O transporte público enfrenta um dilema crucial: como expandir a infraestrutura e, simultaneamente, reduzir o valor das tarifas para torná-lo mais acessível? Esse desafio complexo é o foco de um novo curso sobre Gestão da Mobilidade Urbana, liderado por um dos maiores especialistas do país na área. Sérgio Avelleda, coordenador do Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável e do Núcleo Mobilidade Urbana do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper, traz sua vasta experiência para discutir essas e outras questões críticas do setor. Com uma carreira que inclui passagens como secretário de Mobilidade e Transportes da capital paulista e presidente do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Avelleda é o docente-líder do curso Gestão da Mobilidade Urbana: Financiamento do Transporte Público, que busca equacionar os desafios financeiros e operacionais do transporte coletivo.
O curso, com início em 7 de novembro e carga horária de 20 horas, tem como objetivo central analisar estratégias econômicas para revitalizar a qualidade e a demanda no transporte público. Avelleda enfatiza: “Discutir esses desafios é crucial para tornar o transporte público novamente atrativo, eficiente e capaz de atender a um número crescente de pessoas, reduzindo assim as emissões de gases poluentes e os riscos de acidentes de trânsito, além de promover a inclusão econômica e social”.
A mobilidade urbana é um pilar fundamental para a qualidade de vida nas cidades, sendo o transporte público o principal meio de locomoção e garantia de um fluxo eficiente de pessoas. O curso reúne especialistas em transporte para analisar e compreender os mecanismos que viabilizam investimentos na ampliação da infraestrutura e dos serviços públicos, bem como a complexa dinâmica do seu financiamento.
Entre os docentes estão André Isper Barnabé, secretário-executivo da Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo, e Cleverson Aroeira, colaborador do BNDES há 20 anos e integrante da equipe responsável pela realização do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana.
Helena Coelho, coordenadora-adjunta do Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável e do Núcleo Mobilidade Urbana do Centro de Estudos das Cidades – Laboratório Arq.Futuro do Insper, ressalta o caráter inovador do curso. Ela destaca a abordagem de temas cruciais para o cenário pós-pandemia, marcado pela significativa redução no número de usuários. Segundo o Anuário da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), o total de passageiros nos ônibus diminuiu 44% na última década.
“Essa queda acentua a necessidade urgente de reavaliarmos o modelo de financiamento do transporte, buscarmos frotas mais sustentáveis e refletirmos sobre o tipo de cidades que estamos construindo a partir do nosso modelo de transporte atual”, afirma Helena. Ela enfatiza a crescente necessidade de integração operacional, física e tarifária dos modelos de transporte: “É imperativo pensarmos em conexões metropolitanas. Os diferentes modais precisam estar interligados.”
O curso destina-se a um público diversificado, incluindo profissionais do setor privado envolvidos em projetos de mobilidade urbana, profissionais do mercado financeiro, técnicos do setor público, membros de organizações não governamentais, líderes de movimentos sociais urbanos e estudantes interessados em aprofundar seus conhecimentos no setor.
Helena ressalta a relevância do curso, especialmente em um ano eleitoral: “Esse curso é fundamental para capacitar pessoas a implementarem mudanças em suas cidades, sejam elas gestores públicos, profissionais do setor privado, do terceiro setor, de movimentos sociais ou da sociedade civil. Nosso objetivo é estimular o pensamento sobre novos modelos de financiamento e apresentar casos bem-sucedidos de integração”. Ela cita exemplos nacionais como Goiânia e Vitória, além de referências latino-americanas como Medellín e Bogotá, na Colômbia, e modelos de países desenvolvidos.
O programa do curso, distribuído em três dias (de 7 a 9 de novembro), abordará temas centrais como:
· Qualidade do transporte
· Eletrificação da frota
· Formas de financiamento
· Desafios para estabelecer o transporte como um direito social
· Integração tarifária, operacional e financeira dos sistemas de transporte
· Financiamento dos investimentos
· Estudo de caso sobre desigualdade na economia do transporte
· Impacto das tecnologias e inovação na gestão de projetos de transporte
· Sustentabilidade, ética e responsabilidade social no setor
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