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Duas alunas são selecionadas para intercâmbio com a Universidade de St. Gallen, na Suíça

Camila Bernardi Moniz, estudante do curso de Engenharia Mecatrônica, e Daniela Matos dos Santos, de Direito, viajarão no segundo semestre

Camila Bernardi Moniz (à esq.), estudante do curso de Engenharia Mecatrônica, e Daniela Matos dos Santos, de Direito, viajarão no segundo semestre

 

 

Tiago Cordeiro

 

Nascida há 22 anos no Jardim São Luís, e atualmente moradora do Jardim Miriam, ambos na zona sul da capital paulista, Daniela Matos dos Santos viu na educação uma ferramenta de ascensão social. “Meus pais não fizeram faculdade e sempre me incentivaram. Tive bolsa no colégio e fiz cursinho, também com bolsa, por dois anos. Num primeiro momento queria cursar uma faculdade tradicional de Direito, uma carreira capaz de mudar a vida das pessoas e melhorar o mundo”, relata.

Ao longo do processo de definir uma faculdade, ela conheceu o Insper. “O Programa de Bolsas da escola é o melhor do país, e percebi que poderia encontrar ali uma formação que dialoga com outras áreas do conhecimento. Aprendemos programação, estatística, regulação de internet”, diz Daniela, que conseguiu uma bolsa integral e hoje está no terceiro ano da graduação em Direito.

 

Viagem para a Suíça

A estudante desenvolveu diferentes projetos de pesquisa. Em 2023, por exemplo, conduziu  um trabalho de iniciação científicasobre as posições do Poder Judiciário frente às decisões da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O objetivo do trabalho foi verificar a aplicação da teoria jurídica da deferência do Judiciário em relação às agências reguladoras. “O conhecimento liberta o mundo. E a pesquisa científica é o melhor caminho para produzir conhecimento”, diz Daniela, que já fez estágios em empresas tão diferentes quanto um banco tradicional e uma startup.

A aluna sempre quis fazer um intercâmbio, mas não considerava que a ideia fosse viável. “Parecia muito fora da minha realidade, mas eu vi colegas, bolsistas como eu, negros como eu, concretizarem essas experiências. Comecei a me preparar, a buscar os documentos necessários, a estudar inglês, que sempre representou uma dificuldade para mim. Mas eu ainda precisaria bancar uma parte dos custos.”

Ela estava na etapa de buscar apoio financeiro quando soube da abertura do processo seletivo do intercâmbio do Insper com a Universidade de St. Gallen, uma escola suíça de Administração, Economia, Direito, Ciências Sociais, Assuntos Internacionais e Ciência da Computação. É uma das escolas mais prestigiadas da Suíça e que mantém uma parceria antiga com o Insper.

Recentemente, a cooperação entre as duas instituições foi revisada, de forma a ampliar o escopo de atuação dos alunos — quatro por ano, dois por semestre, são selecionados para participar desse intercâmbio acadêmico na Suíça, com todos os custos financiados pela Fundação Lemann, um diferencial importante para Daniela, mas não a única motivação para se candidatar a uma vaga.

“O tema do intercâmbio é digital policy, o que é muito atrativo para mim. Espero, com este intercâmbio, conhecer lugares que nunca imaginei, pessoas com outa bagagem. Também acredito que aprofundar a conexão da tecnologia com questões ligadas ao Direito vai proporcionar um ganho importante para minha carreira. Não me imagino trabalhando em um escritório de advocacia tradicional. Me vejo em uma grande empresa de tecnologia, em uma consultoria ou em uma startup.”

 

Pilota de carro elétrico

A outra estudante selecionada para o intercâmbio, Camila Bernardi Moniz, de 21 anos, estava no metrô quando recebeu o e-mail informando que havia sido selecionada para passar uma temporada na Suíça no próximo semestre. “Comecei a mandar mensagens para minha família. Eles ficaram muito orgulhosos”, relata.

Enquanto ela e Daniela estiverem na Europa, dois alunos da instituição suíça virão ao Brasil. Além de atividades acadêmicas, os alunos vão participar de pesquisa, de atividades de networking e eventos paralelos, com a finalidade de formar lideranças.

Estudante do sétimo semestre da graduação de Engenharia Mecatrônica do Insper, Camila nasceu em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e já morou em Alagoas, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e em Pernambuco — em função do trabalho, seu pai se muda com frequência. Ele já cursou uma pós-graduação no Insper e indicou a faculdade para a filha.

“Sempre gostei de tecnologia. Quando criança gostava de montar kits de tecnologia e de visitar a fábrica do meu tio. Quando cresci, percebi que queria trabalhar com inovação e escolhi mecatrônica”, relembra. Desde que começou sua trajetória na graduação, Camila participa de uma série de iniciativas da escola, incluindo um grupo de alunos que se dedica a desenvolver um veículo elétrico.

Em 2023, o protótipo participou da Shell Eco-Marathon, uma competição organizada no Rio de Janeiro pela petroleira britânica. E foi Camila quem pilotou o veículo. “Faz uns dois anos que sou a pilota oficial do grupo”, conta. Mas por que buscar o intercâmbio na Universidade St. Gallen? “Quero trabalhar com bioengenharia, uma área que vem crescendo rápido e envolve genética, robótica e saúde”, ela responde.

“É um setor marcado por muitas questões éticas. Podemos desenvolver ações ousadas, avançadas. Mas devemos fazer? Tenho certeza de que em St. Gallen vou trabalhar com ética e com inovação, buscando soluções com um foco em empreendedorismo.”

 

Procura elevada e qualificada

A parceria entre as duas instituições foi redefinida com o suporte do professor Ivar Hartmann. “Nessa revisão da parceria, foi incluída uma série de atividades”, diz ele, que lembra que o novo Digital Policy Leadership Program (DPLP) conecta estudantes de graduação do Insper e da Universidade de St. Gallen com atividades de pesquisa e networking dentro da temática de digital policy. A finalidade é formar lideranças capazes de atuar nesta área.

Dois professores, Graziela Tonin e Rodolfo Avelino, conduziram a seleção dos candidatos. “A receptividade da comunidade de alunos foi incrível!”, diz a professora Graziela. “Houve uma procura muito grande para participar do intercâmbio, demonstrando o entusiasmo e o interesse dos alunos em buscar oportunidades de aprendizado e experiência internacional, assim como o desejo de enfrentar novos desafios e buscar conhecimento em qualquer lugar do mundo, mesmo diante dos desafios linguísticos, da distância e da necessidade de trabalhar em equipes nas quais inicialmente não conhecem ninguém.”

Houve alta procura por mulheres, bolsistas e alunos negros, destacou a docente. “Ficamos impressionados com a qualidade dos currículos desses alunos, que incluem excelentes notas, participação ativa em diversas atividades no Insper, envolvimento em entidades estudantis, experiência em iniciação científica e habilidade para debater o tema em questão e aplicá-lo de forma eficaz na resolução de problemas reais.”

O intercâmbio é uma oportunidade única de imersão em um ambiente acadêmico internacional de prestígio, afirma a professora Graziela. Além disso, proporciona a chance de interagir com estudantes e professores de diferentes culturas e experiências, promovendo a troca de conhecimentos e perspectivas.

“Estamos confiantes de que as alunas escolhidas não só irão representar seus cursos, nossa instituição, nossos valores e o Brasil de forma exemplar durante a imersão na Suíça, mas também contribuirão significativamente para a pesquisa em questão”, diz a docente. “Esperamos que sirvam de inspiração para outros alunos, incentivando-os a buscar oportunidades semelhantes.”

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