A demanda por cientistas de dados no Brasil tem apresentado um crescimento significativo nos últimos anos. Em 2023, a profissão já havia sido a mais procurada, com um aumento de quase 4.000% nas buscas por vagas relacionadas à área no site de vagas Indeed.
Em termos salariais, dados da plataforma Glassdoor indicam que a remuneração base para cientistas de dados no país em janeiro de 2025 varia entre R$ 6 mil e R$ 12 mil/mês, chegando a até R$ 17 mil no caso de profissionais de perfil sênior.
Além disso, uma pesquisa realizada em 2024 apontou que 33% dos entrevistados consideram a profissão de analista e cientista de dados como a mais relevante para o mercado de trabalho brasileiro até 2030.
Em apenas um minuto, 1.388 posts são publicados em blogs, 2,5 milhões de conteúdos são compartilhados no Facebook, 72 horas de novos vídeos vão ao ar no YouTube, 300 mil novos tweets surgem no Twitter e 220 mil fotos são postadas no Instagram.
Isso em 1 minuto.
É difícil até calcular a quantidade de informação e de dados que entram na internet, criadas por pessoas físicas e jurídicas, todos os dias.
Cada movimento que as pessoas e as empresas fazem online, cada clique que elas dão na internet deixa um rastro.
O cientista de dados é o profissional capaz de analisar de forma inteligente todo esse amontoado de informações, detectar padrões e ajudar as empresas a tomarem decisões embasadas, que atendam aos seus objetivos específicos.
Esses objetivos podem ser, por exemplo, recomendar os melhores filmes para os usuários, caso a empresa seja a Amazon Prime ou a Netflix. Ou de desenvolver um software que vai ajudar no diagnóstico de doenças complexas.
A ciência de dados é uma carreira e uma área de estudo multi e interdisciplinar, que analisa uma imensa quantidade de dados brutos e, com uso de algoritmos e ferramentas, consegue extrair insights valiosos, que vão ajudar na tomada de decisões para pesquisas acadêmicas, empresas, governos e outras organizações.
Ou, simplificando: ciência de dados é o “campo de conhecimento que visa converter dados em informações para apoiar o processo de tomada de decisão”.
Essa definição exemplar pode ser encontrada no artigo “Um Guia Rápido Sobre os Conceitos Fundamentais em Ciência de Dados: Como Começar, Como Fazer Certo e com O Que Tomar Cuidado”, publicado por um grupo de pesquisadores no fim de 2021.
Como já foi dito, a ciência de dados é interdisciplinar. Ela envolve outras áreas, como estatística, matemática, ciências da computação, engenharia, física, economia e administração, entre outras.
Assim como o data science, o business intelligence (BI, ou inteligência de negócios, na tradução para português) também é uma solução voltada para analisar dados em busca de melhores decisões para uma empresa.
A diferença é que o BI faz um diagnóstico da situação da empresa com base em dados do passado e do presente, enquanto a ciência de dados busca também fazer análises preditivas, pensando na tomada de decisões para o futuro.
De certa forma, a ciência de dados comporta, dentro dela, a inteligência de negócios. Ou seja, o BI está inserido no data science, que é mais amplo, vai além, por ser uma ciência mais complexa e que tenta prever qual pode ser a melhor solução para um problema no futuro.
O cientista de dados precisa resolver um problema ou ajudar numa tomada de decisão a partir de dados brutos e que muitas vezes são muito volumosos e complexos. Portanto, de forma resumida, o principal trabalho desse profissional é organizar essas informações de maneira que sejam úteis para um propósito.
Esse especialista consegue fazer isso em um espaço de tempo relativamente curto, com a utilização de algoritmos e ferramentas – como o aprendizado de máquina, ou machine learning.
Ou seja, o que o cientista de dados faz nada mais é que extrair conhecimentos valiosos dos dados que ele tem disponíveis para aplicar a um determinado fim. Transformar uma pedra bruta em preciosa, separar o joio do trigo.
São enormes. Esta é a era do Big Data, esse enorme volume de dados, muitas vezes não estruturados.
As empresas que conseguem mensurar essas informações, fazer uma análise correta delas e adequá-las para seus objetivos, usando inteligência artificial, ganham em competitividade.
O cientista de dados é um dos profissionais mais buscados para fazer isso.
Segundo o relatório “Jobs of Tomorrow: Mapping Opportunity in the New Economy”, lançado pelo Fórum Econômico Mundial, os cientistas de dados estão entre as funções com maior taxa de crescimento em empregos, ao lado, por exemplo, dos especialistas em inteligência artificial.
O primeiro passo é aprender conceitos básicos de programação, um conhecimento importante mesmo com a ascensão meteórica da programação assistida por IA.
O interessado em seguir carreira como cientista de dados pode fazer um curso de graduação mais voltado à ciência da computação, por exemplo, ou fazer programas mais curtos, que ensinam linguagens de programação, como Python, Scala e Java.
Como a área é interdisciplinar, e o profissional vai precisar de outros conhecimentos também, como matemática, estatística e até negócios, uma opção é que os profissionais com essas formações (ou similares) façam uma pós-graduação em ciência de dados.
Além da graduação em Ciência da Computação, o Insper oferece dois cursos de pós-graduação na área de dados:
Para quem busca uma formação mais focada em negócios e lideranças na área, há também o Programa Avançado em Transformação Digital, uma formação robusta em Gestão, Operações e Tecnologia para liderar equipes ágeis em diversos processos de negócios digitais.