Fundos dos Estados Unidos e da China lideram os aportes de recursos em inovação tecnológica para superar a crise climática
Bernardo Vianna
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), em seu mais recente relatório, afirma que o mundo tem apenas três anos para que o volume de gases de efeito estufa (GEEs) liberado na atmosfera pare de crescer. Do contrário, a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC em comparação com os níveis pré-industriais estará fora do nosso alcance e o aprofundamento da crise climática poderá ser irreversível.
Diante de tal cenário, o investimento em inovação para o desenvolvimento de tecnologias limpas em todos os setores produtivos se tornou fundamental para superarmos o desafio de frear a crise climática. Aí entram em cena as chamadas climate techs, startups dedicadas a buscar soluções tecnológicas para tornar mais sustentáveis as produções agrícola e industrial, para melhorar a gestão dos resíduos e para ampliar o uso de energia limpa no setor de logística e transporte, para citar apenas algumas entre as muitas possibilidades de aplicação de tecnologias sustentáveis.
As atuações das climate techs podem ser agrupadas em três grandes grupos: remoção ou redução de emissões de GEEs, adaptação aos impactos das mudanças climáticas e ampliação do nosso conhecimento e entendimento sobre o clima global. Desde 2005, o primeiro grupo foi o que recebeu maior volume de investimentos, em especial nos setores de produção de veículos elétricos, energia e transportes.
Ao longo do mesmo período, a América do Norte e a Ásia foram as regiões onde, estima-se, a maior quantidade de recursos foi destinada à inovação em tecnologia climática. Os Estados Unidos e a China protagonizaram tais investimentos em seus respectivos continentes.