Motor de busca mais popular do mundo revolucionou a maneira como as pessoas encontram informações na internet, mas agora tem um concorrente de peso
O motor de busca mais popular do mundo acaba de completar 25 anos. No dia 4 de setembro de 1998, Larry Page e Sergey Brin, ambos estudantes de ciência da computação na Universidade Stanford, fundaram uma empresa chamada Google. A ideia da dupla era criar um motor de busca que indexasse a web de forma mais eficiente do que os mecanismos existentes na época. Eles desenvolveram um algoritmo chamado PageRank, que avalia a relevância de um site com base no número de links que apontam para ele.
Naquela altura, nem os mais otimistas acreditavam que o negócio nascido nos dormitórios de Stanford acabaria por transformar seus fundadores em duas das pessoas mais ricas do mundo. Hoje, o Google/Alphabet é a quarta empresa mais valiosa do mundo, com um valor de mercado superior a 1,7 trilhão de dólares (atrás apenas de Apple, Microsoft e Saudi Aramco, que valem mais de 2 trilhões de dólares cada uma). A empresa de Page e Brin abriu seu capital em agosto de 2004, valendo inicialmente 23 bilhões de dólares. Um investidor que tenha apostado 15.000 dólares no Google naquele ano acumula agora uma fortuna de mais de 1 milhão de dólares em ações da Alphabet.
Há duas décadas, o motor de busca do Google vem servindo como a principal porta de entrada mundial para a internet. Hoje, ele recebe mais de 100 bilhões de pesquisas por dia. A cada segundo, o Google processa 99.000 pesquisas e é usado pelo menos três vezes por dia por 84% das pessoas no planeta. Embora sempre tenha havido alternativas — Lycos e AltaVista nos primeiros dias, Yahoo e Bing mais recentemente —, o monopólio de fato do Google permaneceu incontestado durante a maior parte desse tempo.
De acordo com o site Statista, só em 2022, o motor de busca do Google gerou mais de 160 bilhões de dólares em receitas publicitárias, o que representou cerca de 60% do faturamento global com publicidade em buscas no ano passado. O chinês Baidu foi o segundo maior player no mercado de publicidade em buscas, com uma participação de 15%, seguido pela Amazon, com 14% (a Statista equipara os bilhões de dólares que a Amazon obtém por ano com os resultados de busca paga em sua própria plataforma de varejo às receitas obtidas pelos mecanismos de pesquisa).
O Google não se limitou à ferramenta de pesquisa na internet. Ao longo dos anos, lançou ou incorporou uma série de produtos e serviços que se tornaram essenciais para a vida digital, como o Gmail, o Google Maps, o YouTube e o Android. O Google também investiu em pesquisa e desenvolvimento, tornando-se líder em inteligência artificial e computação em nuvem.
Apesar de seu sucesso, o Google também enfrenta críticas, principalmente por questões relacionadas à privacidade dos dados, ao domínio do mercado e à disseminação de desinformação online. Esses desafios têm suscitado debates sobre a responsabilidade das grandes empresas de tecnologia e o papel que desempenham na sociedade.
O Google revolucionou a forma como as pessoas usam a internet, mas recentemente ganhou um concorrente de peso. Em novembro de 2022, o lançamento do ChatGPT, um chatbot desenvolvido pela OpenAI com investimentos bilionários da Microsoft, recebeu atenção global e fez sucesso instantâneo. O ChatGPT logo ganhou o apelido de “assassino do Google”, devido à sua capacidade de fornecer respostas diretas a perguntas, em contraste com a apresentação de páginas e mais páginas de resultados de pesquisa no Google. Essa notável habilidade é alimentada por uma arquitetura de processamento de linguagem cuja origem remonta ao próprio Google. Quando o Google lançou sua versão de chatbot, o Bard, em março de 2023, não conseguiu replicar o impacto avassalador do ChatGPT. A conferir as cenas do próximo capítulo da disputa.