Com o objetivo de construir uma comunidade mais justa e equitativa, a Rede de Acessibilidade do Insper — parte integrante da Comissão de Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) — busca promover a participação plena de todas as pessoas em suas ações. Sob a liderança de Carla Carbone e Selma Colonna O. Silva, a rede busca atuar em diversas frentes, apoiando as áreas da escola que são responsáveis por temas que estão diretamente relacionados à acessibilidade e inclusão no Insper, como a adaptação de espaços físicos (Infra), o suporte pedagógico individualizado (Acolhimento e IPessoas) e treinamentos de sensibilização (IPessoas). A ideia é contribuir para que o Insper se torne um ambiente verdadeiramente inclusivo, onde todos os estudantes, professores e colaboradores possam aprender, colaborar e crescer, independentemente de suas habilidades físicas, cognitivas ou sensoriais.
Carla, que é analista de soluções educacionais dos Programas Customizados de Educação Executiva, está envolvida com a acessibilidade no Insper desde 2017, na então Comissão de Acessibilidade, que posteriormente foi ampliada para abranger temas que se relacionassem à Diversidade, Equidade e Inclusão como um todo. Agora, junto à área de diversidade, a Comissão e suas redes estão passando por uma reestruturação mais robusta. “Em 2023, percebemos que, para as ações de diversidade realmente terem força, elas precisavam estar alinhadas com o planejamento estratégico da instituição. Esse alinhamento é fundamental para que a inclusão faça parte do DNA do Insper”, diz Carla.
Uma iniciativa que a Rede de Acessibilidade está desenvolvendo é a análise de dados sobre a comunidade do Insper, com o objetivo de identificar quantas pessoas possuem necessidades específicas e quais são suas principais demandas. Para isso tem como proposta estreitar os canais de acolhimento e escuta com as pessoas com deficiência que fazem parte de nossa comunidade. Segundo Carla, a infraestrutura física da escola já é bastante acessível, com prédios projetados para atender às normas de acessibilidade. “O desafio agora é ampliar essa acessibilidade para outras áreas, como o atendimento e o suporte às pessoas com deficiência e neurodivergentes, criando canais de comunicação mais eficazes e promovendo o acolhimento, como o que tem sido feito com a criação da área de acolhimento dos alunos de graduação e pós-graduação, por exemplo”, afirma.
Selma, que tem atuação como especialista em ensino e aprendizagem na área de Desenvolvimento de Ensino e Aprendizagem (DEA), está no Insper há seis anos e possui uma trajetória pessoal e profissional conectada ao tema. “Tenho um filho neurodivergente, e isso me fez acompanhar de perto as questões de acessibilidade e inclusão”, diz Selma, que é psicóloga e tem especialização em psicopedagogia e mestrado em Educação: Psicologia da Educação. Uma de suas preocupações é com a preparação dos professores para lidar com a diversidade em sala de aula. Ela ressalta que, embora o Insper já tenha uma estrutura de acolhimento, é preciso capacitar os docentes para que estejam aptos para enfrentar os desafios trazidos pela inclusão. “O espectro de alunos com necessidades especiais está se ampliando, e os professores precisam de suporte para lidar com essa realidade. Nossa ideia é oferecer consultoria e promover bate-papos para compartilhar conhecimento e boas práticas”, destaca.
Uma das frentes em que a Rede de Acessibilidade pretende atuar é na promoção de rodas de conversa focadas em pessoas com deficiência, neurodivergentes e seus cuidadores, como parte de um esforço de escuta ativa e acolhimento. Carla observa que essas rodas são importantes para o desenvolvimento de projetos que atendam às reais necessidades da comunidade. “Essas conversas nos permitem ouvir diretamente as experiências de quem enfrenta desafios específicos no dia a dia. Queremos que essas vozes sejam ouvidas e que suas necessidades sejam levadas em consideração na construção das nossas iniciativas”, afirma. A ideia, segundo ela, é identificar novas formas de apoio, não apenas para os alunos, mas também para os pais e cuidadores que têm familiares com necessidades especiais.
Em relação aos colaboradores, Carla explica que a inclusão também é uma prioridade. “O grande desafio é criar um ambiente onde todos se sintam acolhidos e onde as equipes sejam formadas com diversidade em mente”, diz. Segundo ela, a Rede de Acessibilidade quer trabalhar para que a inclusão seja uma prática incorporada aos processos de seleção e promoção, garantindo que todos os colaboradores tenham acesso às mesmas oportunidades e que o ambiente de trabalho seja verdadeiramente inclusivo.
Outro ponto destacado pela liderança da rede é a celebração das conquistas de colaboradores e alunos com deficiência. Segundo Selma, essa prática, que já foi adotada anteriormente, precisa ser retomada com força. “Quando celebramos as conquistas dessas pessoas, mostramos para a comunidade que elas são capazes de grandes realizações, e isso inspira outras pessoas a se engajarem e a apoiarem a causa da inclusão”, afirma. A celebração das conquistas, segundo Selma, vai além do reconhecimento individual — é uma forma de promover uma cultura de inclusão e diversidade dentro da instituição.
Apesar dos avanços, tanto Carla quanto Selma reconhecem que ainda há desafios a serem enfrentados. Uma questão importante abordada por elas é a educação e sensibilização da comunidade. Para Selma, o letramento da comunidade sobre acessibilidade e inclusão é um dos principais objetivos da rede. “Queremos que as pessoas entendam a importância de uma linguagem inclusiva, saibam como lidar com comportamentos específicos em sala de aula e saibam como oferecer suporte adequado a quem precisa. Isso não se limita aos professores, mas a toda a comunidade”, diz.
No longo prazo, a Rede de Acessibilidade espera deixar um legado importante para o Insper. Para Carla, o objetivo é que o trabalho de inclusão seja reconhecido e incorporado à cultura institucional de forma permanente. “Queremos que a inclusão e a acessibilidade sejam vistas como parte essencial do Insper, tanto nas salas de aula quanto no ambiente de trabalho. Nossa missão é fazer com que todos se sintam acolhidos e parte de uma comunidade que valoriza a diversidade”, afirma. Selma complementa afirmando que o grande legado da rede seria transformar a inclusão em um processo natural dentro do Insper. “Esperamos que, no futuro, os novos professores, estudantes e colaboradores já entrem na instituição com essa sensibilização, e que o Insper seja visto como uma referência em inclusão e acessibilidade.”