Amigos, familiares, comunidade acadêmica, doadores e representantes de empresas parceiras prestigiaram a feira de projetos das Engenharias e da Ciência da Computação
Julia Heemann, Leandro Steiw e Tiago Cordeiro
Em ritmo de celebração, no dia 12 de dezembro, os estudantes de Engenharia Mecânica, Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Computação e Ciência da Computação apresentaram na ExpoTech Insper 2022 os trabalhos que desenvolveram ao longo do ano. Os resultados dos Projetos Finais de Engenharia (PFE), que permitem aos alunos aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso a partir de desafios reais propostos por empresas parceiras da escola, também estavam lá.
Na abertura da feira, o professor Guilherme Martins, diretor de graduação do Insper, lembrou que o nome do evento mudou de Expo Engenharia para ExpoTech porque, em 2022, entrou em atividade a Ciência da Computação. “Incorporamos a ideia de tecnologia porque a chegada da Engenharia mudou muito o Insper”, disse. “Deixamos de ser uma escola de negócios para ser uma instituição que pode realmente contribuir para a sociedade de várias formas. E, tecnologicamente, isso é muito relevante. O grande objetivo da ExpoTech é que os alunos mostrem o potencial tecnológico dos seus projetos e da escola. É uma chance de exibir esse trabalho para a comunidade, porque na nossa Engenharia, desde o primeiro semestre, o aluno já constrói e põe a mão na massa.”
Nesta edição, foram inscritos 43 projetos de alunos e entidades, envolvendo as três Engenharias e a Ciência da Computação. Para Franco Henrique Moro, professor de Engenharia do Insper, a ExpoTech funcionou como uma vitrine das próximas edições, que poderão ser ainda maiores. “A expectativa é que tudo funcione bem e que pais, irmãos e parentes se encantem com os projetos para estimular outras pessoas a visitar o Insper e fazer Engenharia na escola”, afirmou Moro pouco antes da abertura da exposição ao público.
A ExpoTech foi uma oportunidade de interação entre alunos e professores, sem a pressão da nota e da avaliação. Mas não só: doadores do Insper, representantes de empresas parceiras e entidades estudantis ligadas à área de Engenharia também foram convidadas e marcaram presença. Os projetos estavam disponíveis em diferentes linguagens: pôster, formato digital e bancadas. Ou puderam ser vistos em ação, como o protótipo de off-road da Fox Baja, o carro elétrico da Insper Mileage e o drone de corrida e os robôs de batalha da Smash Robotics.
Representada pelos alunos Alessandra Ogawa, Camila Bernardi e João Pedro Lima, do quinto semestre da Engenharia Mecatrônica, a Insper Mileage levou o seu primeiro protótipo de veículo elétrico para corrida de eficiência. A entidade é formada por cerca de 20 estudantes do Insper e se prepara para participar, pela primeira vez, da Shell Eco-marathon, uma competição entre universitários do mundo todo. “Em vez da velocidade, o que importa é o gasto inteligente de energia”, disse Alessandra. “Ganha quem gasta menos energia no percurso proposto. A nossa entidade foi criada um pouco antes de começar a pandemia, então nos inscrevemos na ExpoTech para evidenciar que estamos prontos para a nossa primeira corrida e também para chamar outros alunos para entrar no nosso time, pois toda ajuda é muito bem-vinda.”
A substituição de processos repetitivos para os seres humanos é um dos desafios da Engenharia Mecatrônica que mobilizaram Wilgner Lopes Araújo e Marco Túlio Masselli, estudantes do sexto semestre. Eles expuseram um projeto de automatização do sistema de pipetagem — basicamente, a transferência de um fluido de frasco maior para frascos menores, prática comum na área médica e laboratorial, como nas pesquisas da covid-19. “Utilizamos a máquina para replicar o mapeamento desses pontos e transportar o líquido com melhor eficiência e maior velocidade”, afirmou Araújo. “É um projeto que explora um tema recente — a pandemia — e um pouco do potencial da Mecatrônica, que nem sempre é tão visível. Assim, conseguimos mostrar o nosso trabalho e demonstrar como a Mecatrônica atua no mundo real.”
Luisa Manzig Kyrillos e Gustavo Pinheiro de Carvalho apresentaram o projeto de uma turbina eólica, elaborado a partir dos aprendizados das disciplinas do quinto semestre de Engenharia Mecânica e do domínio dos equipamentos existentes nos laboratórios do Insper. “Com tudo isso em mente, começamos a desenvolver o projeto da turbina eólica”, disse Carvalho. “Fizemos um processo de benchmarking bem longo, usamos as normas para turbinas de pequeno porte e, a partir daí, começamos o dimensionamento e também a projetar as peças que fazem parte da usina. Nisso, descobrimos também várias coisas sobre fabricação e montagem dos componentes que, em projetos anteriores, não pensávamos tanto.”
Do quarto semestre de Engenharia de Computação, Arthur Barreto, Felipe Catapano, Rafael Katri e Lincoln Rodrigo baixaram 52 gigabytes de dados em um arquivo TXT para desenvolver o projeto Soccer 2D Simulation, uma das ligas da RoboCup, o mundial de robótica. No futebol de robôs, duas equipes buscam anotar o maior número de gols, tal qual na versão mais famosa do esporte. A competição, no entanto, não é apenas uma disputa pela bola. “Estamos desenvolvendo a nossa própria inteligência artificial para poder ganhar da inteligência artificial do time de outra faculdade”, explicou Barreto. “Para desenvolver essa inteligência artificial, baixamos todos os jogos de todos os tempos de todas as equipes do mundo. A nossa base de dados tem 30 milhões de linhas com 50 colunas. Tudo isso para fazer gol.”
Além da importância institucional da retomada da ExpoTech, depois de dois anos de cancelamento por causa da pandemia, a feira faz parte da tradição dos cursos do Insper, segundo Caio Rodrigues, professor da Engenharia. “É uma celebração na qual os alunos podem apresentar os seus projetos e as atividades que eles desenvolvem ao longo do ano”, afirmou. “Cria-se um ambiente de networking entre colegas, professores e empresas parceiras, para compartilhar histórias dos projetos e dos aprendizados. E tivemos um engajamento muito bacana, não só dos alunos, mas também das entidades estudantis.”