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Influência crescente da IA no mercado de games é tema de Masterclass do Insper

Especialistas destacaram os impactos da inteligência artificial para empresas e profissionais desse setor no Brasil, que está entre os principais países do mundo em jogos eletrônicos

Especialistas destacaram os impactos da inteligência artificial para empresas e profissionais desse setor no Brasil, que está entre os principais países do mundo em jogos eletrônicos

 

Bruno Toranzo

 

O Brasil é o décimo maior mercado de games do mundo, de acordo com a consultoria Newzoo. São mais de 100 milhões de jogadores, que devem gastar 3,5 bilhões de dólares até o próximo ano. O setor cresceu 3,2% em 2023 em quantidade de empresas desenvolvedoras, o que levou o número de estúdios abertos no país a 1.042, segundo a Pesquisa Nacional da Indústria de Games, elaborada pela Abragames e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos. Na avaliação da Abragames, o país vive cenário produtivo crescente e cada vez mais diversificado, despertando interesse inclusive das empresas internacionais.

É sobre esse contexto que o encontro “IA e as Transformações no Mundo dos Games”, que faz parte da série Masterclass Insper, se debruçou no dia 3 de junho, com a participação de Luciano Soares, professor do Insper especializado em realidade virtual e games, e de Otávio Juliato, da Omelete Company. O debate foi mediado por Tadeu da Ponte, coordenador do Admissions Office do Insper.

“O mercado de games tem se beneficiado com a inteligência artificial generativa. Desde o crescimento do interesse por ela devido principalmente ao ChatGPT, a demanda da Nvidia e de outros competidores subiu muito, com mais investimentos em hardware e consequente melhora para os games em termos de capacidade de processamento e outros aspectos técnicos. Games e IA estão se impulsionando mutuamente hoje”, disse Tadeu da Ponte.

O professor Luciano concordou com essa afirmação, adicionando que, em alguns jogos, a IA já consegue prever os comportamentos do jogador. “Em um futuro próximo, os personagens dos jogos chamados de NPC terão personalidade própria, com novas possibilidades de interação com os jogadores. O comportamento dos NPCs, por meio da IA generativa, trará novas possibilidades de resposta em conversas ou interações que ganharão naturalidade e imprevisibilidade”, completou.

O uso da IA generativa nesse modelo de ChatGPT nos jogos também se aplicará aos desenvolvedores, que poderão pedir a essa ferramenta para gerar aspectos ou funcionalidades dos jogos de forma rápida e com ganho de produtividade, como a criação visual de uma cidade. “Essa dinâmica trará um impacto grande no trabalho do desenvolvedor de games, que não precisará ser especialista em programação ou game design, por exemplo, para criar um jogo”, observou Otávio.

Ainda assim, embora haja essa expectativa, os participantes concordaram que o envolvimento humano continuará sendo indispensável. “O ganho de velocidade na programação tem sido e será ainda mais uma característica da IA generativa, mas há necessidade de profissionais que fechem as lacunas desses sistemas e façam funcionar o jogo com segurança e conformidade com as melhores práticas. Isso significa que o conhecimento de programação continuará sendo necessário”, disse o professor Luciano.

 

Oportunidades em alta e acesso ao conhecimento

Há muitas oportunidades no mercado de games, que tem, sobretudo nos últimos anos, apresentado diferentes nichos de atuação para seus profissionais. A popularização dos jogos de celular ou smartphone tornou ainda mais acessíveis os games, que, por muitos anos, ficaram restritos aos computadores e consoles.

“O próprio acesso ao conhecimento por parte dos desenvolvedores e de outros profissionais era difícil no passado. Hoje em dia, por outro lado, há uma facilidade crescente, com quantidade imensa de cursos disponíveis online”, afirmou o professor Luciano. “A dica para o desenvolvedor ser contratado é contar com um bom portfólio, já que as empresas costumam olhar para esse material durante o recrutamento. Nessa área, a experiência faz muita diferença.”

A diversidade no mercado também está no tamanho dos estúdios que criam os jogos. Há os chamados indie games ou jogos indie, que são criados por uma pessoa ou pequenas equipes, muitos desses jogos sem o suporte financeiro das publicadoras. Na outra ponta estão as grandes empresas desenvolvedoras, com equipes formadas por grande número de profissionais de diferentes perfis de formação.

“Nesses times, as funções são bem divididas, com o game designer, o profissional de efeitos especiais, outro voltado para áudio e efeitos sonoros, além do responsável pelo motion capture ou captura de movimentos, cujo objetivo é trazer realismo para os jogos. Os investimentos são altos em games como GTA V, com a utilização cada vez maior de recursos de inteligência artificial”, explicou o professor Luciano.

 

Ascensão do streaming

Há, ainda, de acordo com Otávio, o mercado de streaming, que está dividido em vários tipos de games. “Antigamente, a revista comprada na banca de jornal trazia como passar de fase e evoluir nos jogos. Hoje em dia, com a internet, são os streamers que trabalham esse conteúdo”, destacou o especialista. As pessoas acompanham no YouTube outras jogando para aprender os macetes, o que criou um mercado bem rentável para esses criadores de conteúdo. “Com o passar dos anos, surgiu uma comunicação bem especializada e voltada para os gamers, cujo objetivo é explorar o conteúdo do game, para criar engajamento e obter seguidores fiéis”.

Otávio lembrou que existem jogos eletrônicos, como League of Legends, que são transmitidos ao vivo com os jogadores se enfrentando nos mapas. “Esses jogos foram criados para serem transmitidos, com câmeras posicionadas ao longo do jogo, em um cenário semelhante a uma transmissão de jogo de futebol. Os cortes de câmera feitos pela equipe responsável pela transmissão chamam a atenção da audiência para determinadas situações.”

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