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Resolução de problemas de sustentabilidade requer pensamento sistêmico voltado para o social

Curso do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper em parceria com Columbia demonstrou que soluções devem contemplar todas as letras do ESG juntas, alinhando o ambiental com o social e a governança

Curso do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper em parceria com Columbia demonstrou que soluções devem contemplar todas as letras do ESG juntas, alinhando o ambiental com o social e a governança

 

Bruno Toranzo

 

O Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper e o Columbia Global Centers | Rio de Janeiro realizaram, entre fevereiro e março de 2023, a primeira turma em parceria do curso GovTech Fellows: Inovação e Tecnologia para Lideranças do Desenvolvimento Sustentável, com 40 horas distribuídas em aulas online e dois dias de imersão presencial no Insper, em São Paulo.

A resolução dos problemas ou dos desafios de sustentabilidade requer pensamento sistêmico, com olhar específico não apenas para o meio ambiente como também para a redução das desigualdades sociais. O objetivo é identificar a causa estruturante, aquela que origina o problema, para, a partir daí, desenhar e implementar projetos de inovação por meio do design thinking. Tal caminho vai na contramão do que costuma ocorrer: os profissionais das iniciativas públicas e privadas recebem a missão de resolver aquilo que se acredita ser o problema, sem que tenha havido essa análise apurada com base no pensamento sistêmico.

Na pauta de segurança alimentar, por exemplo, a pergunta inicial feita aos alunos em cargos de liderança de órgãos públicos, organizações não governamentais e GovTechs (startups que ofertam soluções tecnológicas para governos) foi “como garantir a segurança alimentar e nutricional para todos?” Desde o início, portanto, já houve a integração da sustentabilidade com a pauta socioeconômica, conforme a proposta de aprendizagem.

Depois de pesquisarem sobre o assunto, trazendo dados para enriquecer a análise, como o de 33 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave, os alunos começaram a redefinir o problema. Além disso, descobriram que as crianças estão entre os principais grupos passando fome, fato agravado pela falta de reajuste na merenda escolar nos últimos anos, o que tornou a alimentação deficiente em valores nutricionais.

“Com a jornada de análise do problema, os alunos obtiveram os insumos para redefini-lo de maneira muito mais detalhada e justificada. O problema, que antes era genérico e muito amplo, passou a ser “como expandir a participação da agricultura familiar no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) para garantir o direito humano de acesso a alimentos adequados para os alunos com o desenvolvimento socioeconômico dos produtores locais”, explica Juliana Mitkiewicz, professora do Insper. “Eles redefiniram o problema, compreendendo que há duas pontas na questão da segurança alimentar: os produtores locais que vão garantir a alimentação adequada e os alunos que vão receber esse alimento nas escolas.”

Por fim, o plano foi agir primeiro em relação aos produtores locais, com a proposta de criação da Estratégia Intersetorial de Fomento à Agricultura Familiar e Agroecológica. “A solução definida se baseou na mudança mais relevante que foi uma política pública já existente (PNAE) mais eficiente”, diz Juliana. Além da segurança alimentar, outros temas foram trabalhados pelos alunos, como transição energética, qualidade da água, racismo ambiental, gestão de resíduos e desperdício, sempre com o objetivo de fazer o diagnóstico correto para encontrar ou redefinir o problema estruturante a ser resolvido. A parceria com a Columbia trouxe uma visão global para esses assuntos.

 

Alunos do curso GovTech Fellows durante a atividade de imersão no Insper
Participantes do curso durante a atividade de imersão no Insper

Todas as letras do ESG juntas 

O pensamento sistêmico estimulado no curso demonstra que as iniciativas de ESG (aspectos ambientais, sociais e de governança) precisam, na realidade, trabalhar todas as letras juntas. “Não dá para isolar o meio ambiente do social e da governança. As queimadas florestais produzem efeitos não apenas em termos ambientais, com a liberação de gases do efeito estufa, como também provocam problemas de saúde pública e impactam a população que depende desse ecossistema, como os povos indígenas”, diz Priscila Claro, professora do Insper que, assim como Juliana, lecionou no curso. O mesmo raciocínio vale para a mineração ilegal, que tem sido praticada em áreas protegidas de reserva, destruindo a natureza e causando problemas sociais.

Segundo a professora, o curso “desenvolveu a capacidade teórica e crítica para que, em qualquer contexto complexo, o aluno seja capaz de formular o problema muito bem e, a partir daí, viabilizar as soluções por meio da negociação, do desenvolvimento de parcerias, do uso da tecnologia, da avaliação dos desafios críticos do projeto e, por fim, do monitoramento do impacto das soluções implementadas”. A tecnologia, aliás, recebeu bastante atenção nas aulas, já que permite agilidade e ganho de escala ou volume na resolução de problemas complexos ligados, entre outras áreas, à moradia, ao saneamento e à gestão de resíduos.

 


Perfil dos participantes do curso

A procura pelo curso “GovTech Fellows” foi alta, com mais de 10 candidatos por vaga. Após longo período, as equipes das instituições selecionaram 38 lideranças com experiências, áreas de atuação e setores bastante diversos, visando à pluralidade para enriquecer os debates e a possibilidade de impacto, com destaque para:

  • 60% das Regiões Norte e Nordeste
  • 55% pretos e pardos
  • 71% mulheres

Boa parte da turma recebeu bolsas integrais e parciais para participar do programa, alguns com passagens e hospedagens inteiramente custeadas por Fundação Brava, Instituto Humanize e Instituto Arapyaú, patrocinadores do curso, conforme política divulgada no processo seletivo.

Veja a seguir mais detalhes do perfil dos interessados e dos participantes do curso.

 

Por unidade federativa

Mapa: interessados por unidade federativa

 

Mapa: selecionados por unidade federativa

 

Por raça

Quadro: interessados por raça

 

Quadro: selecionados por raça

 

Por gênero

Quadro: nteressados por gênero

 

Qudro: selecionados por gênero

 

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