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Os resultados promissores do Programa de Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância

As 12 iniciativas apresentadas pelos participantes abordam temas como saúde, educação, diversidade e meio ambiente e caminham para a fase de implementação

As 12 iniciativas apresentadas pelos participantes abordam temas como saúde, educação, diversidade e meio ambiente e caminham para a fase de implementação

 

Michele Loureiro

 

O Programa de Liderança Executiva em Desenvolvimento da Primeira Infância finalizou suas atividades em novembro com 12 projetos apresentados pelos participantes, que devem colaborar para transformar as políticas públicas e iniciativas de promoção dos direitos da primeira infância, etapa que vai até os 6 anos de idade. Dividido em três módulos, o programa foi realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade Harvard, sob liderança acadêmica de Marcia Castro e Aisha Yousafzai, e com o Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP) do Insper, sob liderança acadêmica de Naercio Menezes e Priscila Borin Claro.

Na primeira fase, os participantes do curso passaram por uma imersão em Harvard, nos Estados Unidos. Em seguida, realizaram o amadurecimento do plano de ação iniciado em solo norte-americano com ajuda de mentoria e, por último, tiveram aulas e apresentaram seus projetos no Insper.

Segundo Priscila Claro, ao longo dos últimos meses, os grupos foram acompanhados de perto por três tutoras do Insper em encontros que se deram de forma remota e ajudaram a aprimorar os trabalhos à medida que cumpriam os checkpoints. No último módulo, além das apresentações dos projetos para uma banca formada pelos pesquisadores do NPCI, de Harvard e do Insper, os alunos cursaram disciplinas que abordaram competências relacionadas à gestão de pessoas, pensamento sistêmico, capacidade de engajamento de stakeholders e macrodados relacionados à primeira infância no Brasil. “O último módulo teve a característica de olhar para competências importantes relacionadas a soft skills para implantação dos projetos e culminou com a apresentação desses trabalhos”, explica Priscila.

As iniciativas relacionadas à primeira infância apresentadas ao final do curso abordaram temas como saúde, educação, diversidade, meio ambiente e infâncias diversas. “Alguns eram focados em estados como Piauí, Ceará, e Minas Gerais. Os participantes puderam trazer as suas questões locais para dar impacto nacional ao desenvolvimento da primeira infância”, diz Priscila.

Outro ponto interessante do programa é que, desta vez, as inscrições não foram abertas ao público em geral. Todas as vagas foram preenchidas exclusivamente mediante convite realizado a lideranças indicadas por organizações parceiras do NCPI e que dialogam com a gestão estadual e federal de políticas, programas e práticas voltadas à primeira infância. A ideia era que os projetos fossem criados por tomadores de decisão finais e ganhassem rapidez na aplicação.

Nesta 10ª edição, a turma foi composta por 42 participantes, entre líderes da esfera pública, sociedade civil, academia e comunicação, sendo 10 representantes de sete estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste, 12 líderes federais de diferentes ministérios e órgãos, um representante do Judiciário federal, três parlamentares estaduais e federais, dois profissionais de comunicação, seis acadêmicos e oito representantes da sociedade civil.

“Sabemos que a agenda dos cursistas é desafiadora e ressaltamos seu engajamento para, apesar da atividade intensa no dia a dia, se reunir periodicamente e garantir a qualidade dos projetos. Alguns trabalhos já estão em fase de implementação e isso demonstra como o curso pode fazer diferença para os gestores públicos, que já são experientes e têm conhecimento, mas ganham com esse aporte da estrutura de orientação e mentoria para desenvolvimento das atividades práticas e ações concretas”, diz Vinícius Barqueiro, coordenador de educação executiva do CGPP.

 

Destaques dos projetos

Entre os projetos apresentados, alguns ganharam destaque. Um deles foi a política pública para Dashboard sobre Vagas nas Creches do Rio Grande do Sul, que vai elaborar um Índice de Necessidade de Creches, considerando a oferta e a demanda existente no estado. A ideia é que o Rio Grande do Sul possa mapear com maior precisão a necessidade de creches nos municípios, especialmente para os públicos de menor renda, e consiga direcionar melhor os recursos.

Outro destaque é o projeto Xirê – Observatório de Ciência, Política e Engajamento Público pelas Infâncias Negras. Trata-se de uma iniciativa de sistematização, disponibilização, instrumentalização do acesso e assimilação das evidências, boas práticas, marcos legais sobre racismo e infâncias por meio da criação de um observatório. A ideia é desenvolver uma plataforma voltada à temática, com o objetivo de disseminar informações relevantes para pesquisadores, governo e sociedade como um todo, tornando-se um ponto de acesso ao conhecimento e articulação de redes.

Na lista também aparece o Programa Mais Inclusão Ceará, realizado pela primeira-dama do estado e pela coordenadora da política pública Mais Criança do Ceará. Elas estruturaram um projeto para atender e diagnosticar o mais cedo possível crianças com potencial transtorno de autismo. Além do diagnóstico precoce, a iniciativa busca assegurar o acesso aos benefícios e aos direitos de cidadania, ofertar cursos de qualificação e inclusão produtiva aos familiares, disponibilizar formação e educação permanente aos profissionais da rede de proteção social e fortalecer ações intersetoriais no acolhimento de crianças com autismo.

“O Ceará será um estado pioneiro nessas ações e essa política é fruto do curso”, diz Verônica Ennes Bastos de Araújo, tutora do projeto e aluna do Mestrado de Políticas Públicas do Insper. “É possível perceber as mudanças efetivas que vão acontecer em meses e serão duradouras para a sociedade.”

Segundo ela, o programa foi inspirador e ajudou a ampliar seu repertório. “Foram pontes importantes e oportunidades de networking. Tive contato com senadoras, deputadas federais e estaduais e com secretarias de diversos estados. Na minha experiência como tutora, os dois pontos principais do curso foram o fato de colocar a ‘mão na massa’ e ajudar a tirar do papel essas políticas. Como meu objeto de pesquisa no mestrado é orientado à primeira infância, foi muito positivo fazer essas conexões, que podem render outras iniciativas e ser duradouras”, diz Verônica.


Confira a lista dos 12 planos de ação propostos durante o curso:

  • Governança estadual para políticas públicas de primeira infância
  • Selo estadual Amigo da Primeira Infância
  • Mais inclusão nos programas de primeira infância do Ceará
  • Governança federal das políticas públicas da primeira infância
  • Projeto de implementação do reordenamento do Programa Primeira Infância no SUAS/Criança Feliz: primeiras medidas de gestão
  • Diagnóstico sobre a qualidade do atendimento de indígenas e quilombolas no âmbito do Programa Criança Feliz
  • Xirê – Observatório de ciência, política e engajamento público pelas infâncias negras
  • Relacionamento da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância com as frentes estaduais
  • Programa Cidades Verdes Resilientes
  • Direito de brincar no espaço público
  • Dashboard sobre vagas nas creches do Rio Grande do Sul
  • Parâmetros de qualidade para a avaliação da educação infantil

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