A Piwi, de Felipe Baeta, foi fundada em 2019 com o objetivo de ajudar pequenas e médias empresas na contratação e gestão de planos de saúde
Michele Loureiro
Felipe Baeta teve seu primeiro negócio aos 14 anos, quando ele e um amigo administravam um estacionamento em São Paulo. “Foi um período de sucesso, mas eu entendi que, para empreender, era necessário ter uma bagagem acadêmica”, diz Baeta, ao justificar sua escolha pelo Insper, onde se formou em Ciências Econômicas na turma de 2009.
De lá para cá, o empreendedorismo seguiu forte na carreira de Baeta. Em 2019, ele fundou a Piwi, startup que nasceu para solucionar problemas das PMEs na contratação e gestão de planos de saúde e benefícios corporativos. Com o sócio Wagner Bernardo, eles apostam em uma plataforma digital proprietária que auxilia na cotação, contratação e gestão de planos de saúde, odontológicos e seguro de vida, entre outros benefícios. “Nossa previsão é faturar R$ 11 milhões em 2023”, diz Baeta.
A inspiração para a criação do negócio surgiu dentro do Insper. Baeta diz que o curso ensinou teorias que o ajudaram a fomentar a capacidade de pensar. “Eu poderia ter seguido como um empreendedor aventureiro, mas resolvi construir minha bagagem técnica. Além dos aprendizados, até hoje isso conta muito na hora de fechar negócios. Por exemplo, ao olhar empresas de estágio inicial, como a Piwi, os fundos de venture capital prestam atenção no currículo do empreendedor. Ter o Insper na bagagem é essencial”, afirma.
Em dezembro de 2022, a Piwi recebeu um aporte de R$ 21,5 milhões em uma rodada liderada pela DNA Capital, com participação da Scale-Up Ventures, fundo da Endeavor Brasil. “Fui o primeiro ex-funcionário da Endeavor a receber um aporte do fundo”, conta Baeta.
Para ele, a vontade de empreender é uma característica importante, mas deve ser complementada com conhecimento técnico. “Sempre me cerquei de pessoas experientes e, na época do Insper, participava ativamente das atividades dos Centro de Empreendedorismo, algo que pretendo retomar no próximo ano”, diz.
Baeta se orgulha dos marcos da Piwi, prestes a completar quatro anos de existência. Segundo ele, o modelo foi revisado diversas vezes e agora o produto está pronto para ser escalável. Tanto é que há sete meses a empresa não perde um cliente e só cresce. “Temos um nível de satisfação dos clientes de 96,7% no segundo trimestre deste ano e estamos confiantes de que encontramos o modelo ideal para atender as pequenas e médias empresas”, afirma.
A Piwi conta com 55 funcionários e atende cerca de 20 mil vidas no eixo Rio-São Paulo. “Nosso plano de expansão está apoiado em vendas por meio de relacionamento. Estamos reconstruindo a cultura de contratação de planos de saúde nessas empresas de menor porte, que por muitos anos teve uma cultura de deseducação no processo de compra”, diz.
Além disso, uma parceria recente também deve ajudar a alavancar o negócio. A corretora Pipo Saúde direcionou 6% de sua carteira para a Piwi com o objetivo de personalizar e agilizar os atendimentos. Isso porque uma simples inclusão de uma pessoa no plano de saúde pode demorar dias e passar por um processo cheio de papel e trocas de e-mails. Com a Piwi, isso é feito de maneira digital, fluida e rápida.
“Empresas como Piwi e Pipo Saúde, cada uma em seu nível de especialidade, estão mostrando ao segmento que a complementaridade de produtos e foco, com o intuito de gerar valor para os clientes, é o melhor caminho para isso. Tenho certeza de que será uma parceria de longo prazo que nos permitirá fazer um excelente trabalho com PMEs e também contribuir com a indicação de grandes empresas que contarão com o olhar especializado da marca”, diz Baeta. “Para transformar esse mercado, é preciso gerar confiança, e ter a empresa reconhecida como uma parceira confiável é um passo importante”, afirma.