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Dois artigos acadêmicos de Victor Rangel, aluno do segundo ano do Mestrado Profissional em Políticas Públicas (MPP) do Insper, tem gerado repercussão internacional. Escritos em coautoria com Fabio Motoki, da Universidade de East Anglia (Inglaterra), e Valdemar Pinho Neto, da Fundação Getulio Vargas, ambos divulgam os resultados de pesquisa que indica a inclinação política das respostas do ChatGPT. A versão original pode ser lida neste link. Paralelamente à vida acadêmica, Rangel se dedica à divulgação científica nas mídias sociais.

 

primeiro artigo, publicado antes de Rangel começar o mestrado, se tornou referência para outras investigações sobre viés político da ferramenta da OpenAI. Logo despertou o interesse da imprensa e gerou reportagens no Washington Post e na Forbes, dos Estados Unidos, e em diversos jornais estrangeiros e nacionais, como o Nexo. Em 2025, um segundo artigo acadêmico dos três pesquisadores, também sobre o ChatGPT, foi apresentado no brasileiro O Estado de S. Paulo e no britânico The Telegraph, entre outros.

 

Rangel começou a se envolver com pesquisa acadêmica em 2016, ainda na graduação em Economia, na Fucape, no Espírito Santo. O trabalho final de uma oficina de desenvolvimento de artigos rendeu a primeira publicação em periódico científico, junto com outros autores. Foi uma trajetória curiosa. No ensino médio, ele imaginava ser músico ou astrofísico. Considerando a renda familiar futura, porém, fez vestibular para Administração e acabou optando pela Economia após o fim do ciclo básico. “Escolhi a Economia porque achei intelectualmente mais estimulante”, recorda. “Na época, não sabia muito bem o que um economista fazia, mas aprendi a importância da econometria à medida que estudava e ajudava em consultorias.”

 

A área de políticas públicas surgiu no radar quando Rangel começou a avaliar as possibilidades de um mestrado, ainda morando em Coqueiral de Aracruz, no litoral capixaba. “Percebi que teria que sair do Espírito Santo para o mestrado e comecei a procurar algo no Rio e em São Paulo”, diz. “Então, vi a grade curricular do MPP e descobri que, como pesquisador, já tinha feito e publicado pesquisa e avaliação em políticas públicas, sem saber que essa área de estudo existia. O MPP era a minha cara. Não vi em outro lugar uma proposta metodológica igual à do Insper, com ênfase em econometria e pesquisa qualitativa.”

 

Rangel lembra que chegou ao mestrado com um perfil muito técnico, dirigido à econometria. “O MPP mostrou várias lacunas no meu pensamento e na minha formação”, afirma. “Pelo menos para a área de desenvolvimento e avaliação de políticas públicas, a técnica é superimportante, mas a política é que toma as decisões e é o ambiente no qual a gente está atuando. O mestrado abriu a minha mente para novas visões na forma de pensar e fazer pesquisa. A turma é interdisciplinar e diversa, com diferentes pontos de vista, e me enriqueceu demais como pesquisador e avaliador de política.”

 

Como assistente de pesquisa do Núcleo de Saúde, do Centro de Gestão e Políticas Públicas (CGPP) do Insper, Rangel contribui na coleta e tratamento dos dados de um estudo sobre mortes fetais. É mais uma experiência que deve ajudar nos planos profissionais mais imediatos de Rangel. “Tenho dois focos: consolidar o meu projeto de divulgação da econometria, porque acho que tem muito potencial para ajudar economistas, estudantes e pesquisadores e, no geral, na formação do Brasil, e fazer um doutorado no Brasil ou no exterior”, diz.

 

Essa disseminação do conhecimento já é uma realidade nas redes sociais. Rangel produz conteúdo sobre temas relevantes de economia para o perfil Econometria Fácil no Instagram. Poucos meses depois da viralização de um vídeo, que chegou a 6 milhões de visualizações e milhares de curtidas, o número de seguidores cresceu de 30.000 para os atuais 128.000. O conteúdo inclui, entre outros assuntos, divulgação de pesquisas científicas, lições de econometria e comentários sobre pautas atuais do noticiário, como o recente tarifaço dos Estados Unidos. O Econometria Fácil também é um canal no YouTube.

 

Sobre a proposta nas redes sociais, Rangel explica: “Depois que terminei a graduação e enquanto trabalhava como cientista de dados, pensei em formas de escalar a divulgação científica. Tirando algumas poucas faculdades no Brasil, os alunos de Economia terminam o curso sem saber resolver problemas e com pouco contato com novas ferramentas da profissão. Então, segui duas linhas que convergem. Uma é de divulgação científica, e a outra é de educação. Seleciono um artigo que foi publicado e mostro, de uma forma simples, como a pesquisa em Economia é útil e relevante para entender a sociedade. Desde então, a coisa evoluiu”.

 

Se a música virou um hobby, exercitado numa banda cover de rock em São Paulo, a Econometria é uma certeza. “Me sinto feliz com o que faço, porque ser cientista e pesquisador é algo que alimenta a minha curiosidade e pode me levar ainda mais longe”, afirma Rangel. “Estou conseguindo realizar o sonho de estudar em excelentes instituições. Investi na carreira de pesquisador porque queria estar muito preparado quando a minha oportunidade chegar. E sei que ela vai chegar.”

 



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