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Modelo preditivo facilita busca por vagas em estacionamento e reduz as emissões

Os resultados do Projeto Final de Engenharia de quatro alunos do Insper foram apresentados à cidade francesa de Mandelieu-La Napoule, parceira do trabalho

Os resultados do Projeto Final de Engenharia de quatro alunos do Insper foram apresentados à prefeitura de Mandelieu-La Napoule, cidade francesa que foi parceira do trabalho

 

Leandro Steiw

 

Para o motorista descompromissado, o trânsito urbano só causa o estorvo do anda e para constante dos congestionamentos. Mas é justamente nesse processo de aceleração e frenagem que se concentram cerca de 40% das emissões de dióxido de carbono geradas pelo transporte, principais causadoras do efeito estufa. O impacto de manobras banais, como a procura por uma vaga de estacionamento, torna-se elemento considerável na definição de políticas públicas de sustentabilidade e mobilidade.

Sob a orientação da professora Paulina Achurra e mentoria técnica do professor Paulo Moura, os alunos Bruno Vieira Sanches, Davi Dom Bosco Silva e Lucas Nicascio dos Santos, de Engenharia Mecatrônica, e Marcelo Lisboa de Castro Reis, de Engenharia Mecânica, trabalharam em um modelo que facilitasse a busca por vagas nas cidades. A proposta foi apresentada no Projeto Final de Engenharia (PFE) Modelo Preditivo de Estacionamento Público e o Impacto na Emissão de CO2, desenvolvido em parceria do Imredd (sigla em francês para Instituto Mediterrâneo do Risco Ambiental e do Desenvolvimento Sustentável), da Universidade Côte d’Azur, na França, com o Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper.

Destacado com a certificação Falconi-Insper, emitida pela Falconi Consultores de Resultado, o trabalho foi apresentado à prefeitura de Mandelieu-La Napoule, cidade do sul da França que contribuiu com as informações reais. “Tratar diariamente com um representante de uma instituição internacional foi muito enriquecedor, principalmente para entender a dinâmica de trabalho fora do Brasil”, afirma o aluno Davi Silva. “Apresentar em inglês para a prefeitura da cidade francesa foi muito interessante para ver a relevância do que estava sendo feito pelo grupo. A possibilidade de implementação do projeto em âmbitos público e privado nos traz muita satisfação.”

Conforme o aluno Bruno Sanches, o projeto pretende otimizar a busca por vagas de estacionamento público, a partir de um modelo preditivo que leva em conta o fluxo de veículos estipulado pela atratividade das zonas de análise. “Por meio do modelo, podemos indicar previamente ao motorista qual é o melhor lugar para ele estacionar, isto é, aquele no qual existe maior probabilidade de encontrar uma vaga e que se encontra a uma distância viável de seu destino”, diz Sanches. “Assim, se reduzem o tempo gasto na busca e, consequentemente, as emissões de dióxido de carbono pelo carro.”

Uma das principais dificuldades foi criar a solução para uma realidade distante de onde o grupo se encontrava, comenta o aluno Marcelo Reis. Embora o projeto tenha sido desenvolvido visando a sua replicabilidade em diferentes cidades, o piloto foi realizado para Mandelieu-La Napoule, com dados reais fornecidos pela própria gestão do município. “Dessa forma, o desafio foi aplicar e converter as hipóteses levantadas em um bairro teste de São Paulo para a realidade de Mandelieu-La Napoule”, afirma Reis.

O colega Davi Silva complementa: “Além disso, o próprio trabalho de tratamento e análise exploratória desses dados reais, bem como o desenvolvimento e a aplicação de modelos matemáticos e estatísticos para a estimação do comportamento das vagas ao longo do dia, foi bem desafiador”.

Segundo a professora Paulina Achurra, este trabalho ilustra como se pode utilizar a vasta quantidade de dados que, atualmente, são gerados nas cidades para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, auxiliar na decisão de políticas públicas e enfrentar o grande desafio de nosso tempo: a diminuição da emissão de gases de efeito estufa. “Esperamos que São Paulo se movimente nessa direção e cada vez mais disponibilize dados gerados na cidade”, afirma Paulina.

 

Possibilidades a desbravar

Os resultados do PFE não são interessantes apenas para as administrações municipais, mas também para os motoristas. “No âmbito qualitativo, o modelo desenvolvido explica bem a realidade, variando seus outputs ao longo das horas do dia”, diz Marcelo Reis. “Quantitativamente, há espaço para futuras iterações, desbravando ainda mais as peculiaridades do local de análise, para que a atratividade calculada exprima com cada vez mais assertividade a realidade do fluxo de veículos.”

Para o aluno Lucas Santos, com o protótipo desenvolvido, o modelo preditivo não somente serviria como apoio ao motorista, indicando o local ideal para estacionar, mas também como ferramenta de intervenção de políticas públicas, na esfera da logística urbana. “O modelo permite que a cidade simule a manipulação de parâmetros urbanos, como a velocidade de suas vias e a composição da malha comercial, visualizando o impacto direto no fluxo de veículos e nas emissões de gases do efeito estufa”, afirma Santos.

A solução pode ser aprofundada no decorrer da carreira profissional dos quatro estudantes. “O escopo do projeto envolve temas com os quais o grupo se identifica muito, como mobilidade, sustentabilidade e ciência dos dados”, diz Sanches. “Durante o semestre, percebemos que o projeto tem grande potencial para gerar impactos positivos na logística urbana e na redução de dióxido de carbono, tanto com foco em usuários quanto para cidades e órgãos tomadores de decisão.”

Eles observam que estão abertos a discutir propostas de implementação do modelo, um entusiasmo que se harmoniza com os princípios do Insper. “A metodologia de ensino do Insper, centrada no learning by doing desde o primeiro semestre da faculdade, faz com que os alunos resolvam problemas reais, criando soluções viáveis para um público-alvo estipulado”, afirma Lucas Santos.

Os futuros engenheiros creditam o êxito no desenvolvimento do PFE a essa mentalidade, somada aos conhecimentos técnicos adquiridos. “Agradecemos aos professores superqualificados que compuseram o corpo docente da instituição ao longo desses últimos anos e nos ajudaram sempre que necessário, em especial à professora Paulina Achurra, que nos orientou ao longo desse PFE”, diz Santos.

 

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