O depoimento de Yamandú Germano Cavalcanti, que cresceu no subúrbio do Rio de Janeiro, superou adversidades e hoje compartilha conhecimento de programação com outros jovens
“Sou aluno do 1º semestre do curso de Engenharia de Computação no Insper, com bolsa integral. Em nome de todos os estudantes bolsistas, gostaria de expressar minha gratidão pela generosidade dos doadores, que estão ajudando a transformar nossas vidas.
Nasci em Bangu, no subúrbio do Rio de Janeiro, e estudei todo o meu ensino fundamental em uma escola pública — que, apesar de possuir uma equipe docente fantástica, era bastante precarizada. Minha vida começou a ganhar nova perspectiva quando entrei no Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos), uma entidade privada, sem fins lucrativos, que identifica jovens talentos de baixa renda e concede bolsas em escolas particulares de excelência. Com isso, passei a ter acesso a diversas oportunidades de desenvolvimento acadêmico e pessoal.
Minha curiosidade e paixão pela tecnologia me propuseram o desafio de aprender programação. O caminho que trilhei para isso, porém, não foi nada fácil. Quase todas as fontes que encontrei para estudar programação estavam em inglês. Por falta de aulas e professores, tive um baixo desenvolvimento no idioma e não tinha em quem me inspirar ou a quem recorrer para ajuda.
Mesmo com todos os obstáculos, me dediquei aos estudos e consegui ser aprovado no vestibular do Insper, com bolsa integral. Hoje, estou colhendo os frutos da decisão daquele garoto teimoso que queria provar a todos que conseguiria enfrentar o abismo da desigualdade.
Apesar disso, eu ainda não estava satisfeito. Trilhar um caminho árduo sozinho não era o suficiente se meus pares, oriundos de realidades semelhantes, precisam passar pelas mesmas adversidades. Assim, tomei uma decisão: trabalhar para facilitar o acesso à tecnologia por outros jovens que enfrentam realidades semelhantes.
Esse desejo se concretizou com a criação de um canal no YouTube chamado Codae. Lá eu compartilho conhecimento de programação de maneira acessível, rompendo barreiras linguísticas e socioeconômicas. Além disso, ministro um minicurso de Python para uma turma de 15 alunos na mesma escola em Bangu onde um dia enfrentei meus próprios desafios. O objetivo dessa iniciativa não é apenas facilitar o acesso justo a informação sobre tecnologia. É também uma forma de retribuir a todos que tornaram possível que eu voasse alto.
Quando vim para o Insper, foi me dada a oportunidade de explorar um mundo de coisas que eu não sabia que existiam — e que eu sabia, mas eram muito distantes da minha realidade. Agora elas estão a algumas salas ou andares de distância. Então, eu queria novamente agradecer muito por esse universo de coisas que foram liberadas e oferecidas para eu conseguir expandir meus sonhos e meu potencial por meio do Programa de Bolsas. Meu muito obrigado a todos os doadores pelas contribuições que estão fazendo a diferença e impactando a minha vida e a de muitos outros estudantes.”
Yamandú Germano Cavalcanti — aluno do 1º semestre do curso de Engenharia de Computação no Insper.
Assista a um vídeo com um breve depoimento de Yamandú clicando aqui.