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Capa do Guia Prático de Urbanismo SocialCapa do Guia Prático de Urbanismo Social

 

Seis dos principais nomes do urbanismo social do Brasil se reuniram para criar um Guia Prático com estratégias e metodologias para a implementar projetos, em uma iniciativa do Insper e da consultoria Diagonal. Com décadas de experiência, os autores analisaram cases de sucesso na América Latina e desenvolveram um passo a passo para auxiliar na execução de novos projetos em cidades brasileiras.

 

“A ideia central é estimular a criação de iniciativas de urbanismo social e apresentar caminhos para sua execução. Com base nas experiências de sucesso, listamos os passos fundamentais no Guia, que é direcionado para políticos, gestores públicos e privados”, afirma Kátia Mello, professora do curso de pós-graduação em Urbanismo Social do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper, cofundadora e copresidente da consultoria Diagonal.

 

Ao longo de sua trajetória profissional, Kátia acumulou vasta experiência em implementação, monitoramento e avaliação de projetos para melhorar a qualidade de vida das populações em situações de vulnerabilidade, em diversos contextos nacionais e internacionais, incluindo 22 países, especialmente na América Latina e na África.

 

Para ela, o Guia Prático de Urbanismo Social é fundamental na criação de novas iniciativas duradouras. “O material apresenta de forma clara as metodologias e os caminhos para implementar as políticas, além de listar as ferramentas disponíveis e os pilares que fundamentam um bom projeto. O Guia sintetiza a avaliação de 12 experiências no Brasil e em outros países da América Latina, incluindo os pontos de vista de quem participou da execução delas”, afirma.

 

Segundo Marisa Moreira Salles, Cofundadora do Laboratório Arq.Futuro do Insper, que integra o Conselho Consultivo da Reitoria da Escola de Arquitetura e Planejamento do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o Guia também ajuda a empoderar as pessoas. “Tivemos o cuidado de escrever em uma linguagem de fácil entendimento para que o material seja acessível e ajude mais pessoas a promover transformações”, avalia.

 

O passo a passo para criar projetos de urbanismo social de sucesso e duradouro, que atendam às demandas da população, evoluiu com o tempo. Para Álvaro Jucá, cofundador e copresidente da Diagonal, o Guia mapeia também a evolução dos processos de trabalho. “É um material em constante atualização. Por exemplo, há alguns anos as avaliações técnicas de demografia demoravam meses e hoje podem ser realizadas rapidamente por meio de drones. Da mesma forma, os conceitos não param de evoluir e ter um material atualizado é fundamental para adotar as melhores práticas.”



Ações práticas para resultados reais

 

Segundo os autores, o lançamento do Guia colabora para deixar de lado o empirismo das reuniões com as comunidades, que na maioria das vezes dependem dos agentes públicos envolvidos e da capacidade de convencimento de suas respectivas argumentações. “O Guia traz objetividade nas abordagens e aponta técnicas elaboradas para alcançar os vários interlocutores que fazem parte do movimento de transformação”, diz Ricardo Balestreri, coordenador do Núcleo de Urbanismo Social e Segurança Pública do Centro de Estudos das Cidades e professor da pós-graduação em Urbanismo Social da instituição.

 

Para Eliana Sousa Silva, coordenadora e professora do curso de pós-graduação lato sensu em Urbanismo Social do Centro de Estudos das Cidades, além de fundadora e presidente da organização social Redes da Maré no Rio de Janeiro, o material mostra que as práticas de urbanismo social devem ser uma experiência sistêmica. “O Guia reforça que é necessário ir além de intervenções avulsas. Precisamos pensar na perspectiva do urbanismo dentro de uma lógica de igualdade na cidade e trabalhando a especificidade das demandas das regiões com menos políticas públicas estabelecidas. O material ajuda para que os novos projetos tragam essa dimensão de cidade no seu mais profundo conceito.”

 

A intersetorialidade das políticas públicas é um dos destaques do Guia. Os autores listaram os seis pilares do urbanismo social de sucesso: necessidade de políticas integradas; governança compartilhada; saturação integrada de segurança cidadã e de políticas sociais; criação de grupos de atenção prioritária; serviços integrados continuados em equipamentos dedicados; e investimentos progressivos no território. “O urbanismo social pressupõe essa integração e deve ser uma política de estado e não uma política de governo. O foco é permear todo planejamento e ser um plano contínuo”, diz Kátia.

 

Para Marisa, o Guia também tem o papel de conscientizar a população. “Se você não tiver cidadãos conscientes, não consegue exigir melhorias dos governos e realizar as transformações”, diz. “Não se faz urbanismo social para a comunidade, mas sim com a comunidade e entendendo as reais necessidades”, completa Balestreri.
 

Centros de Conhecimento

Centro de Estudos das Cidades - Laboratório Arq.Futuro

A interdisciplinaridade está na base desta plataforma para o ensino e a pesquisa sobre o meio urbano

 

Cases do Guia de Urbanismo Social

 

Segundo os autores, a experiência de Medellín, na Colômbia, iniciada no período de 2004-2007, com desdobramentos até os dias de hoje, aponta reflexões atuais e inspiradoras. A cidade é um caso referencial e matricial na América Latina na categoria de intervenção e revela um pacto amplo com toda a sociedade, construído a partir da geração de alianças público-privadas-comunitárias que constituíram verdadeiros diálogos de coesão social.

 

 

Para os autores, o exemplo colombiano revela uma profunda transformação social, educacional e cultural, com conteúdo e resultados urbanos, e demonstra um projeto de construção de uma sociedade, não apenas a construção de uma cidade.

 

 

“Consideramos esse o melhor exemplo, pois Medellín continua sendo um projeto de sucesso com longevidade. Apesar das mudanças de governos e momentos de oscilação, a cidade conseguiu manter uma consistência rara de ver”, diz Tomas Alvim, cofundador do Laboratório Arq.Futuro do Insper e coordenador-geral do Centro de Estudos das Cidades.

 

Outros onze casos são mapeados no Guia, como iniciativas no Rio Grande do Sul e Recife, e ajudam a elencar as melhores práticas de urbanismo social. “A descontinuidade das iniciativas é a principal dor. Por isso, o Guia mostra o passo a passo da construção de uma base que ajude a ultrapassar as questões políticas”, diz Alvim.

 

 

Para Balestreri, o material ajuda a nutrir as experiências em andamento. “Vários alunos da nossa última edição do curso de Urbanismo Social estão envolvidos em iniciativas espalhadas pelo país, em estados como Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Amazonas, e ficaram entusiasmados em poder contar com um material que vai ajudar a aprimorar os processos e contribuir para a escolha dos caminhos”, observa.

 

 

Insper como parte do ecossistema de urbanismo social

 

Segundo os autores, o Guia é uma resposta às demandas de profissionais que atuam na área e já passaram pelo Insper. Nos quatro anos de existência do curso de pós-graduação em Urbanismo Social, as demandas dos alunos por acesso aos materiais que apresentem “como fazer” para implementar iniciativas baseadas nessa transformadora ferramenta de intervenção foram altas.

 

“A proposta é criar uma bibliografia de referência no tema, ao lado do Guia de Urbanismo Social, publicado em 2023 pelo Laboratório também com o selo da BEĨ Editora, contribuirá para suprir a lacuna existente quando são buscadas experiências sistematizadas no campo do Urbanismo Social”, explica Alvim.

 

 

O material é indicado para todas as pessoas que tenham interesse em pensar e agir na cidade, com foco no engajamento em processos de mudança socioterritorial, que pretendem enfrentar as desigualdades em regiões vulnerabilizadas, e será oficialmente lançado em evento na sede do Insper, no dia 24 de setembro.

 

A versão digital do Guia será gratuita e a versão impressa terá seu valor arrecadado para a concessão de bolsas de estudo para a pós-graduação em Urbanismo Social do Insper.
 




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