Reaproveitamento dos materiais desses dispositivos usados deverá movimentar cerca de 23 bilhões de dólares no mundo em 2030
Bernardo Vianna
Como apontado em artigo da MIT Technology Review, a americana Apple anunciou, no último dia 13 de abril, que passará a utilizar apenas cobalto reciclado na fabricação de suas baterias a partir de 2025. O mineral é um dos principais componentes das baterias de íons de lítio e sua extração, além de altamente poluente, está concentrada em países com histórico de instabilidade política e de violação de direitos das pessoas que nela trabalham.
Segundo dados reunidos pelo Statista, publicação especializada em inteligência de dados, o valor do mercado global de reciclagem de baterias de íons de lítio em todo o mundo foi estimado em 5 bilhões de dólares em 2021. Prevê-se que esse valor vá crescer ao longo da década, atingindo 23 bilhões de dólares em 2030. Nesse mesmo ano, calcula-se que a demanda global por lítio vá ultrapassar a marca de 2 milhões de toneladas métricas, mais do que dobrando a demanda prevista para 2025.
A fabricação de baterias foi, em 2022, o maior uso final de lítio em todo o mundo. Essa aplicação representou 80% do consumo de lítio naquele ano, enquanto o uso em cerâmica e vidro representou outros 7%. De acordo com a publicação, o aumento na demanda de baterias para veículos elétricos continuará sendo um forte impulso ao consumo de lítio no futuro próximo, já que a tecnologia de baterias de íons de lítio é amplamente utilizada na produção de automóveis elétricos.
Em termos de capacidade de reciclagem de baterias, a China é o país que mais se destaca, tendo reciclado, em 2021, mais de 230 mil toneladas métricas. Essa quantidade é quase dez vezes a capacidade de reciclagem da Coreia do Sul registrada no mesmo ano, equivalente a 24 mil toneladas métricas de baterias. Em terceiro lugar, aparecem os Estados Unidos, com capacidade de reciclagem de 20 mil toneladas métricas.