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“Who Cares Wins.” Foi essa expressão, que em português significa “Ganha quem se importa”, que o Banco Mundial e o Pacto Global da Organização das Nações Unidas utilizaram em 2004 para batizar uma publicação pioneira, que utilizou pela primeira vez a sigla ESG, que representa as práticas ambiental, social e de governança.

 

Passaram-se 18 anos, e ganhou o mercado o conceito de que as organizações, públicas e privadas, precisam integrar ações nessas três frentes, de forma a fortalecer o relacionamento com a sociedade.

 

O mercado financeiro vem dando amostras de que enxerga nas empresas adeptas do ESG um futuro mais sólido. Segundo a agência de notícias Bloomberg, o mercado global de ativos relacionados com essas práticas, que hoje é estimado em 30 trilhões de dólares, deverá alcançar 53 trilhões de dólares até 2025.

 

Naturalmente, a demanda por profissionais preparados vai acompanhar esse movimento. É uma capacitação relativamente recente, a ponto de o CFA Institute, uma organização global que reúne profissionais das áreas de finanças e investimentos, buscar competências relacionadas a ESG em 1 milhão de currículos no LinkedIn. Apenas 1% apresentava formação específica para atuar na área.

 

“Todos percebem que, mais e mais, a preocupação com a temática ESG está alterando o dia a dia das várias áreas das organizações. Logo, todo profissional deve estar preparado para lidar com essas questões em suas decisões, independentemente da área ou do nível hierárquico”, afirma Geraldo Setter, professor do Insper, coordenador executivo do Insper Metricis e também coordenador do Programa Avançado em Sustentabilidade e ESG da instituição.

 

“A questão da sustentabilidade tem de ser vista como uma decisão estratégica da organização que quer continuar a crescer e lucrar, ao mesmo tempo em que vai se preparando para o futuro, apesar dos grandes desafios sistêmicos que se colocam para a sociedade, como as mudanças climáticas ou a fome.”

 

Soft skills

 

O profissional preparado para lidar com as questões ESG é cada dia mais procurado e valorizado. Ele pode vir de qualquer área de atuação, desde engenharia ambiental até química, física, ecologia ou mesmo administração, marketing e comunicação.

 

O importante é atuar com uma visão sistêmica, procurando recursos em diferentes áreas da empresa, na busca de lucro e perpetuação da organização, tendo em conta questões tão variadas — e desafiadoras — quanto transição energética, apoio a comunidades, implementação de políticas de diversidade e de projetos de transparência na gestão de dados.

 

É fundamental engajar lideranças e equipes. Tudo isso considerando que as organizações estão propensas a buscar essas práticas: de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 95% das empresas consideram que ESG é prioridade.

 

“ESG está ligado aos princípios e valores das organizações e das pessoas que a compõem. Logo, deve estar em todos os seus níveis, do Conselho de Administração até os estagiários. Tudo tem por ponto de partida questões éticas básicas”, explica o professor Setter.

 

“É preciso, sim, buscar o lucro, mas mediando as necessidades dos múltiplos stakeholders envolvidos, acionistas, consumidores, colaboradores, fornecedores, clientes, a comunidade, o governo e, no limite, o planeta como um todo.”

 

Nesse sentido, diz ele, criar uma “área de ESG” não é o melhor caminho. “Empresas que adotam esse tipo de abordagem ou não entenderam do que se trata, ou não querem transparecer para o mercado que nada estão fazendo verdadeiramente em relação a esse grande movimento da sociedade”, afirma o professor.

 

Qualificação

 

Essa capacidade de pensar de forma sistêmica, ouvir a sociedade e articular diferentes áreas das organizações pode ser treinada. No Insper, essa é uma pauta de grande relevância. O Programa Avançado em Sustentabilidade e ESG, por exemplo, é um curso desenhado para formar profissionais que incluam a sustentabilidade de maneira abrangente na busca por soluções para os desafios de suas organizações, sejam elas públicas, privadas ou de terceiro setor.

 

O programa é voltado a profissionais com no mínimo três anos de experiência profissional, ocupando posição de analista sênior (ou acima) em empresas, organizações sem fins lucrativos ou governos, com perspectivas de assumir uma posição de gestão no curto prazo ou que tenham sido promovidos há pouco tempo a uma posição gerencial.

 

“Nesse curso, ministrado ao longo de um ano e meio e dividido em seis trimestres letivos, trabalhamos as questões ligadas a ESG nas disciplinas tradicionais de um curso de pós-graduação em gestão”, detalha Setter.

 

“Logo, temos a disciplina que traz as ferramentas básicas da área de finanças, mas entendendo, por exemplo, como a abordagem frente às questões ESG pode facilitar o acesso ou baratear o custo de capital. Ou então, na disciplina ligada ao supply chain, trabalhamos com os alunos a questão de como construir cadeias logísticas resilientes, mas sem perder de vista as questões de eficiência energética, consumo de recursos escassos como a água ou a emissão de carbono.”





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