Total dos criptoativos caiu do pico de 2,9 trilhões de dólares em novembro de 2021 para 1,6 trilhão de dólares atualmente
Em 2021, as criptomoedas se destacaram como os investimentos mais rentáveis do mercado. O bitcoin, a principal criptomoeda, teve uma valorização de 60% no ano passado, ante uma inflação de pouco mais de 10% no Brasil. O dólar também subiu quase 10% frente ao real no mesmo período. O Ibovespa, o principal indicador do mercado acionário brasileiro, fechou o ano com uma queda de 10%.
Algumas criptomoedas tiveram valorizações astronômicas em 2021. É o caso da terra, uma moeda virtual de origem sul-coreana, criada em 2018 e que subiu quase 13.000% no ano passado. A dogecoin teve alta de mais de 3.500%, enquanto a avalanche subiu cerca de 3.300%.
No início de 2022, o cenário mudou. O bitcoin, que havia fechado o ano passado valendo mais de 46.000 dólares, estava cotado em cerca de 37.000 dólares no dia 25 de janeiro. O ethereum, a segunda criptomoeda mais importante, caiu no mesmo período de 3.700 para pouco mais de 2.400 dólares.
Juntos, o bitcoin e o ethereum representam em torno de 60% do mercado de criptomoedas, cujo valor total caiu do pico de 2,9 trilhões de dólares em novembro de 2021 para em torno de 1,6 trilhão de dólares atualmente. Em dois meses, o mercado derreteu 1,3 trilhão de dólares — é quase o valor do PIB de México.
A queda das criptomoedas mostra uma correlação mais forte entre esses ativos e outras aplicações financeiras. “Nossa análise sugere que os ativos criptográficos não estão mais à margem do sistema financeiro”, afirmou uma nota divulgada recentemente pelo Fundo Monetário Internacional.
Segundo analistas, a desvalorização das criptomoedas está relacionada com a escalada da inflação no mundo e a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que vai aumentar as taxas de juros ao longo deste ano. Nesse cenário, muitos investidores que tinham o capital alocado em ativos de maior risco estão buscando opções menos voláteis, como a renda fixa.