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Iniciativas de diversidade, equidade e inclusão amadurecem com o reforço das redes de apoio

Conheça algumas entidades que desempenham um papel importante na consolidação da agenda de diversidade no Insper

Conheça algumas entidades que desempenham um papel importante na consolidação da agenda de diversidade no Insper

 

A Comissão de Diversidade, Equidade e Inclusão do Insper surgiu em 2021, como resultado da unificação das atividades da Comissão de Acessibilidade, criada em 2016, e da Comissão de Diversidade, estabelecida em 2018. Desde o início, a nova Comissão passou a ser coordenada por Bruna Arruda de Oliveira, professora de Engenharia do Insper. “A principal mudança que ocorreu ao longo destes anos foi a institucionalização da agenda de diversidade, que em 2020 passou a fazer parte do planejamento estratégico da escola para os dez anos seguintes, o Insper+10”, diz a professora Bruna.

Segundo ela, esse é um tema que tem amadurecido cada vez mais em todos os âmbitos do Insper, por meio de uma série de iniciativas envolvendo colaboradores, professores, alunos e ex-alunos, que reforçam as iniciativas atuando em diversas entidades que funcionam como redes de apoio na consolidação da diversidade na escola. “A diversidade virou pauta também da alta liderança, cujo apoio tem sido fundamental para consolidar o tema na escola”, afirma. A alta liderança passou por um treinamento em diversidade e a ideia é que a formação no tema atinja toda a comunidade Insper.

Entre os principais projetos desenvolvidos pela Comissão, a professora Bruna destaca a realização de um calendário de eventos que são importantes para a sensibilização e o engajamento de mais pessoas. “Nós temos também a InsperDiversidade, a segunda newsletter mais lida na escola e que promove a discussão sobre temas relacionados à diversidade com a comunidade Insper e com convidados externos.”

Entre as iniciativas prioritárias em 2023, a professora Bruna destaca o letramento em diversidade em toda a escola, a consolidação do projeto de nome social e a criação de um canal de ética para receber denúncias relacionadas à diversidade. Além disso, a professora espera que o Insper mantenha neste ano o Selo de Direitos Humanos e Diversidade, concedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, e também o Selo WOB (Women on Board), uma iniciativa independente, apoiada pela ONU Mulheres.

“Outro desafio em 2023 é a construção de uma área de diversidade que atuará de forma complementar à Comissão de Diversidade, que ficará responsável pelo engajamento e pela promoção de eventos de sensibilização, enquanto a área de diversidade cuidará do levantamento de métricas e indicadores”, diz a professora Bruna. A coordenação da nova área está a cargo de Débora Mallet, coordenadora executiva do Desenvolvimento de Ensino e Aprendizagem (DEA) no Insper.

 

Comitê Alumni de Diversidade
Integrantes do Comitê Alumni de Diversidade em evento sobre linguagem inclusiva

Resiliência e compromisso

A consolidação da agenda de diversidade, equidade e inclusão no Insper acontece com uma robusta rede de apoio, formada por entidades ligadas a alunos e ex-alunos. Uma das pessoas que acompanham esse processo desde o início é a jornalista Bruna Ancheschi, ex-aluna de MBA e ex-colaboradora do Insper. Ela era gerente de Comunicação e Eventos na escola e foi uma das fundadoras da Comissão de Diversidade, em 2018. Três anos depois, ajudou a criar o Comitê Alumni de Diversidade, Equidade e Inclusão, da qual é coordenadora. O Comitê promove regularmente encontros e produz materiais sobre diversos temas relacionados aos pilares de Gênero, LGBTQIAPN+, Raça e PCD.

“Quando fundamos o Comitê Alumni, começamos a fazer uma série de debates nos grupos, de forma transversal, apoiar outros comitês e as tomadas de decisão da própria escola. A ideia era promover a importância da diversidade para as pessoas, para as empresas e para a sociedade”, diz Bruna, que atualmente é gerente de Marketing e Comunicação na AASP, maior associação de advogados na América Latina. “A diversidade tem esse poder de impulsionar a inovação e os negócios. Quando as pessoas estão em um ambiente onde elas se sentem pertencentes e podem ser o que são, elas se tornam mais felizes e produtivas.”

Bruna destaca uma série de eventos que o Comitê vem realizando para promover o letramento em temáticas transversais. Entre os eventos realizados estão palestras sobre microagressões e vieses inconscientes. O Pilar de Raça tem promovido as chamadas “pílulas da diversidade”, nas quais compartilham histórias de pessoas com projeção em suas áreas, destacando os talentos provenientes de diversas raças e etnias. O Pilar de Pessoas com Deficiência já produziu podcasts e realizou eventos para discutir a educação inclusiva, “um tema de extrema importância para a transformação da nossa sociedade”, segundo Bruna.

Já o Pilar de LGBTQIAPN+ estabeleceu uma parceria com a entidade Inspride para desenvolver diversas ações em conjunto, incluindo a criação de vídeos. “No Mês do Orgulho deste ano, teremos novamente rodas de conversa e a produção de um vídeo, como já virou tradição.” O Pilar de Gênero também realizou uma série de rodas de conversa e desenvolveu materiais, como uma provocação com perguntas que as mulheres frequentemente precisam responder em entrevistas de emprego. “Atualmente, estamos discutindo a inclusão das temáticas de diversidade, equidade e inclusão no Alumni Day. Estamos ainda em processo de definição, avaliando se será uma abordagem transversal ou se teremos uma palestra específica”, diz Bruna.

Ela observa que, de modo geral, muitas pessoas que estão à frente dos negócios nas empresas ainda dispõem de conhecimento limitado sobre diversidade, equidade e inclusão. “Por isso, acredito que desempenhamos um papel fundamental nesse debate, oferecendo suporte e assessoria. E é fundamental ter a resiliência de não desistir”, diz Bruna. Ela cita como exemplo o uso de intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) em eventos. “Haverá momentos em que podemos sugerir a inclusão de recursos de Libras em um evento, mesmo que não haja surdos presentes. Caso não seja possível implementar imediatamente, não podemos desistir. No evento seguinte, precisamos sugerir novamente. Esse esforço para incluir as pessoas deve ser constante, um compromisso para a vida inteira.”

 

Integrantes do coletivo Raposas Negras
Integrantes do coletivo Raposas Negras

Inclusão de estudantes negros

Os alunos também têm um papel de destaque no amadurecimento da agenda de diversidade no Insper. Um exemplo é o Raposas Negras, um coletivo fundado em 2018 para ser um local de encontro e de apoio entre alunas e alunos negros. O grupo conta atualmente com 10 a 12 membros ativos, mas suas ações costumam atingir de 30 a 40 pessoas no Insper, de acordo com Victor Sátiro Fernandes Madeira, aluno do 4º semestre do curso de Administração e presidente do coletivo.

Uma das iniciativas em que o Raposas Negras está engajado atualmente é a Campanha Alas, cujo objetivo é o financiamento coletivo de bolsas de estudo para estudantes negros do Insper. Cada real doado durante a campanha será multiplicado por três — a meta é arrecadar valor suficiente para custear 34 mensalidades de bolsistas negros. Atualmente, estudantes negras e negros representam 36% do total de bolsistas do Insper. Aumentar o número de bolsistas, segundo Victor, é um caminho para ampliar a presença de estudantes negros na escola.

Outra iniciativa desenvolvida atualmente pelo Raposas Negras é uma parceria com a empresa Johnson & Johnson para fortalecer e aprimorar o programa de diversidade da fabricante de bens de consumo. Batizado de “Credo in Action”, o programa tem o objetivo de preparar jovens negros para o mercado de trabalho, sobretudo para vagas de estágio e trainee. “Por meio desse programa, preparamos pessoas negras, independentemente da faculdade em que estudam, para oportunidades de estágio e treinamento em empresas diversas, não necessariamente na Johnson & Johnson”, explica Victor. A ideia é selecionar pessoas negras que estão concluindo a graduação ou já se formaram e prepará-las para enfrentar processos seletivos de trainee. “O programa oferece orientações sobre como se sair bem em entrevistas, em dinâmicas de grupo e nas análises de empresas”, diz Victor.

Victor, aliás, junto com alguns amigos, criou uma ONG, o Black Finance, com o objetivo de treinar, desenvolver e preparar lideranças negras para atuarem no mercado financeiro. “Realizamos uma pesquisa rápida com mais de mil funcionários do mercado de investment banking no Brasil e descobrimos que apenas nove deles eram pessoas negras. Esse número era alarmante e evidenciava a falta de representatividade da população negra”, conta Vitor. Diante dessa realidade, Victor e seus amigos decidiram lançar a primeira turma do Black Finance. “Tivemos a participação de quatorze alunos, sendo que dez deles conseguiram ingressar em setores relacionados a investment banking. Fico orgulhoso ao saber que, em menos de um ano de existência da nossa ONG, conseguimos dobrar o número de profissionais negros que atuam nesse segmento do mercado financeiro.”

 

Maria Fernanda Pizarro Carvalho (à frente) com outros membros do Inspride
Maria Fernanda Pizarro Carvalho (à frente) com outros integrantes do Inspride

Apoio a pessoas LGBTQIAPN+

Criado em 2016, o coletivo Inspride atua como uma rede de apoio e inclusão para a comunidade LGBTQIAPN+ dentro da escola. Segundo Maria Fernanda Pizarro Carvalho, uma das líderes do grupo, o Inspride conta atualmente com a participação de cerca de 80 membros, incluindo estudantes de graduação e pós-graduação, ex-alunos, professores e colaboradores. No entanto, de 10 a 20 membros são considerados ativos e estão efetivamente envolvidos nas atividades do coletivo.

Aluna do 5º semestre de Administração, Maria Fernanda faz parte do Inspride desde julho de 2021. Ela conta que o coletivo está empenhado atualmente em se reestruturar como uma rede de apoio ativa, uma vez que a saída de membros do grupo que se formaram nos anos anteriores acabou deixando um vácuo. “Os membros do coletivo foram deixando a escola e não houve uma passagem de bastão para os novos integrantes. A falta de uma transição adequada fez com o que o coletivo ficasse inativo por um tempo”, diz Maria Fernanda. No entanto, os membros atuais estão comprometidos em revitalizar o coletivo e garantir que novos estudantes que ingressarem no Insper possam dar continuidade às ações do grupo mesmo depois que os atuais integrantes se formarem.

Atualmente, as atividades do Inspride são predominantemente voltadas para discussões internas, promovendo um espaço seguro e aberto para que todas as pessoas possam se sentir confortáveis. As reuniões ocorrem a cada 15 dias no Insper, onde uma sala é reservada para promover esses diálogos. “A cada reunião, uma pessoa traz um tema para discutirmos sobre assuntos mais teóricos envolvendo gênero, sexualidade ou sobre alguma necessidade”, diz Maria Fernanda.

Segundo ela, o coletivo busca ser um espaço acolhedor, onde qualquer pessoa pode participar e contribuir para a construção de uma comunidade mais inclusiva. Para fazer parte do Inspride ou obter outras informações, o coletivo disponibiliza um e-mail específico: insperlgbt@gmail.com.

 

Integrantes do Femininsper em uma das atividades
Integrantes do Femininsper em uma das atividades

Empoderamento feminino

O Femininsper é um coletivo que se propõe a criar um ambiente de acolhimento e discussão para alunas. A entidade foi criada em 2017 para garantir que as estudantes se sintam confortáveis e ouvidas, tanto pela faculdade quanto pelos colegas. O Femininsper se posiciona para atuar em questões que afetam as mulheres no ambiente acadêmico, buscando promover a igualdade de gênero e a representatividade feminina.

A aluna Vivian Copelli faz parte da primeira turma do curso de Direito no Insper. Assim que entrou na escola, em 2021, ela começou a participar das atividades do Femininsper. “Fui muito bem acolhida e fiz amizades que, talvez, não teria tido a oportunidade de fazer se tivesse ficado apenas dentro da minha sala de aula. Por meio desse coletivo, estabeleci vínculos com meninas que eu já conhecia, mas com as quais não tinha uma proximidade tão grande”, diz Vivian.

Ela conta que sempre teve afinidade com o tema do feminismo e acredita na importância de transmitir essa mensagem. “Quando tive a oportunidade de estudar Direito e trabalhar nessa área, isso despertou ainda mais a minha curiosidade sobre o feminismo. Percebi que, mesmo achando que sabia de tudo, ao entrar em contato com outras mulheres, pude aprender muito mais sobre suas visões e experiências”, diz a aluna. “Ao entrar em uma entidade que promovia debates, enxerguei uma chance de crescimento e aprendizado ao conviver com outras estudantes universitárias. Queria conhecer a perspectiva delas sobre o ambiente que eu escolhi passar vários anos da minha vida, já que a universidade reflete muito sobre o nosso lugar na sociedade.”

Vivian é atualmente a diretora-geral do Femininsper, que conta com oito integrantes em sua equipe de gestão, responsáveis pela criação de posts informativos nas redes sociais, organização de eventos e coordenação de outras atividades. O coletivo tem ampliado suas atividades e estabelecido parcerias com profissionais de diversas áreas. Já promoveu palestras ministradas por médicas, advogadas, CFOs e outras profissionais renomadas, proporcionando às estudantes a oportunidade de aprender com experiências reais e únicas de mulheres que enfrentaram desafios e conquistaram posições de destaque em suas carreiras.

Além do foco no conhecimento e no contato com profissionais inspiradoras, o coletivo também desenvolve ações voluntárias. “Trabalhamos bastante com entidades parceiras que queiram fazer arrecadações dedicadas a mulheres em situação de carência e vulnerabilidade, que precisem de absorvente ou qualquer material de higiene”, diz Vivian. Na ação mais recente desenvolvida pelo Femininsper em parceria com uma ONG, o coletivo arrecadou no Insper mais de 10 mil absorventes e outros materiais de higiene básica para mulheres.

 

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