A área da Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC) no Brasil já emprega mais de 2 milhões de pessoas. E a demanda por novos profissionais não deve acabar tão cedo - mas falta mão de obra, já que o país só forma 53 mil pessoas na área por ano.
Segundo o mais recente Relatório Setorial da Brasscom, associação que reúne as empresas do setor, as áreas de transformação digital devem receber R$ 729,4 bilhões em investimento até 2027. Além da tão falada Inteligência Artifical, uma série de outras segmentações continuam precisando de mais e melhores profissionais..
A consequência disso é que quem entra nessa carreira, e principalmente quem se especializa nas áreas mais promissoras, acaba sendo recompensado com salários bem mais altos que a média do mercado. Segundo a entidade, a média salarial no macrossetor de TIC é 2,1 vezes maior que a média nacional.
Na graduação, o primeiro passo para ingressar nesse universo é por meio de cursos como Ciência da Computação e Engenharia de Computação. Ou opções como Engenharia Mecatrônica e Engenharia Mecânica (leia mais sobre elas abaixo).
Mas uma vez concluído o ensino superior, em quais áreas o aluno poderá atuar como profissional? E quais delas estão mais em alta? É o que este artigo vai mostrar.
São várias e a tendência é que cresçam a cada ano. Confira algumas delas:
Veja, a seguir, um breve detalhamento de cada uma delas:
1. Segurança da informação
É uma das áreas mais em alta e também figura entre as mais procuradas nos cursos de graduação do país. Os profissionais dessa área lidam com alguns dos temas mais importantes dentro das organizações atualmente, como cibersegurança, governança de dados e LGPD.
2. Inteligência artificial
Os investimentos em IA no Brasil estão projetados para crescer a uma taxa de 31% ao ano, alcançando R$ 139,3 bilhões até 2027. Esse crescimento sugere uma demanda crescente por profissionais qualificados na área para atender ao desenvolvimento, implantação e manutenção dessas tecnologias, muitas vezes conectadas a todas as outras áreas citadas aqui.
3. Programação
Trata-se de uma das áreas mais populares e conhecidas do mercado de tecnologia. Os programadores desenvolvem e fazem a manutenção de softwares. Para isso, devem conhecer as principais linguagens de programação.
4. Suporte técnico
O profissional especializado em suporte técnico pode atuar como autônomo, por exemplo, fazendo visitas nas casas ou empresas de clientes para solucionar dúvidas ou resolver problemas em softwares e hardwares, ou dentro das empresas, fornecendo soluções para outras equipes. Infelizmente, entre as áreas de TI, esta é a que costuma ter pior remuneração (veja no próximo tópico).
5. Qualidade de software
É a equipe de qualidade de software que faz testes e resolve problemas nos sistemas desenvolvidos pelas empresas, para garantir a melhor usabilidade pelos clientes (customer experience) e também evitar bugs.
6. Administração de banco de dados
Segundo a Apeti, o profissional dessa área “é responsável por manter todas as informações organizadas, seguras e acessíveis às aplicações, além de garantir que se conectem com eficiência em softwares, aplicativos e sites para fornecimento de dados requisitados por usuários do sistema”. Para isso, deve ter conhecimentos de programação, segurança da informação, business intelligence, big data, SQL e de sistemas de gerenciamento de bancos de dados.
7. Especialista em cloud computing
São profissionais que cuidam da segurança e infraestrutura de sistemas baseados na nuvem. Como mostraremos no último tópico deste artigo, a área de nuvem é a que tem maiores perspectivas e investimentos nos próximos anos.
8. Chief Technology Officer (CTO)
Este é o topo da hierarquia na área da tecnologia, ou seja, um cargo C-level, em que o profissional lidera todas as equipes de TI de uma empresa. Ele também pode ser chamado de diretor de tecnologia ou diretor técnico e é quem faz a gestão de operações técnicas para atender às necessidades da empresa.
9. Especialista em e-commerce
Nada mais é que um profissional que vai construir e fazer a manutenção de sites de e-commerce – que viveram um boom durante a pandemia e só tendem a crescer – portanto, estão em alta entre as organizações.
10. Engenharia de software
Como bem resume a Apeti, esse profissional “é responsável por criar e fazer a manutenção de sistemas, aplicativos (inclusive para dispositivos móveis) e programas, desenvolvendo softwares adaptados com melhorias para identificar as necessidades dos usuários”.
11. Administração de redes
É o profissional que faz a gestão da infraestrutura e da segurança dos dados que circulam em uma rede, dentro de uma empresa ou organização.
Profissionais de tecnologia, de um modo geral, independentemente da área que escolhem, tendem a ganhar bem. Segundo estudo feito pela Brasscom no final de 2021, eles ganham quase o dobro da média salarial dos trabalhadores no Brasil (R$ 1.945). Em maio de 2023, a média salarial do setor já era 2,2 vezes maior que a nacional, de acordo com a mesma associação que reúne empresas do setor.
O site Glassdoor, em consulta feita no final de 2024, apontou a seguinte média salarial, em ordem decrescente:
Claro que, para cargos de nível sênior, os salários aumentam muito, podendo triplicar em relação à média, para algumas vagas.
Considerando as frentes de atuação dos profissionais em tecnologia, a Brasscom aposta no crescimento de cinco principais áreas:
1. Nuvem (Cloud Computing):
2. Inteligência Artificial (IA):
3. Segurança da Informação:
4. Serviços de TI e Consultoria:
5. Software e Desenvolvimento de Sistemas:
De modo geral, todos os cursos de graduação da área de TI trazem uma base importante para servir de ponto de partida para atuar nas profissões citadas neste texto, bastando para tanto escolher entre as matérias eletivas aquelas que serão úteis para a carreira pretendida e, depois de formado, buscar especializações complementares.
Aliás, manter-se sempre atualizado na área escolhida é condição sine qua non para o profissional se manter competitivo em uma área que se transforma tão rápido quanto a da tecnologia.
Depois desse retrato geral do mercado de tecnologia, com as profissões mais promissoras e que pagam melhor hoje, vamos fazer um recorte para mostrar boas áreas de atuação para quem escolhe os cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia Mecatrônica.
Confira algumas delas, incluindo a média salarial no Brasil. As informações são do site Glassdoor, e a remuneração foi atualizada na data assinalada, ressaltando que os valores variam de acordo com o tamanho da empresa, sua localização e a experiência do profissional.
Engenheiro de Projeto: responsável por projetar e desenvolver sistemas mecânicos, produtos e componentes. Esse profissional trabalha em diversas indústrias, como automotiva, aeroespacial, de energia e manufatura.
Média salarial: R$ 21.430 (16/7/24)
Engenheiro de Automação Industrial: foca na automação de processos e sistemas industriais, projetando e implementando sistemas de controle para otimizar a produção e melhorar a eficiência operacional das indústrias.
Média salarial: R$ 26.166 (17/7/24)
Engenheiro de Energias Renováveis: especializado em projetos de energia renovável, como energia solar, eólica, hidrelétrica e biomassa. Esses engenheiros estão envolvidos no desenvolvimento, planejamento e implementação de sistemas de energia sustentável.
Média salarial: R$ 28.029 (23/6/24)
Engenheiro de Controle e Automação: projetam, desenvolvem e implementam sistemas automatizados que envolvem elementos mecânicos, eletrônicos e de controle. Esses profissionais são responsáveis por integrar hardware e software para criar sistemas complexos de automação e controle.
Média salarial: R$ 19.058 (10/7/24)
Engenheiro de Robótica: especializado no projeto, construção e programação de robôs industriais e autônomos. Esses engenheiros trabalham em áreas como linhas de produção automatizadas, robótica médica, exploração espacial e automação de processos industriais.
Média salarial: R$ 20.379 (16/6/24)
Engenheiro de Sistemas Embarcados: desenvolvem sistemas eletrônicos embarcados, que são utilizados em uma variedade de dispositivos, desde sistemas de comunicação e dispositivos médicos até sistemas de controle automotivo e aeroespacial.
Média salarial: R$ 9.702 (28/6/24)
Engenheiro de Internet das Coisas (IoT): responsável por projetar e implementar soluções de IoT, que envolvem a integração de dispositivos físicos com a internet e sistemas de comunicação. Esses engenheiros estão envolvidos no desenvolvimento de sensores, dispositivos conectados e aplicativos relacionados à IoT.
Média salarial: R$ 10.024 (11/7/24)