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Web 3.0: a terceira geração da internet chegou e veio para ficar

As tecnologias da Web3 já estão disponíveis para que pessoas e empresas experimentem e aprendam a usá-las de forma estratégica em suas vidas e em seus negócios

As tecnologias da Web3 já estão disponíveis para que pessoas e empresas experimentem e aprendam a usá-las de forma estratégica em suas vidas e em seus negócios

 

Graziela Tonin*

 

O futuro do trabalho irá mudar substancialmente, com centenas e talvez milhares de profissões precisando se reinventar. O futuro dos negócios também passará por uma transformação radical — estes serão fortemente influenciados pela Web 3.0.

Recentemente, aconteceu em Lisboa um dos principais eventos na área de startup, tecnologia e inovação. E o tema Web 3.0 dominou as discussões.

Mas, afinal, o que é Web 3.0?

A Web 3.0, ou Web3, é a terceira geração da evolução das tecnologias web. Nela, o controle dos dados será descentralizado, diferentemente do que ocorre na Web 2.0, na qual o controle e a manipulação, em geral, estão nas mãos de grandes empresas, como o Google. Essa rede descentralizada e aberta passa a ser regulamentada por comunidades. A definição de Web3 ainda está sendo construída, mas já é consenso que ela será descentralizada — os criadores de conteúdo e usuários poderão tomar a decisão sobre seus dados e migrá-los para diferentes plataformas.

A Web3 está diretamente ligada a cinco importantes elementos:

 

  • Blockchain: para que a descentralização aconteça, uma tecnologia é fundamental, a blockchain, a mesma tecnologia que já é amplamente utilizada nas criptomoedas, NTFs e smart contracts. A blockchain permite que transações possam ser realizadas diretamente, sem a necessidade de um regulador intermediário.
  • Conectividade ubíqua: estes aplicativos e dados se caracterizam pela conexão e pela iteração constante, com o suporte de banda larga, 5G, Wi-Fi e IoT, que permitem uma internet acessível a qualquer pessoa, em qualquer lugar, a qualquer tempo. Tudo isso com uma gama de novos dispositivos e wearables inteligentes que estão coletando e disponibilizando dados e informações em tempo real.
  • Inteligência artificial: por meio do desenvolvimento e uso de algoritmos baseados em técnicas de IA, será possível tomar decisões mais precisas em relação aos dados e, consequentemente, fazer recomendações mais relevantes aos usuários, como uma dica de livro, uma viagem, escolha de um médico etc.
  • Web semântica: uma nova forma de interpretar e entender os dados por meio da padronização, categorização e aplicação de técnicas de inteligência artificial na grande massa de dados que há na internet. Permite entender com mais precisão o real significado das palavras, não somente considerando-as de forma isolada, mas também interpretando o contexto.
  • Gráficos 3D ou metaverso: ambientes e universos poderão perfeitamente ser replicados de forma tridimensional, como nos gráficos 3D ou em relevo nítido como no metaverso. E engana-se quem pensa que esses serão amplamente utilizados apenas para games e visitas a lugares como museus. Eles serão cruciais, por exemplo, na área da saúde, permitindo que um especialista realize um procedimento mesmo estando fisicamente a milhas de distância do paciente. No caso do metaverso, as pessoas já conseguem criar uma vida virtual por meio de avatares, estudar, interagir e gerar negócios, como comprar e vender imóveis, transformando nossas interações sociais e a forma como fazemos negócio.

 

Impacto nos negócios

Mais do que nunca, a experiência do usuário irá guiar a tomada de decisão sobre produtos e serviços. Aqueles que não conseguirem adaptar seu negócio ao uso dessas tecnologias, e que não desenvolverem uma cultura para entender e considerar a experiência tomando decisões guiadas por dados, estarão fadados ao fracasso. Devido à descentralização, os negócios poderão reduzir os custos, eliminando os intermediários, criando uma economia global e mais democrática.

Os tokens não fungíveis (NFTs) estão impactando a forma como definimos valor e têm criado uma nova classe de ativos.

Os aplicativos baseados em blockchain podem aumentar a transparência e a eficiência em diversos setores, como na saúde, na alimentação e no uso de recursos públicos e sua efetiva destinação. Permitem, por exemplo, rastrear se um alimento veio realmente de um local orgânico, ou se a produção levou em conta o bem-estar dos animais, se os recursos destinados ao SUS em determinado município foram, de fato, investidos, onde e como.

 

Impacto financeiro

Estima-se que o novo modelo de fazer negócios poderá injetar recursos significativos na economia global — segundo a consultoria McKinsey, já movimenta mais de 3 trilhões de dólares no mundo. Não somente por facilitar o comércio direto um-para-um, mas também pela criação de novas classes de ativos, como criptomoedas, NFTs, e diversas outras novas oportunidades de negócio que serão originadas.

Para permitir a ampla adoção da Web 3.0, os desafios serão enormes em áreas como segurança, privacidade, escalabilidade, conhecimento e infraestrutura. Mas é fato que essas tecnologias não são apenas um “trend topic” ou moda — elas vieram para ficar e irão radicalmente transformar e causar disrupção em muitos modelos de negócio.

O futuro é agora. As tecnologias da Web3 já estão disponíveis e acessíveis para que pessoas e empresas testem e experimentem como irão se adaptar e usar de forma estratégica em suas vidas e em seus negócios. Esse modelo ainda está em construção, mas, para aqueles que acreditam que esse futuro ainda pode esperar, sugiro ligar o alerta, começar a estudar e entender como sua área de negócio será impactada com maior profundidade. Afinal, mais do que atualização, muitas oportunidades de negócio irão surgir, alterando a cadeia de valor digital.


Graziela Tonin

 * Graziela Tonin é doutora em Ciência da Computação pela Universidade de São Paulo, na área de Engenharia de Software, Dívida Técnica e Metodologias Ágeis. Ela leciona a disciplina Projeto Ágil e Programação Eficaz no curso de Ciência da Computação do Insper.

 

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