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Insper | Investir em prevenção de catástrofes é mais barato do que absorver o impacto negativo que elas geram na economia

Robert Pindyck alerta para a falta de iniciativas para se evitar catástrofes, sejam naturais ou mesmo de relações internacionais
A perda de população é o maior risco para a economia, quando são analisados os impactos causados por catástrofes. A conclusão é de Robert Pindyck, professor de Microeconomia e Organização Industrial no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Sloan School of Management, que esteve no Insper no último dia 13. Ele defende é mais vantajoso investir na prevenção desses eventos do que arcar com os custos de perda populacional, que geraria baixo fluxo de produção e consumo e queda no PIB.

Nosso planeta tem grande potencial de destruição, seja por guerra nuclear, bioterrorismo, pandemias ou catástrofes climáticas. As catástrofes são classificadas em duas categorias: as que matam e as que destroem. E o primeiro caso é obviamente o mais devastador, inclusive para economia mundial.

No estudo Averting catastrophes that kill, de 2017, Pindyck mostra que o valor da vida humana pode ser incorporado em um modelo para prevenção de catástrofes. Pindyck usa o termo “willingness to pay” (WTP), em tradução livre “disposição de pagar”, para evitar possíveis catástrofes globais. Trata-se da fração máxima que a sociedade de consumo está disposta a sacrificar para atingir o objetivo.

“O WTP para evitar a morte de uma fração da população é muito maior do que o WTP para evitar uma queda no consumo. Ou seja, a maioria das pessoas pagaria muito mais para evitar a morte do que evitar uma queda no consumo”, defende Pindyck.

Pindyck identifica que fazemos muito pouco para evitar catástrofes globais. A péssima relação internacional dos países deixa isso em evidência – como é o imbróglio entre Coreia do Norte e Estados Unidos, que pode eclodir em uma guerra nuclear sem precedente a qualquer momento.

“Mesmo com custos elevados, a prevenção de catástrofes seria menos devastadora para economia do que se perdêssemos população. Neste mundo de catástrofes, devemos colocar todas no mesmo patamar e preveni-las ao máximo”, defende Pindyck.

Para o professor além de estarmos fazendo pouco ou quase nada para prevenir catástrofes globais, o Estado, que deveria zelar pelo bem comum, promove a perda populacional com sua fraca política pública.

“O governo americano, por exemplo, subsidia construções em áreas de alto risco de inundações. Eu não sou contra alguém querer pagar menos para morar na beira do mar, mas o Estado incentivar isso é, no mínimo, preocupante”, afirma Pindyck.

Catástrofe biológica

O avanço de armas biológicas é outro fator de preocupação para a perda populacional. Segundo Pindyck, não é complicado para um engenheiro construir uma bomba nuclear ou cientistas criarem vírus de forte disseminação em laboratórios clandestinos.

“A Gripe Espanhola, em 1918, matou cerca de 5% da população norte-americana e europeia. Isso em um período em que não viajávamos tanto e a disseminação era lenta. Se uma catástrofe biológica parecida acontecesse hoje, com as mesmas proporções, teríamos mais de 15 milhões de mortos só nos Estados Unidos”, pontua Pindyck.

O professor Robert Pindyck debateu sobre seu estudo Averting catastrophes that kill, em coautoria com Ian W. R. Martin, na palestra The economics of global catastrophes and the value of life, no Insper. O evento reuniu alunos da graduação, mestrado e doutorado da escola, além de professores e convidados. O estudo completo está disponível no site da National Bureau of Economic Research.

 

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