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Apenas nesta década, o Brasil já recebeu mais de US$ 20 bilhões em investimentos no mercado de desenvolvimento de games, o que inclui aquisições e aportes de estúdios por multinacionais, de acordo com relatório da XDS (External Development Summit), um dos maiores eventos do setor. A América Latina, segundo a empresa de análise de internet Comscore, tem uma comunidade formada por mais de 270 milhões de pessoas que consomem conteúdo gamer todos os meses. A proporção no Brasil indica que três a cada cinco internautas estão imersos nesse universo. O mercado de games tem gerado cada vez mais oportunidades de emprego para os jovens que estão se formando. 

 

“Já no início do curso de Engenharia, os alunos são desafiados a construir um game para demonstrar que aprenderam a fazer um software complexo”, diz Marcio Stabile, professor de Engenharia do Insper. “O propósito aqui não é prepará-los para atuar nesse mercado, o que ocorrerá mais para frente no curso, mas de tornar o projeto final da disciplina mais interessante”, completa.

 

Essa matéria, chamada de Design de Software, lecionada no primeiro semestre, fazendo parte do ciclo básico das Engenharias (Computação, Mecânica e Mecatrônica), promove semestralmente uma feira de games como atividade final. A última edição foi realizada em 28 de maio. Os alunos das três turmas da Engenharia — por volta de 140 estudantes — se reuniram em uma sala para apresentar os games desenvolvidos. Para experimentar esses jogos, além do convite à comunidade Insper, eles puderam trazer convidados externos, como seus pais. O ponto em comum entre os games é que são desenvolvidos em 2D, utilizando a linguagem de programação Python, aprendida ainda no primeiro semestre do curso.

 

“As outras linguagens mais complexas, que são adotadas nos games de tecnologia 3D, serão ensinadas somente mais para frente. Nossa preocupação é estimular a criatividade dos alunos nesse trabalho da disciplina, motivo pelo qual deixamos a critério deles escolher se o jogo será de ação ou de RPG, por exemplo”, observa Stabile. Um outro aspecto lembrado pelo professor para escolher os games como software complexo a ser desenvolvido é aumentar o engajamento dos alunos nessa atividade. “O jogo é mais atrativo do que um programa de gestão de contabilidade, por exemplo. Isso porque, entre outros motivos, poderá ser jogado não apenas pelos próprios alunos, como por seus conhecidos e até mesmo por desconhecidos nos sites de hospedagem dos códigos”, diz.

 

Entre esses sites está o GitHub, que permite hospedar o código-fonte para que não apenas os usuários experimentem os jogos, como também eventualmente ajudem a melhorá-los, pois os códigos são abertos para edição e aperfeiçoamento. “Outro conhecimento aplicado pelos alunos nos jogos diz respeito aos fundamentos de lógica de programação, como as estruturas de fluxo”, diz Fillipe Resina, também professor da disciplina. 

 

 

Pronto para programar em apenas quatro meses

 

Para implementar adequadamente o jogo, segundo Resina, os alunos precisam entender todas essas estruturas, como as condicionais, as de repetição e os dicionários, que são estruturas de dados. “É muito gratificante perceber a evolução de um aluno que, em apenas quatro meses de disciplina, aprende a programar bastante coisa a ponto de produzir um game com interface gráfica, podendo apresentá-lo para sua família e seus amigos”, diz.

 

Já Stabile destaca o trabalho em grupo como uma habilidade bastante estimulada ao longo da produção do game. “Os trabalhos são feitos em duplas ou em trios para que os alunos aprendam como desenvolver um software nesse modelo cooperativo. O software desenvolvido sozinho é bem diferente de sua criação colaborativa, já que há necessidade de integrar as partes criadas por cada desenvolvedor, considerando inclusive que cada pessoa constrói de um jeito”, diz. Ou seja, quando é preciso usar o código de outras pessoas, o aluno sai da sua zona de conforto, porque eles estão acostumados a escrever seu próprio código e fazer a leitura dele.

 

Resina finaliza destacando que essa última edição da feira de games foi bem movimentada. “Os alunos estavam animados para mostrar seus jogos, que, de forma geral, estimulam a competição, pois foram criados no modelo de ranking, trazendo a pontuação de quem joga”.

 


Estudantes apresentam seus jogos na feira


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