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O que a polimatia, o nexialismo e a tecnologia têm a ver com o profissional do século 21

Como podemos escrever algoritmos de inteligência artificial para oferta de produtos ou diagnóstico de problemas, se as cabeças que planejarem esses códigos forem limitadas por visões muito similares ou unidirecionais?

Como podemos escrever algoritmos de inteligência artificial para oferta de produtos ou diagnóstico de problemas, se as cabeças que planejarem esses códigos forem limitadas por visões muito similares ou unidirecionais?

 

Renata Frischer Vilenky*

 

Para começarmos a conversar sobre esse profissional do século 21, é importante entender o significado das nomenclaturas utilizadas. A polimatia é a capacidade que uma pessoa tem de aprender e conhecer em profundidade diversas áreas do conhecimento. Já o nexialismo é a habilidade de utilizar a perspectiva de várias áreas do conhecimento, encontrando um nexo entre elas, com o objetivo de solucionar questões que não podem ser completamente resolvidas sem entender a amplitude de riscos e consequências por ângulos diferentes. Por fim, a tecnologia é a área do conhecimento que permeia a nossa forma de viver atualmente, da água filtrada que bebemos ao mundo virtual onde consumimos, nos encontramos e fazemos negócios.

Agora que entendemos o que são essas capacidades tão importantes para o século 21, como podemos falar em educação ou formação continuada e diversidade, se não aprendermos de fato a aplicar o conhecimento em nosso cotidiano com um olhar amplo, inclusivo e com o menor risco possível de impactar diálogos, soluções, propostas ou negociações com os nossos vieses?

Como podemos escrever algoritmos de inteligência artificial para oferta de produtos, suporte no atendimento a diversos modelos de negócios ou mesmo diagnóstico de problemas, se as cabeças que planejarem esses códigos forem limitadas por visões muito similares ou unidirecionais?

Quais os riscos inerentes aos vieses por falta de amplitude real no olhar sobre as situações, por falta de profundidade nas avaliações dos problemas, por desenhos míopes de soluções ou pela simples falta do entendimento dessas necessidades do saber, para construir algo que entregue valor real para os clientes, para a sociedade, para o ecossistema de negócios, enfim, para o ambiente em que atuamos e vivemos?

Trago esta reflexão porque estamos começando um novo ano e é importante olhar para a história a fim de aprendermos com o passado, melhorarmos o presente e construirmos um futuro incrível como humanidade que se beneficia do aprendizado e da compreensão de tudo que já passou.

Analisar as tendências do que ainda está por vir, saber usar a quantidade de ferramentas disponíveis, com todas as evoluções que sofremos, nos permitindo lidar com os desafios de uma forma melhor e mais inteligente pelas facilidades que conquistamos, no tempo.

Mas, para isso, precisamos entender nossas responsabilidades em aprender e aprender a fazer, bem como nossa necessidade de abrir nossos horizontes, algo que não é novo, porque sua prática já ocorre há alguns séculos.

A polimatia é atribuída normalmente às pessoas que viveram o movimento cultural do Renascimento, nos séculos 16 e 17, tanto que, ao pesquisar sobre o tema, é bastante comum encontrar o nome de Leonardo da Vinci (cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico), mas tivemos algumas  centenas de outros polímatas reconhecidos publicamente ao longo da nossa história, como Susan Sontag (premiada escritora, ensaísta, cineasta, filósofa, professora, crítica de arte e ativista dos Estados Unidos) e Umberto Eco (escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional; foi titular da cadeira de Semiótica e diretor da Escola Superior de Ciências Humanas na Universidade de Bolonha).

O ponto é que parece que temos nos perdido no investimento do nosso tempo útil. Quando não estamos trabalhando, estudando, dormindo, comendo, o que fazemos com nosso tempo? E, o mais importante, quando estamos vivenciando esses momentos, realmente estamos presentes, aproveitando tudo e todos os aspectos que cada um desses momentos tem a nos oferecer, ou estamos nos distraindo com situações que não nos ensinam nada?

Caro leitor, faça a sua reflexão e avalie que tipo de profissional você é, que tipo quer ser e o que está fazendo para alcançar seus objetivos de forma consistente e robusta para este e os próximos anos.

Feliz 2023 a todos, excelentes aprendizados, ótimas realizações, muita lucidez e ótimo aproveitamento do seu tempo, um dos poucos recursos da vida que, depois de passado, não se recupera mais!

 


Renata Vilenky

* Renata Frischer Vilenky é alumna Insper do MBA de Administração da turma de 2008, coordenadora do Grupo Alumni de Tecnologia e membro da Academia Europeia da Alta Gestão. É conselheira de estratégia e inovação e mentora de projetos de inclusão social no Instituto Reciclar e na ONG Gerando Falcões. É autora dos e-books Artificial: Uma Oportunidade para Você Aprender e Startup: Transforme Problemas em Oportunidades de Negócio, ambos publicados pela Expressa Editora.

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