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Saiba o que é, como surgiu e qual a função de um mainframe

O computador de grande porte já teve sua morte anunciada várias vezes, mas ainda é utilizado por 71% das maiores empresas dos Estados Unidos

O computador de grande porte já teve sua morte anunciada várias vezes, mas ainda é utilizado por 71% das maiores empresas dos Estados Unidos

 

Tiago Cordeiro

 

Surgidos ao longo da década de 1940, os mainframes ganharam o mundo em 1964, com o lançamento do IBM 360, que era capaz de realizar 229 mil cálculos por segundo e se mostraria crucial, inclusive, para a chegada dos seres humanos à Lua. Desde então, mais de uma vez, a morte dos mainframes foi anunciada como certa.

A previsão foi feita nos anos 1980, nos 1990 e, mais recentemente, na década passada, quando ganharam escala e confiabilidade os sistemas baseados em nuvem. Ainda assim, os mainframes se mantêm muito relevantes. São utilizados por 71% das companhias listadas na Fortune 500, o ranking das maiores empresas dos Estados Unidos, e estão por trás de 90% das operações de cartão de crédito no mundo. Passam por eles 68% da carga de processamento de tecnologia da informação.

Entenda agora o que são mainframes, como funcionam e por que permanecem tão importantes.

 

O que é um mainframe?

É um computador de grande porte, utilizado para processar grandes volumes de informação.  Inicialmente, o nome em inglês se referia ao gabinete que alojava a unidade central de processamento dos computadores antigos, que ocupavam salas inteiras. Atualmente, têm aproximadamente o tamanho de uma geladeira.

Quando se trata do uso, são bastante diferentes dos supercomputadores. Eles são desenhados para executar milhares de informações e programas, suportam uma grande quantidade de usuários simultâneos e têm foco na capacidade de se manter operando de forma ininterrupta. Seu uso, além disso, pode ser ajustado a diferentes necessidades.

 

Como surgiu o mainframe?

Os primeiros desenhos tiveram início a partir de meados da Segunda Guerra Mundial. Mas cada fabricante operava com um sistema operacional próprio, que não se comunicava com os demais. A partir da década de 1960, surgiram os modelos que dialogam com os demais. Ainda hoje, um aparelho produzido em 2015 dialoga com equivalentes de duas ou três décadas antes. A confiabilidade do serviço garantiu seu sucesso ao longo dos anos. Atualmente, mais de 10 mil mainframes são utilizados em todo o mundo por empresas e instituições governamentais — no Brasil, a Receita Federal utiliza esses computadores para processar declarações de Imposto de Renda.

 

Por que mainframes são importantes?

Porque são seguros, resilientes e escaláveis. Mas, principalmente, porque são disponíveis. Para negócios que não podem perder o uso do sistema nem por um segundo, eles garantem funcionamento em 99,999% ao ano. Há relatos de empresas que se mantêm operando, sem nenhuma queda, por mais de uma década. E o fazem operando uma quantidade de dados muito maior do que os servidores tradicionais suportam.

 

Para que serve um mainframe?

Sistemas de reservas de passagens áreas. Bancos de dados de uma grande seguradora. Infraestrutura de uma operadora de telefonia, com milhões de chamadas de diferentes distâncias e pontos do planeta. Redes de processamento de operadoras de cartões de crédito. Estes são alguns dos principais casos de uso de mainframes. Já os supercomputadores resolvem problemas mais complexos, mais focados — por exemplo, previsão de tempo, modelagem molecular, pesquisas acadêmicas ou aerodinâmica espacial.

 

Como funciona um mainframe?

O funcionamento é semelhante ao de um computador de grande porte, com CPU, memória e unidades de entrada e saída. Com a diferença, crucial, de que esses equipamentos podem ser reparados sem deixar de operar. Isso porque eles utilizam componentes redundantes, desenhados para executar funções semelhantes, o que faz deles, por algum tempo, dispensáveis.

Além disso, eles podem ser configurados para realizar tarefas específicas: é possível desenhar, para cada caso, a melhor conexão entre placas de circuitos, módulos de memória, diferentes processadores e interfaces para cada canal.

A manutenção não é cara, ainda que os aparelhos em si o sejam. E esse aspecto garante que eles proporcionem uma relação de custo-benefício muito favorável, quando se considera a quantidade de operações que podem sustentar, por muitos anos, sem quebras no desempenho.

 


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