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Diversidade está no cerne das disciplinas de tecnologia no Insper

Os professores Luiz Fernando Durão e André Santana, dos cursos de Engenharia, destacam a importância da pluralidade para estimular a inovação

Luiz Fernando Durao e Andre Santana (2)

Os professores Luiz Fernando Durão (esq.) e André Santana, dos cursos de Engenharia, destacam a importância da pluralidade para estimular a inovação

 

Bárbara Nór

 

Não é possível inovar sem a diversidade. Essa é a percepção que os professores de Engenharia do Insper Luiz Fernando Durão e André Santana vêm tendo de forma cada vez mais clara. Se os cursos das trilhas de design, tecnologia e empreendedorismo sempre foram pautados por questões sociais, abordando temas como a insegurança alimentar, a educação brasileira e a próprio intenção dos estudantes em identificar problemas em seus contextos sociais, nos últimos anos, Durão e Santana contam que queriam ir ainda mais longe.

De um lado, cada vez mais, a sociedade e o mercado esperam profissionais mais bem preparados para lidar com ambientes diversos. De outro, a própria inovação exige uma atuação mais plural e diversa. “Para desenvolver habilidades relacionadas à inovação e, de fato, resolver problemas do mundo real, as pessoas projetistas precisam se conectar de verdade com o contexto dos problemas que estão resolvendo. Por isso, é fundamental que as soluções sejam elaboradas por equipes com olhares diversos”, diz André Santana. “Quando estruturamos equipes com repertórios distintos, é possível identificar caminhos não óbvios e, portanto, empregar a inovação de forma mais sustentável, com o intuito de encontrar soluções que sejam realmente desejáveis para quem vivencia o problema.”

Ao mesmo tempo, a preocupação é garantir que os projetos falem com alunos vindos de diferentes realidades. “Queremos que estudantes de regiões diversas representem suas pautas, comunidades e contextos, tenham voz e possam se identificar com os projetos que desenvolvem”, diz Santana. “Nosso objetivo é que eles tenham contato com cases e cenários onde se vejam representados como parte do processo, que enxerguem a inovação de forma conectada com a realidade de onde vieram.”

Para Santana, é importante desmistificar a ideia de que inovação seria reservada apenas a tecnologias caras e acessíveis somente a uma parte da sociedade. “Criar uma solução para atacar um problema de transporte público, por exemplo, é super-relevante. No entanto, para que esses problemas possam ser resolvidos, é importante que pessoas que vivenciam os problemas façam parte da construção da solução”, diz Santana. “Mas muitos estudantes acabam tendo dificuldade de enxergar a inovação em projetos do seu cotidiano.”

Nesse processo, a interação com o Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão do Insper tem sido fundamental, segundo os professores. “Nós entendemos que design é uma ciência social aplicada, por isso é essencial ter esse apoio para trazer mais elementos de nossa sociedade para dentro das aplicações que desenvolvemos”, diz Luiz Durão. “O comitê tem nos ajudado a trazer pessoas diferentes para falar e nos fez repensar a bibliografia, trazendo sugestões de autores novos.”

Como resultado, uma das medidas em andamento é a revisão da própria ementa do curso. “Estamos estudando os autores e vendo como incluir mais autores pretos e mulheres”, afirma Durão. “Esses autores tratam das mesmas teorias, mas trazem esse olhar do viés na inovação e no desenho de produto, que são aspectos que queremos trazer mais para a discussão.”

Outra novidade tem sido diversificar cada vez mais os profissionais convidados para falar com as turmas do Insper. O objetivo é convidar mais mulheres, mais pessoas pretas, LGBTQIAPN+ e de diferentes regiões para contar suas experiências com inovação e com a solução de problemas que viveram na pele.

E, claro, a ideia é, cada vez mais, expor os próprios alunos às diferenças que existem entre si. Para isso, as equipes formadas entre os alunos no curso também estão cada vez mais mistas. “Queremos preparar o aluno para lidar com esses elementos de diversidade e entender que isso deveria ser o padrão, que esse deve ser o natural”, diz Durão. Isso não só ajudaria a garantir que as inovações encontradas sejam relevantes, como também tornaria os profissionais mais qualificados para o mercado. “O papel da universidade é também formar líderes que levem isso em consideração e entendam sua responsabilidade na transformação”, afirma.

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