Estudo projeta uma expansão global de 35% ao ano até 2025 na indústria de tecnologias inspiradas no funcionamento do cérebro humano
Bernardo Vianna
Inteligência Artificial, ou IA, é um termo que se refere a tecnologias computacionais inspiradas pela forma como o cérebro humano funciona. O conceito, já bastante explorado pela ficção científica no passado, há alguns anos vem se transformando em algo presente não apenas em processos industriais ou na pesquisa de ponta, mas também no cotidiano de muitas pessoas.
De acordo com o relatório Artificial Intelligence – In-depth Market Insights & Data Analysis, publicado pelo site de inteligência de dados Statista, a receita do mercado de softwares de inteligência artificial deve crescer 35% ao ano até 2025, quando deverá atingir o valor de 126 bilhões de dólares.
O investimento global em inteligência artificial é liderado pela China, país que, em 2021, aplicou 622 bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento dessa tecnologia. Os Estados Unidos, porém, não ficam muito para trás, tendo investido 599 bilhões no mesmo ano. O Japão aparece como o terceiro país em termos de gastos com pesquisa em IA, tendo destinado 182 bilhões em 2021. O Brasil é o décimo país da lista, com 38 bilhões de dólares.
O estudo avalia que a onda atual de crescimento da indústria de IA não é explicada apenas pelos avanços no desenvolvimento de softwares e hardwares. Ela se deve, principalmente, à abundância de dados disponíveis em uma economia cada vez mais digitalizada. De acordo com o Statista, a quantidade de dados gerados cresce, atualmente, 40% a cada ano e deve alcançar 162 trilhões de gigabytes até 2025.
Com mais dados estruturados disponíveis, podemos ir cada vez mais fundo na exploração do que se convencionou chamar de aprendizado de máquina, uma das disciplinas dentro do campo de IA. Por meio dessa tecnologia, é possível criar sistemas capazes de aprender com conjuntos de dados e aplicar esse aprendizado para processar novos dados a ele apresentados ou mesmo prever tendências nesses novos conjuntos de informação.
Soluções baseadas em inteligência artificial são empregadas na indústria automotiva, onde a tecnologia é aplicada em sistemas de carros autônomos, e no desenvolvimento de remédios, pois ela possibilita, por exemplo, análises mais eficientes de resultados de testes. Na área da educação, já há tentativas de utilizar IA para desenvolver programas de ensino personalizados para cada estudante, algo semelhante ao que é feito no mercado financeiro para a personalização de investimentos e a gestão de recursos dos clientes.
Outro setor em destaque, atualmente, é o de desenvolvimento de assistentes automatizados. Por meio do aprendizado de máquina, é possível “ensinar” um sistema a responder mensagens em um chat como se fosse um atendente humano, nicho no qual se encaixa o tão discutido ChatGPT, desenvolvido pela OpenIA. Esse robô é um bom exemplo do estágio de desenvolvimento da tecnologia de processamento de linguagem (ou NLP, natural language processing), que é utilizada para compreender a pergunta feita pelo usuário e formular uma resposta. Não à toa, é um segmento que também cresce rapidamente e, de acordo com as projeções do estudo, deverá continuar crescendo nos próximos anos.