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Inteligência artificial: saiba a história, o presente e o futuro

IA é um campo da ciência que começou a ser desenvolvido depois da Segunda Guerra Mundial.

IA é um campo da ciência que começou a ser desenvolvido depois da Segunda Guerra Mundial.

O matemático Alan Turing (1912 – 1954) é visto por estudiosos da área como o pai da Inteligência Artificial (IA). Era ainda 1947 quando ele deu uma primeira palestra a respeito do assunto. Foi o britânico também quem demonstrou a importância de se investir em programação de computadores, que se tornou o foco da maioria dos pesquisadores do assunto a partir da década de 1950.

De lá para cá, muita coisa mudou. A inteligência artificial ganhou uma importância sem igual a partir do momento em que os próprios computadores passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas.

Aqueles monstrengos que ocupavam um andar inteiro de um prédio foram diminuindo de tamanho e aumentando a capacidade, passando pelos desktops, laptops, tablets, até chegar aos smartphones.

Isso sem falar nos diversos equipamentos inteligentes que já existem na internet das coisas, como geladeiras, lâmpadas, carros e por aí vai.

As potencialidades são incríveis e estão se aproximando cada vez mais do que, há poucos anos, víamos apenas em filmes de ficção científica.

O que é inteligência artificial?

O professor John McCarthy (1927 – 2011), da Universidade de Stanford (EUA), foi um dos primeiros a formular uma definição de inteligência artificial e é considerado o fundador desse campo de estudo na academia.

Ele traduziu a IA como “a ciência e a engenharia de fazer máquinas inteligentes, especialmente programas de computador inteligentes”.

Mas o que seria o conceito de “inteligente”? Para ele, é a habilidade de alcançar objetivos no mundo. Mas não necessariamente simulando a inteligência humana:

“Às vezes sim, mas nem sempre”, escreveu ele em artigo de 2007, no qual procurou explicar a IA para os leigos.

“Por um lado, podemos aprender algo sobre como fazer com que as máquinas resolvam problemas observando outras pessoas ou apenas observando nossos próprios métodos. Por outro lado, a maioria dos trabalhos de IA envolve estudar os problemas que o mundo apresenta à inteligência em vez de estudar pessoas ou animais. Os pesquisadores de IA são livres para usar métodos que não são observados em pessoas ou que envolvem muito mais computação do que as pessoas podem fazer.”

A professora da Universidade de Sussex (Reino Unido), Margaret Boden, pensa diferente. Sua definição de Inteligência Artificial é a seguinte:

“A inteligência artificial busca fazer com que computadores façam as coisas que as mentes podem fazer”.

Na verdade, muitas são as definições encontradas na academia para a IA. Nenhuma encerra o assunto, que só cresceu de 2010 para cá.

Mas o conceito básico continua sendo o mesmo: uma máquina solucionando um problema que, até então, era resolvido apenas por inteligência humana. 

Como a inteligência artificial funciona?

A inteligência artificial usa os algoritmos para aprender a solucionar um problema em questão.

Algoritmos são um conjunto de regras, ou instruções lógicas, que um programa de computador (um software) utiliza para realizar uma tarefa.

E esses algoritmos podem ser ensinados (pelos humanos, a princípio), de formas diferentes. Esse aprendizado pode se dar pelo método supervisionado, não supervisionado e por reforço.

Dois conceitos merecem menção aqui:

O machine learning, ou aprendizado de máquina, através do qual os algoritmos conseguem ir melhorando seu funcionamento por meio da experiência, ou dos exemplos que passa a coletar em bancos de dados. 

Um aplicativo como o Waze, por exemplo, usa informações sobre o trânsito e é capaz de indicar os melhores percursos para os motoristas a partir das experiências e dos exemplos verificados pelos algoritmos.

Já o deep learning também ajuda a Inteligência artificial a funcionar. É um braço mais aprofundado do machine learning: seus algoritmos conseguem aprender processos mais complexos, como detecção de fala, de objetos e reconhecimento facial.

Ou seja, os algoritmos estão sendo trabalhados de forma cada vez mais complexa e aprofundada para permitir que a inteligência artificial ofereça soluções para problemas cada vez mais complexos.

Em quais áreas a inteligência artificial é aplicada?

inteligência artificial

Diversas áreas, atualmente, como a medicina, o agronegócio, o marketing, o entretenimento, o judiciário, o setor automotivo e muitas outras, utilizam a inteligência artificial.

Ainda em 2007, o professor John McCarthy já listava alguns exemplos de aplicações práticas da IA, citando o uso em videogame, reconhecimento de voz, entendimento da linguagem natural, entre outras.

No livro “A Inteligência Artificial Irá Suplantar a Inteligência Humana?”, a autora e pesquisadora brasileira Dora Kaufman cita exemplos de aplicações nos dias de hoje:

  • A ultrafiltragem usada pelo Google para mostrar resultados de buscas mais parecidos com os interesses de cada usuário
  • A personalização da Netflix ao analisar a preferência dos usuários para sugerir filmes e séries
  • As recomendações de músicas no Spotify, Deezer e similares
  • A busca pelo melhor itinerário em aplicativos como o Waze
  • Os assistentes pessoais, como Siri e Alexa, que transmitem informações úteis a partir de chamados de voz
  • Os feeds de redes sociais, como Facebook e Instagram, que mostram os conteúdos das pessoas com quem mais gostamos de interagir
  • O marketing digital, que identifica hábitos e preferências dos consumidores para exibir campanhas de forma segmentada.

Enfim, os exemplos não acabam aqui. A inteligência artificial é usada no ecommerce, na cobrança de tributos, na educação, nas linhas de produção da chamada indústria 4.0, na logística, nos bancos, em vários campos da saúde, na produção de matérias jornalísticas (mas este texto foi feito por uma pessoa, tá?) – enfim, em inúmeros lugares, setores e campos de atuação.

E as potencialidades são enormes. Inclusive porque as pesquisas na área recebem muito dinheiro, tanto de governos quanto de grandes empresas, que estão de olho em todas as possibilidades comerciais e militares que podem advir do desenvolvimento dessa ciência.

Tanto que uma pesquisa da empresa MarketsandMarkets, divulgada em agosto de 2022, afirmou que o mercado de inteligência artificial deve crescer em média 36,2% ao ano, saltando dos atuais US$ 86,9 bilhões de dólares em 2022 para US$ 407 bilhões em 2027.

Como a inteligência artificial pode mudar o mundo?

Pode mudar para o bem e para o mal, segundo estudiosos do assunto.

Um exemplo é o fato de a inteligência artificial promover o desemprego tecnológico, que afeta principalmente os mais pobres e, consequentemente, gera desigualdade social.

Tanto do ponto de vista individual, da pessoa que é mandada embora por ser facilmente substituída por uma máquina – que pode ser muito mais produtiva e eficiente –, quanto do ponto de vista de países.

No artigo “Inteligência Artificial: sua Natureza e Futuro”, de Lilian Prado Pereira, doutoranda em Ciências Humanas na USP, publicado em 2020, a autora afirma o seguinte sobre o assunto:

“Apesar das vantagens que traz, pelo aumento da produtividade gerado, a IA atua hoje como um catalisador das desigualdades sociais. (…) O desenvolvimento da IA deve contribuir para a concentração de renda nos países desenvolvidos e para o aumento do desemprego nos países em desenvolvimento, acentuando as desigualdades sociais nacionais e internacionais.”

Mas, embora muitos pesquisadores enxerguem a IA como uma ameaça, em vários sentidos, ela também é vista notadamente como uma oportunidade – desde que também se invista, cada vez mais, em segurança de dados e transparência.

Com o avanço da internet das coisas – a transmissão de dados por meio de objetos que usamos no dia a dia – a inteligência artificial mudou e tende a mudar mais nossa rotina no uso de itens simples.

Já mudou, para muita gente, mas a expectativa é que isso se consolide no futuro. Não teremos apenas pessoas conversando com a Alexa ou a Siri, mas também com a geladeira, que já vai saber se está faltando alguma coisa e vai realizar uma compra pela internet para que o produto seja entregue a tempo das necessidades de seu dono.

Mas as possibilidades de a IA mudar o mundo da forma como o conhecemos são ainda desconhecidas, inimagináveis. Basta dizer que já existem pesquisadores estudando a integração entre um computador e o cérebro humano.

“Um novo tipo de inteligência artificial se tornará um híbrido bioeletrônico, no qual um cérebro humano vivo e uma máquina trabalharão juntos em um sistema duplo complementar. Ambos os componentes se complementarão e se reforçarão, criando algo completamente novo, que nem a natureza nem os designers de sistemas totalmente eletrônicos encontraram antes”, escreveu o médico e pesquisador ucraniano Oleksandr Kostiko, em artigo no site TechTalks.

Em outro trecho ele compara esta realidade do futuro com o filme “Matrix”: 

“Você será capaz não apenas de ver, ouvir e sentir a realidade artificial, mas também se mover ativamente nela da mesma maneira que no mundo físico real.”

Quais são os principais nomes da inteligência artificial no Brasil e no mundo?

Já citamos Alan Turing, que foi o precursor, e Jonh McCarthy, que foi um dos pioneiros.

Outros nomes importantes nesta história que começou lá na década de 40 e continua até hoje, com Microsoft, Google, Facebook e tantos outros, são os seguintes:

  • Allen Newell
  • Daniela Rus
  • Demis Hassabis
  • Douglas Lenat
  • Edward Feigenbaum
  • Eric Horvitz
  • Eric W. Brown
  • Frank Rosenblatt
  • Geoffrey Hinton
  • Herbert Simon
  • Marvin Minsky
  • Raj Reddy
  • Sebastian Thrun
  • Seymour Papert
  • Terry Winograd
  • Yann Lecun
  • Yoshua Bengio

Quer conhecer melhor esse universo tão fascinante da inteligência artificial? Esse é um dos campos estudados na pós-graduação em Data Science do Insper; conheça o programa.

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