Webinar promove debate sobre os desafios e oportunidades que surgem a partir da interação entre empresas consolidadas no mercado e novas iniciativas
Na última quarta-feira, 11 de agosto, realizamos o webinar Inovar ou Ficar Para Trás? O papel das startups no desenvolvimento das grandes organizações. O encontro buscou entender qual é a interação entre os grandes nomes do mercado e as novas empresas que surgem por meio de ideias brilhantes e muita força de vontade. Como acontece essa interação? É amistosa ou baseada na concorrência? É mutualística ou predatória?
Para essa conversa, Daniel Ibri e Luiz Vieira, professores do Insper, receberam Marcelo Flora, head do BTG Pactual Digital e da Seguradora BTG Pactual Vida e Previdência, e Clau Sganzerla, presidente do Conselho da Aviva-Algar, que falaram sobre os processos que suas empresas passaram para aportar novas ideias e mudar as marés dos negócios.
Como tudo começou
Marcelo Flora teve uma trajetória extensa pelo BTG Pactual, começando como estagiário nos anos 2000 e crescendo até sua posição atual. Ele conta que, desde 2014, encabeça o projeto do BTG Pactual Digital, que promoveu a transformação digital do banco e permitiu uma grande aproximação com startups.
Antes disso, o banco possuía um foco muito maior em clientes de grande porte e atuava como investidor financeiro. Entretanto, utilizando o aprendizado adquirido pela experiência norte-americana com o surgimento das plataformas de investimento online, houve uma mudança de perspectiva. “Ao observarmos diversas condições favoráveis para replicar o modelo em território nacional, aliadas ao processo de revolução informacional, percebemos que era hora de investir nas bases dessa plataforma de integração de negócios”, diz Marcelo.
Clau Sganzerla entrou no Grupo Algar em 2016, assumindo a função da vice-presidência de Estratégia e Inovação de Novos Negócios, tendo como uma das suas diretrizes posicionar o Grupo Algar no ecossistema de inovação e relação com startups.
Segundo Clau, uma das maiores preocupações da companhia é estar presente e em evidência nessa frente de desenvolvimento. “A nossa opção foi por um modelo híbrido, que aborda esse cenário de forma direta e indireta, seja pela criação de uma área interna, chamada Algar Venture, que possibilitou um contato mais próximo com as startups, quanto pela criação de fundos de Venture Capital”, conta Clau.
Quais foram os sucessos? E quais foram os aprendizados?
Marcelo comenta que não existe solução mágica para a integração com startups, sendo um exercício constante a aproximação com essas novas empresas. “A resposta sempre é inovar a cada tentativa para colher cada vez mais dados que permitam resultados melhores no futuro. Não existe apenas uma forma de investir.”
Seguindo o ponto de vista de Marcelo, Clau abordou os aprendizados de acordo com a experiência do Grupo Algar. O executivo citou um exemplo de startup que supria uma linha de negócios, mas que não obteve o sucesso esperado pois acabou dependendo demais do grupo e virou um departamento interno. Já em outro caso, o grupo adquiriu 70% de uma startup e, aos poucos, diminuiu a sua influência. Isso fez com que a iniciativa passasse a receber outros investidores, o que permitiu o seu crescimento acentuado. “Esses investimentos promovem riscos e a empresa que deseja se aventurar nessa linha de negócio deve estar sempre preparada tanto para sucessos como para possíveis falhas.”
Quais são as preocupações para o futuro?
Para Marcelo, o modelo de negócio atual do Banco BTG Pactual, focado no âmbito digital, está com um mar de oportunidades a ser explorado. Entretanto, ele se mantém atento para possíveis deslizes ou mudanças bruscas no cenário econômico atual. Para Clau, o preocupante é se acomodar num sucesso relativo que o grupo possui, ter a visão ofuscada e perder um possível investimento que seja uma mina de ouro. “Nossos negócios mudarão e nossos setores sempre vão sofrer alterações. A questão é como estaremos adequados para isso”, conta Clau.
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