesso na íntegra ao estudo.

 

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