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A força das plataformas digitais e seus efeitos de rede

Os principais desafios na construção de uma plataforma para acelerar o crescimento do negócio

Os principais desafios na construção de uma plataforma para acelerar o crescimento do negócio

 

Mariana Dornellas*

 

Algumas das empresas de tecnologia mais valiosas do mundo foram concebidas ou se fortaleceram ao aplicar o conceito da plataforma digital em seus modelos de negócio. Apple, Amazon, Google, Nintendo, Airbnb, PayPal, LinkedIn e Rappi são apenas alguns exemplos. E como criar uma plataforma? Por definição, são necessários alguns ingredientes: conectar pelo menos dois lados do mercado e gerar efeitos de rede.

O que isso significa na prática? Analisando o caso do Uber, podemos identificar esses lados como usuários (demanda) e motoristas (oferta). Também podemos identificar como a empresa gera efeitos de rede, cuja ideia consiste em que cada novo participante no ecossistema gera mais valor para os participantes já existentes.

Usando o mesmo exemplo, quanto mais motoristas são cadastrados no Uber, maior o valor que é criado para os usuários, que passam a ter tempos de espera menores e preços mais acessíveis. Por outro lado, quanto mais usuários ativos, maior a frequência de viagens, incentivando que mais motoristas se cadastrem.

 

“Tempero mágico”

Essa criação de efeitos de rede é o “tempero mágico” das plataformas digitais, permitindo que alcancem escala e crescimento muito mais rápido do que um modelo de negócios verticalizado normalmente conseguiria, de forma que é comum ver a dinâmica de “winner takes all” em plataformas bem-sucedidas.

Conceitualmente, as plataformas também podem ser divididas em dois grupos: transacionais, caracterizadas por uma troca de bens e serviços por um valor monetário, como ocorre no Mercado Livre ou no GetNinjas, ou de inovação, caracterizadas pela abertura de um conjunto de sistemas, normalmente por meio de APIs, para que parceiros possam desenvolver soluções e distribuí-las pela plataforma.

Um exemplo conhecido do segundo caso é a App Store da Apple, uma vez que a empresa disponibiliza Software Development Kits (SDKs) para permitir que desenvolvedores externos possam criar aplicativos e distribuí-los a qualquer usuário que utilize seus hardwares.

Parece maravilhoso, mas é importante levar em conta os desafios de construir uma plataforma de sucesso. Estudos da Universidade Harvard e do MIT mostram que apenas 17% das empresas que seguiram esse modelo sobreviveram e têm um tempo de “vida” médio de apenas cinco anos, existindo alguns erros comuns apontados nos estudos: (1) errar a precificação de um dos lados do mercado, (2) falhar em gerar confiança de usuários e parceiros, (3) ignorar a competição prematuramente e (4) entrar tarde demais no mercado.

Para evitar esses erros, é essencial ter ciência de quais são as necessidades de cada um dos participantes da plataforma, buscando formas claras de gerar valor e beneficiar todos os lados que ela conecta.

 


*Mariana Dornellas é alumna da graduação em Economia do Insper da turma de 2014 e membro do Comitê Alumni de Tecnologia. Atualmente é gerente de produtos sênior na Quanto, onde lidera a squad de Iniciação de Pagamentos por meio do Open Banking, acumulando oito anos de experiência em startups e no mercado financeiro.

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