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Novas Centralidades: desafios para o desenvolvimento urbano sustentável

Encontro promovido pelo Laboratório Arq.Futuro em Campinas, no início de abril, reunirá especialistas nacionais e internacionais para debater a criação de cidades policêntricas

Encontro promovido pelo Laboratório Arq.Futuro em Campinas, no início de abril, reunirá especialistas nacionais e internacionais para debater a criação de cidades policêntricas

LONDON, UK - MARCH, 2016: Interior of the London King's Cross railway station
Estação ferroviária de King’s Cross, antiga área industrial de Londres que foi revitalizada

 

Uma das consequências do processo de urbanização acelerada é a concentração dos equipamentos nas áreas centrais das cidades. A mancha urbana se expande de forma desordenada, com a ocupação das periferias sem qualquer planejamento. Isso gera uma série de problemas, como a necessidade de deslocamento diário de moradores dos territórios periféricos até o centro para dar conta de suas demandas de emprego e serviços públicos. Uma alternativa a esse modelo é a criação de “novas centralidades” na área urbana, dotadas de comércio e serviços essenciais como saúde, educação e lazer.

Em síntese, esse é o pano de fundo do evento Novas Centralidades, que o Laboratório Arq.Futuro de Cidades realizará nos dias 9 e 10 de abril no Teatro Oficina do Estudante, no Shopping Iguatemi Campinas, interior de São Paulo. “O conceito de novas centralidades se refere exatamente ao desenvolvimento de novas áreas urbanas. Trata-se de um conceito bastante atual, que visa criar novas áreas na cidade que estejam integradas ao centro e dotadas de equipamentos públicos, serviços e ofertas variadas para os moradores, evitando a necessidade de deslocamentos longos para atividades cotidianas”, diz Tomas Alvim, coordenador-geral do Laboratório. “Em outras palavras, o conceito de novas centralidades se baseia na ideia de produzir ‘pequenas cidades’ dentro da cidade principal, oferecendo aos seus habitantes uma vida mais completa e autônoma.”

A programação do evento se estenderá por dois dias. O primeiro deles será aberto ao público, com palestras e debates. Os palestrantes principais serão o arquiteto americano Joshua Prince-Ramus, fundador do escritório de arquitetura e design REX, baseado em Nova York, e o arquiteto e planejador urbano colombiano Alejandro Echeverri, cofundador e diretor da Urbam, o Centro de Estudos Urbanos e Ambientais da Universidade EAFIT, de Medellín, na Colômbia.

Ainda no primeiro dia, serão apresentados diversos casos de desenvolvimento de novas centralidades, tanto internacionais como nacionais. Entre os exemplos destacam-se o projeto de revitalização de London King’s Cross, uma antiga área industrial em Londres, na Inglaterra, e o caso de Pedra Branca, em Palhoça, Santa Catarina. Durante essas sessões, serão discutidos os acertos e as dificuldades enfrentadas em tais empreendimentos, com uma análise detalhada das estratégias adotadas em diversas localidades. Entre os participantes dos debates estão Nadia Somekh (FAU/Mackenzie), Carlos Jereissati (Iguatemi S.A.), Maria Rita Silveira de Paula Amoroso (Unicamp), Felipe Cavalcante (Somos Cidade), Vera Santana Luz (FAU/PUC de Campinas) e Marcelo Gomes (Pedra Branca Empreendimentos).

No segundo dia, haverá um workshop fechado para convidados, oferecendo uma oportunidade de aprofundamento no tema. Essa oficina contará com a participação de representantes da academia, desenvolvedores imobiliários e autoridades governamentais. “O objetivo é promover um debate enriquecedor, elevando a qualidade e a profundidade das discussões sobre o desenvolvimento de novas centralidades nas cidades”, explica Alvim.

Ele observa que, no Brasil, há bairros que foram planejados para se estabelecer como novas centralidades, mas que acabaram se tornando condomínios fechados para a classe média. “Esses empreendimentos, de certa maneira, cortaram os laços com a cidade, interrompendo sua relação com o entorno urbano. O ponto crucial da discussão — e por isso a importância de um debate qualificado — é evitar que os bairros planejados se transformem em condomínios fechados para a classe média, criando áreas segregadas e inacessíveis à população em geral.”

Segundo Alvim, a criação de novas centralidades é uma preocupação global, pois representa uma oportunidade para melhorar a qualidade de vida dos moradores. “O caso de Paris é exemplar nesse sentido. A capital francesa vem implementando o programa Cidade de 15 Minutos, que visa criar uma metrópole polinuclear, com diversos centros urbanos. Essa ideia contemporânea do urbanismo busca reduzir a emissão de CO2 e oferecer uma vida mais completa e sustentável para os cidadãos.”


Os interessados em participar do evento devem fazer a inscrição por meio do link https://arqfuturo.cadastro9.com.br/. As vagas são limitadas.

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