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Estudo analisa as lições de IPOs realizados nos últimos anos no Brasil

Evento de lançamento de trabalho realizado em conjunto com B3 e Ártica Investimentos debateu aspectos essenciais e os desafios da abertura de capital

Evento de lançamento de trabalho realizado em conjunto com B3 e Ártica Investimentos debateu aspectos essenciais e os desafios da abertura de capital

 

 

Poucos eventos são tão transformadores nas empresas como o processo de abertura de capital. O IPO, a oferta pública inicial (sigla em inglês de Initial Public Offering), que possibilita a captação de recursos por meio da venda de ações na bolsa de valores, impacta tanto as áreas internas do negócio, especialmente no que diz respeito à governança corporativa e à gestão, quanto os stakeholders. A estrutura do relacionamento com bancos, fornecedores e clientes, entre outros, tende a trilhar novos caminhos.

Os desafios, no entanto, não são poucos. Vão desde a escolha do timing para a oferta inicial de ações até o processo de auditoria interna, imprescindível em um IPO, e o cumprimento de uma série de obrigações relacionadas a demonstrações financeiras.

Para tratar desses e outros temas relativos à decisão de abertura de capital, o Insper, a Ártica Investimentos (empresa de assessoria financeira em fusões e aquisições, captação de recursos e IPOs ) e a B3 se uniram para lançar o estudo “IPO na Prática: lições aprendidas por empresários que passaram pelo processo”, que analisa o processo rumo ao IPO de 30 empresas sob a ótica de gestores e acionistas. Para a concepção do estudo, foram realizadas mais de 30 horas de entrevistas com grandes executivos do mercado — o levantamento cobriu 32% das companhias listadas na B3 de 2018 a 2021.

O lançamento do estudo foi realizado durante um evento no dia 30 de novembro, na sede do B3. A apresentação contou com a presença de Andrea Minardi, professora do Insper, Ellen Dante, da área de Relacionamento com Empresas e Estruturadores de Ofertas da B3,e Érico Nikaido, sócio da Ártica. “A missão do Insper é transformar o Brasil por meio da formação de líderes inovadores e de pesquisa avançada, e esse estudo vem em boa hora”, disse Andrea Minardi. “A motivação foi, entre outras coisas, a abertura de uma janela de IPOs em 2020 e 2021, com uma diferenciação de oferta de tecnologia e abaixo de 300 milhões de reais, o que foi inédito.”

Empresas que anteriormente não cogitavam entrar no mercado de capitais para levantar recursos passaram a demonstrar interesse pela realização de um IPO. “É um processo trabalhoso e a empresa precisa estar em um bom estágio de governança. A ideia foi fazer entrevistas com os empresários para que eles pudessem compartilhar as experiências e lições aprendidas com IPOs”, explicou a professora do Insper.

Entre as 30 empresas analisadas, cinco não concluíram o processo de IPO — o aprendizado delas, assim como os entraves que enfrentaram, foram parte do mosaico de experiências mostrados no estudo. Os setores com maior representatividade na amostra foram os de tecnologia (com 30% das entrevistas) e saúde (13%), além de construção civil e serviços (10% cada). Não por acaso, esses números coincidem com o de IPOs registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em que o destaque coube a empresas de tecnologia (18% do total de pedidos de abertura de capital), seguidas por negócios da área de saúde (12%).

Em relação à receita líquida da empresa, a maioria (11 companhias) teve resultado anual superior a 2 bilhões de reais e, na outra ponta, 10 apontaram faturamento de até 150 milhões de reais. De 2018 a 2021, período analisado pelo estudo, as 25 empresas que concluíram o processo de IPO levantaram 29,6 bilhões de reais nas ofertas públicas iniciais.

A maioria avaliou alternativas antes de decidir abrir o capital. “Vender o negócio para um parceiro estratégico foi uma das opções mais citadas, inclusive em função da sinergia”, disse Érico Nikaido. “Incentivamos as empresas a avaliar os prós e contras dessas alternativas.”

Outro ponto ressaltado foi a importância da elaboração de um plano de negócios, principalmente no que diz respeito ao posicionamento da empresa no mercado e a estratégias de crescimento. A realização de um road show também representa um passo fundamental. “Antes de investir no processo, é preciso testar o mercado e conhecer os investidores”, disse Nakaido.

No debate no Insper, também foram levantadas as perspectivas de IPOs em 2023. “Neste ano, vimos um aumento de oferta de ações em empresas já listadas”, disse Ellen Dante, da B3. “No futuro, há incertezas no cenário. Por enquanto, temos uma expectativa que empresas que já estavam preparando o IPO possam vir a mercado.”

Minardi analisou a importância de uma preparação prévia para o processo de abertura de capital, especialmente nos casos em que há participação de fundos de private equity na estrutura acionária. “Quando esses fundos entram na empresa, eles têm uma tese de criação de valor”, disse Minardi. “Os fundos já pensam no conselho e membros externos, cria-se um comitê para os processos-chave e uma série indicadores, então a empresa já se habitua com controles internos e prestação de contas. Os gestores dos fundos também já conhecem o IPO, o que ajuda muito o processo”.

 

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