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Ex-aluno do Insper cria startup de mobilidade a partir de projeto final do curso de Engenharia

A trajetória de Marcelo Reis, finalista da última edição do Prêmio José Eduardo Ermírio de Moraes e fundador da PrediPark

Marcelo Lisboa de Castro Reis (2)

A trajetória de Marcelo Reis, finalista da última edição do Prêmio José Eduardo Ermírio de Moraes e fundador da PrediPark

 

Michele Loureiro

 

Aos 23 anos, o engenheiro mecânico Marcelo Lisboa de Castro Reis já possui uma rica trajetória profissional. Nascido em São Paulo, formou-se no Insper em 2022, teve três experiências de intercâmbio durante o curso, foi fundador da organização estudantil Insper Consulting Club e agora é empreendedor na área de mobilidade urbana sustentável. A criação da PrediPark, startup de estacionamento inteligente que oferece uma solução preditiva para reduzir o desperdício de tempo e as emissões de carbono ao otimizar o processo de busca por vagas para carros, fez com que Reis fosse um dos finalistas da 5ª edição do Prêmio José Eduardo Ermírio de Moraes, cujo objetivo é reconhecer o protagonismo de alunos, alunas e alumni da Comunidade Insper que são líderes em projetos inspiradores.

Reis conta que, desde criança, se considera um curioso e sempre se interessou por conhecer culturas e pessoas diferentes. Foi justamente essa ânsia por aprender que o levou até o curso de Engenharia. “Sempre tive fascínio por entender o mundo e achei que o curso poderia ajudar nessa missão de aprender a engrenagem das coisas. Apostei na Mecânica, que é mais generalista e acaba dando uma base interessante de todas as engenharias. E escolhi o Insper para fazer o curso para também ter o contato com o mundo de negócios e pela proposta de aprender fazendo.”

Segundo Reis, o curso lhe forneceu uma base teórica importante e o ajudou a desenvolver a habilidade de resolução de problemas. “Além da Engenharia, eu sempre quis explorar outros campos do conhecimento, e o Insper foi ótimo para me abrir muitas portas. Fiz intercâmbio e passei um mês na Alemanha estudando energia automotiva e energias renováveis com o apoio da faculdade. Depois, passei um mês na Coreia do Sul estudando células solares ou fotovoltaicas. Na volta, participei de uma organização estudantil de eficiência energética, da qual fui um dos primeiros membros e era responsável pelos sistemas de direção e freios”, lembra.

Com essas experiências, Reis achou que já tinha uma vivência interessante na área de engenharia e resolveu explorar novas possibilidades. Ele se matriculou em eletivas relacionadas a tecnologia, como Ciências de Dados e Blockchain. “Também resolvi me aventurar no mundo dos negócios e cursei a disciplina de Contabilidade Financeira. Nessa época entrei na Insper Jr. e gostei muito. Posso dizer que me encontrei ali. Fiz sete projetos de temas, setores e escopos variados e passei a me interessar sobre a carreira de consultor.”

Reis notou que o Insper não tinha uma iniciativa dedicada à carreira de consultoria e resolveu fazer seu primeiro movimento empreendedor. “Fundei o Insper Consulting Club para ser a porta de entrada dos alunos nas empresas de consultoria, que possuem processos rígidos de seleção. A ideia era ajudá-los a se prepararem para as entrevistas e conseguimos uma taxa de aprovação de 60% dos participantes. Nessa época, fui responsável por vários núcleos e foi uma experiência bem enriquecedora participar dessa gestão”, afirma.

Foi essa vivência que despertou o lado empreendedor de Reis. “Percebi que eu era feliz ao criar algo que impactasse a comunidade no meu entorno. Foi quando comecei a pensar estrategicamente para me desenvolver mais e aprender mais sobre o empreendedorismo. Por isso, fiz meu intercâmbio acadêmico na Universidade da Califórnia em Berkeley, no Vale do Silício, um grande centro de startups. Foi uma experiência inesquecível e lá notei que eu gostaria disso para a minha vida. Eu queria empreender.”

Ao voltar para o Brasil, Reis foi estagiário em duas empresas: na startup de mobilidade 99 e na consultoria Accenture. Enquanto isso, era hora de decidir o tema de seu PFE (Projeto Final de Engenharia) no Insper. “Um dos temas que foi apresentado me atraiu muito. Ele incluía a possibilidade de trabalhar com uma entidade francesa que queria reduzir emissões de carbono. O projeto envolvia dados, impacto e uma pitada de empreendedorismo. Gostei do tema e acabei entrando em contato com esse mundo”, lembra.

Ao desenvolver o projeto com Bruno Vieira Sanches, Davi Dom Bosco Silva e Lucas Nicascio dos Santos, estudantes de Engenharia Mecatrônica, eles desenharam um modelo preditivo para o PFE. Ao longo do processo, eles descobriram que o transporte é um dos maiores emissores de carbono, com destaque para veículos leves e rodoviários, e que 34% do congestionamento é resultado da procura por um local onde parar.

Por isso, o grupo desenvolveu um projeto focado em estacionamentos em parceria com o Imredd (sigla em francês para Instituto Mediterrâneo do Risco Ambiental e do Desenvolvimento Sustentável), da Universidade de Côte d’Azur, na França, e com o Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper. A prefeitura de Mandelieu-la-Napoule, uma cidade do sul da França, forneceu dados para auxiliar o desenho do modelo preditivo.

“O projeto fez bastante sucesso. Fomos reconhecidos pela consultoria Falconi, e a cidade francesa disse que tinha interesse em usar o produto. Foi aí que se manifestou a veia empreendedora e vi valor no tema. Fiquei matutando essa ideia e pensando se deveria aprofundar o PFE, mas nenhum colega da equipe quis seguir em frente. Mesmo assim, me organizei e, no começo de 2023, deixei meu cargo na Accenture para fazer a ideia sair do papel”, conta.

Foi então que nasceu a PrediPark, uma startup baseada em modelos preditivos para estacionar o carro com o objetivo de melhorar a mobilidade e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Reis conta que o processo é longo, mas já trilhou algumas fases. A primeira delas foi ir a campo. Por dois meses, ele foi às ruas conversar com as pessoas, entender os pontos que influenciam o trânsito e o processo de estacionar, buscar seu público-alvo e compreender como monetizar a futura solução. “Paralelamente, eu tinha que desenvolver a tecnologia e dar cara para o produto. Foi aí que voltei ao Insper e fiz uma parceria. Alguns alunos de computação me ajudaram a criar uma prova de conceito, que deu uma cara melhor ao produto. Ter essa rede de contatos foi fundamental”, afirma.

No segundo semestre de 2023, Marcelo recrutou um sócio, que também estudou no Insper, e saiu em busca de parcerias e financiamento para viabilizar a ideia. “Fechamos uma parceria com Parque Tecnológico de Joinville, onde temos acesso às câmeras para rodar testes. Conseguimos contatos importantes com órgãos públicos de São Paulo para começar a tracionar a empresa. E fomos aprovados no programa de aceleração Nexus do Parque Tecnológico de São José dos Campos”, diz Reis. “Agora, estamos em etapa de validação para começar a rodar o produto. Temos ótimas expectativas.”

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